Crise sanitária estimula fugas para manter relacionamentos

Estudante que vive com avós escapa regularmente de casa, onde vive com avós, para encontrar namorada
por
Nicolly Golz
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10/05/2021 - 12h

Entrar na quarentena solteiro e achar um amor para chamar de seus pelas redes sociais parece como ganhar na loteria, mas  foi o que ocorreu com o estudante de medicina Gustavo Corso, 19, e Giovanna Brandão, 17. ‘’Depois de alguns meses conversando, finalmente conseguimos nos encontrar, e eu já estava apaixonada, depois de um tempo resolvemos começar a namorar’’, diz Brandão.

   Agora em maio completaram sete meses juntos e afirmam:‘’é difícil namorar a distância, não ter aquele contato físico. As mídias sociais facilitam, mas não é a mesma coisa, já que não dá para ficar 24h em função do celular’’. O casal diz que têm muita dificuldade para conseguir se encontrar, Corso mora com seus avôs em Arujá, que fazem parte do grupo de risco e por isso preferem que o neto não tenha contato com ninguém.

Giovanna Brandão e Gustavo Corso
Giovanna Brandão e Gustavo Corso. 

   As vezes a saudade é maior que o medo: ‘’Tentamos achar meios alternativos e fujo de casa, vou para Mogi das Cruzes, cidade que Brandão mora, para conseguirmos nos ver um pouco’’, conta o jovem. Independente de todas as dificuldades, a relação segue forte e com altas expectativas para o relacionamento fora do recluso social, sem precisar de fugas ocasionais para se encontrarem.  

   Já Lucas Secco, 17, e Roberta Costa, 17, estão juntos desde 2017, namoro de escola que deu certo. O convívio diário por conta da rotina acadêmica passou a ser um rápido encontro uma vez por mês e muitas horas de ligação para tentar suprir a falta que sentem um do outro.           

   Mudar completamente o estilo da relação depois de três anos não parece ser nada fácil, ‘’Ela tem mais receio de sair por motivos pessoais completamente plausíveis, eu também evito pela minha mãe, que já passou por quimioterapia e se encontra no grupo de risco’’, conta Secco.

Lucas Secco e Roberta Costa
Lucas Secco e Roberta Costa. 

   É um grande desafio manter a ‘’chama’’ do relacionamento acesa sem o contato físico, ‘’O sexo para mim é essencial para um relacionamento, e a falta dele até afeta um pouco nossa relação, mas nada muito grave’’, desabafa o jovem. Ambos estão esperançosos para que as coisas logo se normalizem e o relacionamento volte a ter muito beijos, abraços e tudo que quatro paredes permitem.

                                  

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