Transatlântico Oceania: Jamaica

Com Khadija Shaw como nome principal, equipe jamaicana enfrentará rivais conhecidas no Grupo F
por
Bianca Novais
|
11/07/2023 - 12h

A Jamaica é um país centro-americano, na terceira maior ilha das Grandes Antilhas, no Caribe. A capital Kingston é sua maior cidade, com 1,2 milhões de habitantes na região metropolitana em 2019, de acordo com o Banco Mundial. Devido ao genocídio dos povos nativos da ilha e o intenso tráfico de pessoas africanas para o trabalho escravo em plantations, a demografia do país é majoritariamente negra, com pretos e mestiços representando 92% da população em 2015, a partir do levantamento da publicação anual "World Fact Book" (Livro de Fatos Mundiais), da Agência de Inteligência Central dos EUA, a CIA.

Apesar de ser independente desde 1962, o país ainda faz parte do Commonwealth do Reino Unido, sendo uma democracia parlamentar e monarquia constitucional. O Rei Charles III é o monarca e chefe de Estado da Jamaica, porém aponta um Governador-Geral para ser seu representante, cargo ocupado por Patrick Allen desde 2009.

O sistema parlamentar jamaicano é dividido em duas câmaras: a de Representantes, que são eleitos diretamente, e a do Senado, que são apontados pelo Primeiro-Ministro e pelo líder da oposição. O Primeiro-Ministro é o líder do partido majoritário na Câmara dos Representantes, que atualmente é o Partido Trabalhista da Jamaica, com Andrew Holness na cadeira desde 2016, sendo reeleito em 2020.

A Jamaica é conhecida principalmente pelo seu impacto cultural, em especial na religião e na música. Interligados, o ritmo reggae e o movimento rastafari se originaram no país e foram mundialmente difundidos por Bob Marley, cantor e compositor que viveu o auge da carreira durante os anos 1960 e 1970.

Nos esportes, a Jamaica tem tradição no atletismo, sendo seus principais nomes Arthur Wint, primeiro medalhista jamaicano de ouro olímpico, Elaine Thompson, recordista feminina dos 100 metros rasos nas Olimpíadas de Tóquio de 2021, Shelly-Ann Fraser-Pryce, bicampeã olímpica e pentacampeã mundial dos 100 metros rasos, Roy Anthony Bridge, parte do Comitê Olímpico Internacional, Shericka Jackson, a mulher mais rápida do mundo em atividade e a segunda mais rápida de todos os tempos, e Usain Bolt, multimedalhista olímpico, sensação de carisma, e o homem mais rápido do mundo de 2008 a 2020.

Cidade de Kingston, capital da Jamaica. Foto: Reprodução/citykingston.com.
Cidade de Kingston, capital da Jamaica. Foto: Reprodução/citykingston.com.

Histórico da seleção

Em sua segunda participação em Copa do Mundo, as Reggae Girlz não passaram da fase de grupos na Copa de 2019, perdendo as três partidas da etapa e marcando um único gol, contra a Austrália.

Disputam a CONCACAF e se classificaram tanto para a Copa de 2019 quanto para a de 2023 ao conquistar o terceiro lugar do campeonato. A campanha de 2022 contou com duas vitórias (contra o México e o Haiti) e uma derrota (para os EUA) na fase de grupos, a derrota na semifinal para o Canadá por 3 a 0 e a vitória sobre a Costa Rica por 1 a 0 na disputa pelo terceiro lugar.

 

Prancheta do Donaldson

Frente à seleção feminina da Jamaica desde junho de 2022, Lorne Donaldson conquistou a classificação para a Copa do Mundo de 2023. O técnico jamaicano de 64 anos vem de times pouco expressivos do futebol masculino estadunidense e somou mais derrotas que vitórias com a equipe jamaicana. São cinco partidas vencidas, um empate e nove derrotas. Apesar disso, suas vitórias têm sido com 0 gols sofridos.

Os resultados variados são resultado dos testes de esquema tático. Na fase de grupos da CONCACAF, no jogo contra os EUA, o posicionamento defensivo do 4-4-3 não foi o suficiente para impedir a goleada de 5 a 0 sofrida. Contra o Canadá nas semifinais, a postura mais ofensiva do 4-2-3-1 também não se mostrou efetiva. Na partida contra a Costa Rica pelo terceiro lugar, o 4-5-1 apenas garantiu que a disputa fosse levada para a prorrogação, onde o preparo físico foi mais decisivo e acabou favorecendo a seleção jamaicana com um gol no minuto 102.

Lorne Donaldson, técnico da seleção feminina da Jamaica. Foto: Reprodução/nationwideradiojm.com.
Lorne Donaldson, técnico da seleção feminina da Jamaica. Foto: Reprodução/nationwideradiojm.com.

Destaques

Atacante do Manchester City e capitã da seleção, Khadija Shaw, 26 anos, é a principal expoente da equipe, com 38 jogos e 55 gols pela seleção, sendo a maior artilheira do país. Na temporada 2022/2023 pelo clube, foram 30 jogos e 31 gols. Rápida e perigosa, Shaw é a peça principal de Donaldson, sendo a primeira opção de destino para bolas roubadas no meio-campo.

Jody Brown, de 21 anos, já tem experiência em Copa do Mundo apesar da pouca idade. Atacante do Florida State Seminoles, é a segunda maior artilheira da seleção, sendo 29 jogos e 13 gols. Versátil, também atua como meio-campista, com 10 assistências e 8 gols pelo clube, na temporada 2022/2023.

Khadija Shaw, artilheira da seleção da Jamaica. Foto: Reprodução/allsportsjamaica.com.
Khadija Shaw, artilheira da seleção da Jamaica. Foto: Reprodução/allsportsjamaica.com.