A diretoria são-paulina vinha manifestando apoio público a Zubeldía há pouco tempo, apesar da pressão externa. Ainda em meados de abril, quando oscilavam os primeiros resultados da temporada, o diretor de futebol Carlos Belmonte afirmou que não havia risco de demissão e que o treinador seguiria no cargo “independentemente do resultado” de um jogo-chave, citando confiança total no trabalho do argentino. Na ocasião, Belmonte garantiu à ESPN que não havia risco de demissão e que a gestão tinha total convicção no trabalho do Zubeldía, enfatizando também que os jogadores confiavam no argentino.
O dirigente chegou a cravar que Zubeldía continuaria no comando pelo menos até o clássico seguinte, numa demonstração pública de respaldo ao treinador. Além disso, Belmonte fez questão de rechaçar rumores de que o clube estaria negociando com outro técnico pelas costas: “Nós nunca faríamos isso. Só podemos buscar um treinador quando não tivermos um. Essa especulação nunca existiu.”, disse ele, negando que Dorival Júnior (na época, livre no mercado) estivesse apalavrado para um retorno.
Nos bastidores, porém, a cúpula tricolor já demonstrava preocupação. Pessoas próximas ao presidente Julio Casares revelaram que ele era um dos últimos defensores de Zubeldía dentro do clube, tentando dar voto de confiança ao técnico em meio à má fase. Entretanto, o clima no conselho deliberativo e entre outros diretores era de ceticismo crescente. Após a derrota para o Vasco, a pressão atingiu níveis “próximos do insuportável”, conforme definiu uma fonte ouvida pelo blog do jornalista Jorge Nicola. Dirigentes e conselheiros passaram a duvidar que Zubeldía teria capacidade de reverter a situação, diante de um time estagnado que não reagia mesmo após mudanças táticas e retornos de lesionados.

Palmeiras e São Paulo na semifinal do Paulistão 2025 - Reprodução Cesar Greco/Palmeiras
No âmbito nacional e internacional, o desempenho de Zubeldía foi paradoxal. Na Copa Libertadores 2025, o time fez uma campanha histórica na fase de grupos: eles conseguiram a conquista inédita de vencer todos os jogos fora de casa (algo que o clube nunca havia feito antes na história da competição). Com a força desse desempenho, o São Paulo avançou para as oitavas de final como o primeiro colocado do grupo. A equipe também avançou na Copa do Brasil, para as oitavas de final, na qual o Athletico-PR é seu adversário.
Por outro lado, o calcanhar de Aquiles foi o Campeonato Brasileiro. O São Paulo do antigo técnico não conseguiu embalar uma boa sequência na liga nacional. Em 12 rodadas disputadas até a pausa de junho, o time conquistou apenas 12 pontos (2 vitórias, 6 empates e 4 derrotas) e ocupa a 14ª colocação na classificação – somente um ponto acima da zona de rebaixamento. Esse rendimento aquém do esperado no Brasileirão foi apontado unanimemente como o principal fator para a queda do treinador. Mesmo com a vaga assegurada nas oitavas da Libertadores e da Copa do Brasil, a diretoria não tolerou o risco de ver o Tricolor envolvido na luta contra o rebaixamento no campeonato nacional.
Outro aspecto marcante da passagem de Zubeldía foi seu estilo explosivo à beira do gramado. O argentino rapidamente caiu nas graças da torcida pelo jeito enérgico com que vivia as partidas, comemorando gols efusivamente e reclamando de arbitragens com veemência. No entanto, essa característica cobrou seu preço: em 85 jogos no comando, Zubeldía recebeu nada menos que 35 cartões (32 amarelos e 3 vermelhos) – um recorde negativo que o fez cumprir diversas suspensões e desfalcar o time no banco em partidas importantes.
Em determinado momento de 2025, o técnico acumulava mais cartões amarelos do que vitórias na temporada, estatística que evidenciou problemas de disciplina e certa desorganização em campo. As escolhas táticas de Zubeldía também ficaram sob escrutínio conforme os resultados pioravam. Por exemplo, a insistência em escalar o atacante Luciano improvisado como meio-campista gerou muitas críticas dos analistas e torcedores, que viam o time sem criatividade no setor ofensivo.

