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O fim da Ditadura Militar no Brasil e a luta da população pela volta da liberdade
por
Khauan Wood
|
25/04/2024 - 12h

O ano de 1979 marcou o começo de um processo de ruptura do Regime Militar brasileiro. Com o início do governo de João Figueiredo e a promulgação da Lei da Anistia, que perdoava os perseguidos políticos, chamados pela Ditadura de subversivos, os militares gradativamente iam perdendo força para seguir no comando do Brasil. Após esse ano, a economia do Brasil começou a quebrar, entre 1980 e 1985 a inflação anual do país teve uma média de quase 164% de acordo com dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgados pelo jornal O Globo.  

A partir daí manifestantes começaram a ir as ruas pedindo a volta da democracia e o direito ao voto, o movimento ficou conhecido como “Diretas Já!”. A campanha pelas diretas teve início oficial em março de 1983, com a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do então deputado Dante de Oliveira, que restaurava as eleições populares no país, a proposta contou com apoio de dez governadores de oposição ao governo. A maior das manifestações ocorreu em 16 de abril de 1984, dias antes da votação da Emenda, o evento, que correu na cidade de São Paulo, reuniu cerca de 1.5 milhão de pessoas que gritavam pelo fim do Regime que já se arrastava por 20 anos.  

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Maior manifestação do período da Ditadura no Vale do Anhangabaú - Foto: Governo do Estado de São Paulo

No dia da votação a PEC não foi aprovada, obtendo menos votos do que o necessário para entrar em vigor. Porém, nas eleições de 1985 os militares não emplacaram seu candidato e Tancredo Neves foi eleito pelo Congresso Nacional para presidir o país. Os brasileiros só teriam seus direitos ao voto reestabelecido em 1988 com a promulgação da atual Constituição e no ano seguinte elegeria o seu primeiro presidente depois de quase três décadas. 

Mesmo com a redemocratização. o regime militar deixa marcas em nossa história até hoje, dados do Governo Federal mostram que 364 pessoas ainda sequer foram encontradas, além disso, a Comissão da Memória e Verdade da Prefeitura de São Paulo apurou que somente na capital paulista, 79 pessoas foram mortas e sepultadas pela repressão e com colaboração e aval da Prefeitura Municipal. 

Esta matéria foi produzida como parte integrante das Atividades Extensionistas do curso de Jornalismo da PUC-SP. 

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