AGEMT na Pista: as polêmicas do GP do Catar

De pilotos com mal estar até falha nos pneus, a 17ª etapa foi conturbada, mesmo com previsível vitória de Verstappen
por
Aline Freitas
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11/10/2023 - 12h

Apenas em sua segunda edição na história da Fórmula 1, o Grand Prix do Catar já serviu para questionar a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) em assegurar a integridade física dos pilotos. Isso porque as condições da pista causaram uma série de polêmicas durante todo o final de semana, acerca da segurança do circuito. Confira: 

 

Pneus Pirelli

Na sexta-feira, a Pirelli, –fornecedora oficial de pneus da Fórmula 1 – alertou a FIA sobre falhas no traçado do circuito, que poderiam causar danos aos pneus e trazer riscos aos pilotos. A constatação veio após testes realizados pela fabricante, após as sessões de treino livre e a classificação para a corrida do domingo. 

A FIA demorou a tomar providências. Somente durante a classificação e a corrida sprint do sábado, a federação decidiu alterar os limites de pista nos locais em que a zebra (inclinação que define os limites da pista) tinha o formato piramidal. Essas modificações foram de 80 cm nas curvas 12 e 13, nas quais, segundo a Pirelli, se dava o problema de desgaste que acarretava no risco aos pilotos. 

Contudo, mesmo após essa medida, a fabricante continuou detectando problemas nos pneus e outra estratégia teve que ser tomada. Horas antes da corrida principal, a FIA informou que todos os pilotos teriam que fazer três paradas obrigatórias e não poderiam dar mais de 18 voltas com o mesmo composto. A penalização era a desqualificação da prova. 

Pilotos como Lewis Hamilton e Fernando Alonso manifestaram insatisfação durante as entrevistas coletivas ao afirmarem que, em nenhum momento, a organização os consultou sobre o problema. 

 

Clima durante a corrida

Após a "resolução" do problema dos pneus, outra condição da pista recém-reformada do Catar apareceu: a temperatura da pista estava muito alta e a umidade era quase nula. O piloto da Williams, Logan Sargeant, abandonou a prova pois não estava passando bem. Outros competidores como Oscar Piastri, da McLaren, e Max Verstappen, da Red Bull, estavam exaustos após o término da prova e mal conseguiam parar em pé.
 

Esteban Ocon, da Alpine, informou à equipe, por rádio, que havia vomitado no capacete durante a 15ª volta. Já Charles Leclerc e Lance Stroll, relataram ter apagado durante as curvas em alta velocidade. 

Max Vertappen, o campeão do GP do Catar, exausto após a corrida
Max Verstappen, tricampeão mundial, exausto após a corrida - Foto: Mark Thompson/Getty Images

Pronunciamento da FIA

Após as polêmicas envolvendo a saúde dos pilotos, a organização se pronunciou no site oficial. "A operação segura dos carros é, em todos os momentos, responsabilidade dos competidores, no entanto, como acontece com outros assuntos relacionados à segurança, como infraestrutura de circuitos e requisitos de segurança dos carros, a FIA tomará todas as medidas razoáveis para estabelecer e comunicar parâmetros aceitáveis nos quais as competições são realizadas", afirmava em uma das passagens.

Além disso, a federação informou ainda que discutirá uma série de medidas no próximo encontro com a equipe médica que será realizado em Paris. Entre elas, estão "orientação para os competidores, pesquisa sobre modificações para um fluxo de ar mais eficiente no cockpit e recomendações para mudanças no calendário,  para alinhá-lo com condições climáticas aceitáveis". 

Apesar das dificuldades, Max Verstappen foi consagrado tricampeão mundial na Sprint do Catar e venceu a corrida principal no domingo. A Fórmula 1 retorna na próxima semana com o GP de Austin, no Texas. A corrida será transmitida no dia 22/10 às 16h, no horário de Brasília.