Ouro de vôlei do Brasil em 1992 motiva carreira de jornalista

Saque de Marcelo Negrão inspirou Rafael Lopes a cobrir esportes, especialmente a Formula 1
por
Giulia Fontes Dadamo
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17/05/2023 - 12h

Aquele saque inesquecível de Marcelo Negrão, que trouxe o ponto da medalha de ouro para o Brasil em 1992, mudou o destino de Rafael Lopes para sempre. Foi por causa dessa vitória que ele, com apenas 8 anos, conheceu o jornalismo e iniciou sua jornada cobrindo automobilismo com o Grupo Globo há 17 anos.

Apesar do seu conhecimento sobre o assunto ter sido altamente motivado pelo seu avô - que costumava ler sobre futebol com ele e assistir ao Show Do Esporte da Bandeirantes aos domingos -, quem realmente despertou sua paixão pelo automobilismo foi sua mãe que, diferentemente do que aconteceu com a maioria dos fãs de Fórmula 1, acompanhava as corrida com ele quando criança. Segundo Rafael, a ideia de cursar jornalismo "começou com esporte né, não da pra separar as duas coisas". Por sua família não poder arcar com os custos de treinos de kart, a profissão surgiu como uma forma alternativa para continuar perto do automobilismo, e sua facilidade pela escrita só deixou sua decisão ainda mais clara.

Mas foi apenas quando a equipe brasileira de vôlei veio divulgar a sua vitória no Rio de Janeiro em 1992 que Rafael realmente teve essa ideia. Com apenas 8 anos de idade, ele teve a oportunidade de assistir ao evento do Banco do Brasil (patrocinador da Confederação Brasileira de Vôlei) e coincidentemente ficou atrás dos jornalistas da Globo da época, que estavam cobrindo o evento para o Globo Esporte. De acordo com ele, um clique veio em sua cabeça ao observar como eles trabalhavam cobrindo o evento: "Acho que tem alguma coisa aí", pensou o garoto.

Rafael Lopes cercado de colegas de trabalho cobrindo uma corrida
Da esquerda para a direita: Luciano Burti, Luiz Carlos Jr. e Rafael Lopes. 

Depois da decisão pelo jornalismo, "as coisas foram acontecendo para chegar no automobilismo", contou Rafael. No seu primeiro estágio, por exemplo, na Cajá - Agência de Comunicação, ele só passou para a vaga de assessoria de imprensa porque foi o único a acertar a pergunta "Quantos títulos têm Michael Schumacher?", que apenas estava no questionário porque ambos tinham parceria com a Shell na época. A paixão de Rafael transparece na sua fala ao lembrar da resposta até hoje: "Como era 2005, eram 7 títulos na época".

A oportunidade da vaga na empresa que trabalha até hoje, porém, veio com uma matéria do seu segundo estágio - na Revista A + do Jornal Lance. Em março de 2006, pré temporada da Fórmula 1, Rafael teve a ideia de fazer uma entrevista com o Bruno Senna, que tinha acabado de fechar um contrato com a equipe de Kimi Räikkönen na F3. A matéria de duas páginas, porém, acabou virando capa pelo editor da revista achar que estava “boa demais”, transformando a entrevista num perfil de destaque de seis páginas. E foi exatamente esse destaque que trouxe visibilidade ao seu trabalho pela Globo.

A vitória de Bruno em Melbourne na categoria de acesso à Fórmula 1 logo após a matéria ser publicada - ganhando três vezes seguidas nas corridas da sexta, sábado e domingo -, fez com que o Brasil e a Globo se voltasse para o corredor. E quando isso ocorreu, eram as capas da Revista A+ que, estampadas com a matéria de Rafael, ocupavam todas as bancas de jornal. Em pouco tempo a equipe da emissora o convidou para trabalhar com eles e é lá que Rafael continua compartilhando sua paixão com os outros fãs de automobilismo até hoje.

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