Que esporte é esse?: Vôlei de Praia

Entenda como funciona o vôlei de praia
por
Juliana Bertini de Paula
Giovanna Takamatsu
|
15/07/2024 - 12h

 

O vôlei de praia, uma variação do vôlei jogado na areia, apareceu pela primeira vez nas praias de Santa Monica, Califórnia, em 1920. A primeira associação de jogadores profissionais e o primeiro torneio internacional sancionado pela Federação Internacional de Vôlei (FIVB) apareceram 60 anos depois, na década de 80, quando o vôlei de quadra já estava bem estabelecido no mundo dos esportes.

 

A modalidade fez sua estreia olímpica nos Jogos de Atlanta 1996, depois de aparecer pela primeira vez como esporte de demonstração nos Jogos Olímpicos de 1992, em Barcelona. 

 

Diferente do tradicional, nesta categoria o jogo é disputado por duas duplas em uma quadra de areia de 16m de comprimento e 8m de largura - um pouco menor do que uma coberta. A primeira equipe a ganhar dois sets vence a partida. Os dois primeiros sets são disputados com 21 pontos cada e, o terceiro, se necessário, é disputado em 15 pontos. As partidas de vôlei de praia são disputadas ao ar livre, onde vento, sol e chuva podem afetar as condições de jogo.

 

Ágatha e Duda se classificando Foto: Divulgação/FIVB
Ágatha e Duda se classificando Foto: Divulgação/FIVB

Brasil e Estados Unidos são os principais países no Vôlei de Praia durante os Jogos, com um sucesso considerável, ganharam um total de 24 medalhas, – sendo dez dessas, de ouro – das 42 possíveis. Na última Olimpíada, em 2021, a seleção norte-americana levou o ouro nos jogos femininos, enquanto a Noruega levou o ouro no masculino; foi também, a primeira vez na história em que o Brasil ficou fora do pódio. 

 

Quais são os caminhos para a classificação?

O vôlei de praia possibilita a participação de 24 duplas masculinas e 24 duplas femininas. Como tradição, uma das cotas vai para o país sede, ou seja, a França. As restantes vagas são conquistadas por 3 rotas: 

  1. A dupla que ganhou o último Mundial: no feminino, essa vaga ficou com as americanas Sara Hughes e Kelly Cheng. Já no masculino, foram os checos Ondřej Perušič e David Schweiner que conquistaram;

  2. Ranking Olímpico da FIVB (Federação Internacional de Voleibol): são 17 vagas por gênero, que são preenchidas pelas duplas mais bem ranqueadas. Como o ranking é dinâmico, mudando a cada campeonato disputado, esse caminho é uma análise da performance das duplas desde 01 de janeiro de 2023 até 10 de junho deste ano. 

  3. Torneios Olímpicos Continentais. As cinco vagas remanescentes vão ser para os vencedores deste campeonato. Por se tratar de competições continentais, isso garante a participação universal (de, pelo menos, um país por cada continente) dos jogadores. Esses eventos vão do dia 13 ao 23 de junho.              

 

Cada país pode ter, no máximo, duas duplas participantes de cada gênero.         

 

Destaques brasileiros 

Duda (esq) e Ana Patrícia (dir), no Mundial de 2022; elas são as favoritas ao ouro. – Foto: Reprodução/FIVB
Duda (esq) e Ana Patrícia (dir), no Mundial de 2022; elas são as favoritas ao ouro. – Foto: Reprodução/FIVB 

O Brasil garantiu a participação máxima na modalidade, com quatro duplas classificadas:

 

No feminino, Duda e Ana Patrícia se classificaram por meio do ranking mundial. Após avançarem para as quartas-de-final na etapa de Doha (Catar) do Circuito Mundial do Vôlei de Praia, elas conquistaram sua vaga ao atingir uma pontuação que impossibilitava qualquer dupla de superá-las.     

 

Atuais líderes do ranking, elas são a dupla mais consistente e vitoriosa nesse ciclo olímpico, além de serem as favoritas ao lugar mais alto do pódio. Foram ouro no Mundial de Vôlei de Praia de 2022, e prata em 2023.  

 

Arena de praia tomou forma em frente à Torre Eiffel – Foto: Lorena Dillon/GE
Arena de praia tomou forma em frente à Torre Eiffel – Foto: Lorena Dillon/GE

 

A segunda vaga brasileira feminina foi conquistada por Bárbara Seixas e Carol Solberg. Elas seguiram o mesmo caminho de Duda e Ana Patrícia. Ao avançarem para as quartas de finais na etapa de Tepic (México), também válida pelo Circuito Mundial, a dupla se fixou no terceiro lugar do ranking, e, pela quantidade de pontos, não podiam ser alcançadas por outro par.    

 

Já no masculino, André e George foram a primeira dupla a carimbar seu passaporte para as Olimpíadas. A classificação deles se deu pelo ranking também, e foi confirmada após a desistência de Pedro Solberg e Guto da fase de Brasília do Circuito Mundial. Juntos desde 2019, André e George são, atualmente, a segunda melhor dupla do mundo. Foram bronze na etapa de Espinho, a mais recente do Circuito, ao vencerem os holandeses Van de Velde e Immers.     

 

A segunda vaga do masculino ficou com Evandro e Arthur Lanci. Depois de vencerem os compatriotas, – já classificados – André e George, na semifinal da etapa de Brasília, eles asseguraram, matematicamente, a vaga. 


 

O palco da disputa

Neste ano, em Paris, a disputa acontecerá em frente a um dos principais cartões postais da cidade. Com a Torre Eiffel no campo de visão, a competição da modalidade ocorrerá entre os dias entre os dias 27 de julho e 10 de agosto, com as finais acontecendo nos últimos dois dias – a feminina no dia 09, e a masculina no dia 10.