A diretoria são-paulina vinha manifestando apoio público a Zubeldía há pouco tempo, apesar da pressão externa. Ainda em meados de abril, quando oscilavam os primeiros resultados da temporada, o diretor de futebol Carlos Belmonte afirmou que não havia risco de demissão e que o treinador seguiria no cargo “independentemente do resultado” de um jogo-chave, citando confiança total no trabalho do argentino. Na ocasião, Belmonte garantiu à ESPN que não havia risco de demissão e que a gestão tinha total convicção no trabalho do Zubeldía, enfatizando também que os jogadores confiavam no argentino.
O dirigente chegou a cravar que Zubeldía continuaria no comando pelo menos até o clássico seguinte, numa demonstração pública de respaldo ao treinador. Além disso, Belmonte fez questão de rechaçar rumores de que o clube estaria negociando com outro técnico pelas costas: “Nós nunca faríamos isso. Só podemos buscar um treinador quando não tivermos um. Essa especulação nunca existiu.”, disse ele, negando que Dorival Júnior (na época, livre no mercado) estivesse apalavrado para um retorno.
Nos bastidores, porém, a cúpula tricolor já demonstrava preocupação. Pessoas próximas ao presidente Julio Casares revelaram que ele era um dos últimos defensores de Zubeldía dentro do clube, tentando dar voto de confiança ao técnico em meio à má fase. Entretanto, o clima no conselho deliberativo e entre outros diretores era de ceticismo crescente. Após a derrota para o Vasco, a pressão atingiu níveis “próximos do insuportável”, conforme definiu uma fonte ouvida pelo blog do jornalista Jorge Nicola. Dirigentes e conselheiros passaram a duvidar que Zubeldía teria capacidade de reverter a situação, diante de um time estagnado que não reagia mesmo após mudanças táticas e retornos de lesionados.

O clube segue vivo em duas frentes importantes. Na Copa Libertadores da América enfrentará o Atlético Nacional, da Colômbia, em agosto. Já na Copa do Brasil, disputa vaga contra o Atlético-PR e o primeiro jogo acontece no dia 31 de julho, no Morumbi. Ao mesmo tempo, a equipe convive com a ameaça de uma campanha desastrosa no Brasileirão. O novo treinador herdará um cenário desafiador, porém com oportunidades. A possibilidade de conquistar um título continental ou nacional de mata-mata é real e pode dar brilho à temporada. Por outro lado, o técnico estreante precisará, com urgência, estancar a sangria no Campeonato Brasileiro para afastar o fantasma do rebaixamento.
Felizmente para o Tricolor, o calendário reserva uma janela valiosa para arrumar a casa. Devido à realização da Copa do Mundo de Clubes da Federação Internacional de Futebol Associado (FIFA) em junho e julho, as competições serão paralisadas por quase um mês. Com isso, o São Paulo só volta a campo pelo Brasileirão no dia 11 de julho, quando enfrentará o Flamengo, no Maracanã.
Essa pausa deverá ser aproveitada como uma espécie de “mini pré-temporada” pelo elenco. Os jogadores entraram em férias logo após a partida contra o Vasco e tem retorno marcado para 26 de junho, data em que a comissão técnica – possivelmente a nova – iniciará os trabalhos visando a retomada dos torneios. A ideia manifestada nos bastidores é anunciar o novo treinador antes dessa reapresentação, justamente para que ele possa dispor de cerca de duas semanas de treinamentos ininterruptos com o grupo completo, sem a pressão imediata de jogos oficiais.
Esse período também servirá para recuperar jogadores lesionados. Atualmente, o Departamento Médico conta com nomes importantes, como Oscar e Lucas, em fase final de reabilitação.
No entanto, nem tudo são boas notícias. A tabela de reestreia no Brasileirão promete ser ingrata, exigindo que o eventual “efeito positivo” da troca de comando seja imediato. Logo apósvisitar o Flamengo no Rio de Janeiro, o Tricolor enfrenta na sequência, ainda fora de casa, o Red Bull Bragantino, terceiro colocado na tabela, em Bragança Paulista. Depois recebe, no Morumbi, o Corinthians, no clássico Majestoso, em duelo que pode ter contornos decisivos para as pretensões do Tricolor no campeonato.
Assim, a consequência direta da saída de Zubeldía é que o São Paulo aposta numa espécie de “recomeço” no meio da temporada. A margem de erro diminuiu: se antes havia esperança de recuperação com o treinador antigo, agora a expectativa recai sobre um novo nome para extrair mais deste elenco. A diretoria sinaliza que irá “fazer de tudo para salvar o ano”, o que inclui eventualmente reforçar o time com contratações pontuais indicadas pelo próximo técnico, aproveitando a janela de transferências de julho.
Entretanto, qualquer plano passa por uma variável fundamental: a resposta dos jogadores dentro de campo. Se o grupo conseguir assimilar bem as mudanças e reagir, o São Paulo ainda pode almejar uma campanha digna em 2025. Caso contrário, a saída de Zubeldía terá sido em vão, e o clube poderá enfrentar um segundo semestre tão ou mais conturbado quanto o primeiro.