Crise reduz vendas no Dia dos Namorados

Devido à pandemia, comércio prevê queda de 33% no faturamento da data
por
Victor Prudencio
|
11/06/2020 - 12h

Uma data muito especial para os casais, mas que este ano deve frustrar tanto os comerciantes quanto os consumidores. De acordo com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), as vendas do varejo neste Dia dos Namorados devem cair 33% em relação ao ano passado.

Trata-se, em números absolutos, de um decréscimo de aproximadamente R$19 bilhões no faturamento, um impacto que, nem mesmo a reabertura gradual do comércio não essencial será capaz de evitar. "Não deve haver muita procura para presentes no Dia dos Namorados, uma vez que também houve baixa na intenção de consumo das famílias", afirma a FecomercioSP, em nota.

De acordo com a federação, o ramo que mais sofrerá com a pandemia será o de vestuário, que terá uma retração de 67% nas vendas da data, o equivalente a R$ 3,5 bilhões a menos em comparação ao ano passado. Com isso, comerciantes buscam alternativas para driblar a crise e atender os pedidos dos consumidores, mesmo sem contar com as lojas físicas. É o caso de Juliana Dias, que abriu uma loja virtual de roupas no Instagram. “Como ainda não posso abrir meu brechó por causa da pandemia, esse foi o jeito que encontrei para não ter tanto prejuízo”, diz a comerciante.

Além disso, Juliana tem feito promoções para ajudar o consumidor. “Não está sendo fácil para ninguém. Quem compra também sofre os efeitos da crise e precisa economizar no presente”, completa.

Comerciantes como Juliana, que irão vender através da internet, levarão o comércio eletrônico a um aumento de 18% no faturamento do período, segundo estimativa da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). De acordo com a entidade, entre os dias 25 de maio e 12 de junho, as vendas do setor devem somar R$ 2,96 bilhões, com destaque para as áreas de vestuário, perfumaria, tecnologia e flores.

Os pombinhos também precisam ser criativos para conseguir comprar um bom presente para a pessoa amada e não extrapolar nos gastos. O nutricionista Lucas Rocha, de 25 anos, aposta nos DIY, em inglês do it yourself (“faça você mesmo”), que são lembranças baratas, mas que carregam um grande valor sentimental. “Vou dar para a minha namorada uma caixa personalizada com fotos nossas e vários docinhos que ela gosta”, relata o rapaz.

As vendas do comércio varejista podem fechar 2020 com o pior desempenho da história, porque a recuperação da crise não vai ser rápida e em outras datas comemorativas, como Natal, Dia dos Pais e Dia das Crianças, as famílias ainda vão estar sofrendo os efeitos da turbulência econômica, por causa do aumento do desemprego e do endividamento. As empresas também não sairão ilesas, porque, além da retração nas vendas, o quadro de funcionários será reduzido e a liquidez também, aponta a FecomercioSP.