Eleita como melhor universidade da América Latina em 2023, hoje, a USP passa por um cenário de contraste com uma greve que já ultrapassa um mês de duração. Com início em 21 de setembro, a paralisação teve a adesão de diversos cursos, grupo de docentes, estudantes e institutos da universidade. Entre as principais reivindicações, está a contratação imediata de novos professores. A universidade enfrenta o menor número de docentes ativos desde 2014, o que impacta a qualidade do ensino e a permanência dos cursos.
Atualmente, seguem em greve os estudantes da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) e da Faculdade de Arquitetura, Urbanismo e Design (FAUD), Geografia e Escola de Arte Dramática (EAD). A persistência dos alunos em manter a ação reflete uma insatisfação com a situação acadêmica e as condições em que se encontram. Eles alegam que, mesmo com as inúmeras reuniões realizadas com a reitoria, as questões centrais que motivaram a greve permanecem sem solução.
Ao andar pelo campus da capital, as imagens refletem essa luta. É possível notar cartazes, pichações e expressões artística nos institutos, árvores, muros e chãos do espaço universitário. Há um simbolismo entre esses elementos, que captam a resistência do movimento estudantil. Frases como “sem professores pretos e indígenas, sem aula” e “greve hoje pela USP de amanhã” destacam as questões fundamentais que impulsionam a mobilização e são convites à reflexão, à solidariedade e à ação.
Enquanto a greve na USP continua, essas manifestações visuais representam testemunhos e vozes de estudantes que resistem e lutam por mudanças. Eles desafiam a invisibilidade dos problemas educacionais e lembram a todos que a luta pela educação é visível, está nas palavras, nas paredes, nos cartazes nas árvores e nos olhos determinados daqueles que defendem uma causa maior.