“Tive apenas três semanas de quarentena” diz estudante de província canadense.

A pandemia vista por jovens em outros países.
por
Marcela Foresti
|
06/11/2020 - 12h

A pandemia foi sentida de diferentes formas ao redor do mundo, enquanto alguns países como a Alemanha estão em sua segunda onda, outros lugares como a província de Newfoundland no Canadá  mal tiveram a primeira. 

A estudante Lacey Marshall de Newfoundland no Canadá teve no total apenas três semanas de quarentena neste ano, isso porque segundo o levantamento feito pelo Governo de Newfoundland a província teve apenas 292 casos de infectados pelo vírus.

Lacey Marshall

 Mesmo com o número de casos baixo e um curto período de quarentena, a   província mantém a recomendação de uso de máscaras e distanciamento social.   As aulas voltaram presencialmente em algumas escolas, mas Marshall ainda   está com as suas online.

 Ela não está mais isolada em casa, mas evita ao máximo encontrar diferentes   grupos de amigos na mesma semana “Prefiro me reunir sempre com o mesmo   grupo de amigos e com máscara”.

 Para a canadense o isolamento foi momento de organizar a vida e realizar   atividades diferentes “Me senti mais feliz do que antes durante o isolamento, a saudade de contato físico é pequena”.

Ao contrário dela , as estudantes alemãs Lilli Grandt de Hamburgo e Lisa Spiller de Stuttgart sentiram bastante as consequências da pandemia, a falta de contato com outros gerou desmotivação e afetou algumas amizades. Spiller que tem como hobby principal a escalada, está achando muito difícil não poder fazer a atividade este ano. Lisa Spiller

As estudantes tiveram poucas aulas online, Grandt teve o ano escolar encerrado um pouco mais cedo  que o normal. O calendário escolar na Europa é diferente do Brasil e vai do  mês de agosto até  junho. 

A Alemanha teve seu primeiro isolamento entre Março e Junho e, agora no mês de Novembro, entrou  em sua segunda quarentena que terá o mínimo de um mês de duração.

A diferença entre as duas quarentenas é que a segunda manterá as aulas presenciais e algumas outras atividades básicas funcionando. 

Ao final da primeira quarentena a Alemanha voltou a funcionar apenas com algumas restrições, Spiller viajou para encontrar uma amiga em outro estado e Grandt voltou a sair e ver seus amigos normalmente. A única coisa que mudou nos encontros é o uso de máscara que na Europa é obrigatório em locais públicos e a multa para quem não cumpre a regra pode chegar a dois mil e quinhentos euros.Lilli Grandt

 As três estudantes possuem opiniões diferentes sobre a situação da pandemia, uma vez que as   experiências também são diferentes. Spiller acredita que a fase que está vivendo da pandemia  é   difícil, mas as relações com amigos e família merecem uma maior atenção e importância “É   momento de escolhas difíceis”. 

 Grandt acha o momento complicado pela solidão, mas entende que é algo necessário para   controlar o vírus e para Marshall a situação é de incertezas e aprendizado “As adaptações devem ser feitas por todos, devemos aprender a viver desta nova maneira juntos”.

Diferente destes países, o Brasil segue com números altos de infectados e mortos assim como incertezas enormes sobre as condutas que devem ser tomadas, o país está dividido entre a ciência e a política.

A maioria das escolas e universidades continuam fechadas. Diferente da Alemanha e de Newfoundland no Canadá, aqui não se sabe quando voltaremos a ter aulas presenciais e o ensino remoto está cheio de falhas.