A São Paulo Fashion Week (SPFW) é o maior evento de moda do Brasil e o mais importante da América Latina. Ocupa o quinto lugar entre as maiores semanas de moda do mundo, perdendo apenas para as de Paris, Milão, Nova York e Londres. Para além da união de grifes brasileiras, estilistas, modelos e ícones da moda, o evento tem grande relevância ao refletir acontecimentos e comportamentos sociais através da roupa e dar espaço às pautas de interesse público. “A Fashion Week tem um grande peso em uma questão social, uma vez que valoriza cada região do país e coloca holofotes para nossa própria cultura. A moda nacional é esquecida e, num evento desse tamanho, podemos relembrar que o mercado fashion brasileiro move muito além de tendências: gera empregos, melhora a vida das pessoas e, em grande plano, mostra como é rica a produção de moda no Brasil”, afirma a influenciadora de moda Gi Sayuri, de 21 anos.
Na edição deste ano, realizada entre 25 e 28 de maio, o tema “Origens” marcou as passarelas e mais de vinte marcas participaram do desfile, que ocupou espaços no Shopping Iguatemi, Senac Faustolo e Komplexo Tempo. Quase trinta anos após sua primeira edição, a Semana, além de gerar um grande movimento econômico, também abordou questões como a importância da sustentabilidade. "O evento simboliza, desde coincidências e convergências a sentido de revolução. A moda brasileira vive um momento especial e isso é muito bom para o mercado. É importante que a gente pense sempre em inovação. Nós investimos um protagonismo para esta indústria”, afirma Paulo Borges, sócio e criador da SPFW.
Com o objetivo de organizar a produção de moda do Brasil, internacionalizar os desfiles e potencializar novos negócios no setor, os investimentos no evento começaram em torno de R$ 600 mil e hoje chegam a mais de R$ 5 milhões aedição. Hoje, participam da Semana 34 estilistas e mais de dois mil jornalistas para fazer a cobertura. A organização é feita meses antes da data do evento para que a indústria tenha ideias de quais serão as tendências futuras, com tempo de sobra para comercializar.
Para Sayuri, tamanha é a influência do evento, que às vezes ocorre de forma imperceptível pelas redes sociais. “Se você está passando pelo seu Instagram e vê uma pessoa com uma combinação de look legal, você se inspira e monta algo parecido instantaneamente. A mesma coisa acontece nos desfiles, onde você não só vê o que está chegando nas próximas temporadas como já pega várias ideias de composições”, afirma.
Com o Instagram e o TikTok, o movimento fashionista ganha cada vez mais força e recebe uma proporção tão grande que não consegue ser ignorada pela mídia. As redes sociais também proporcionam um espaço para a representatividade e a diversidade no mundo da moda. “Cada vez mais, ainda mais com o poder da internet, as pautas sociais estão presentes, e as marcas estão abraçando as causas. Seja por representatividade regional, de corpos ou de gêneros, a SPFW tem se tornado uma vitrine para exibir tudo o que compõe o nosso país na pluralidade que ele sempre teve”, diz a influenciadora.
Sayuri destaca a importância cultural da SPFW. Segundo ela, os desfiles contam histórias e as roupas exibidas funcionam como a caracterização de uma ideia, lugares e sentimentos. Inclusive, a cultura brasileira se mostra sempre presente no evento: “Acredito que cada Fashion Week traz a essência do lugar através dos desfiles e do que é desfilado, uma forma de mostrar, seja qual for o país, um pouco da cultura local. Para qualquer um de fora que queira saber como funciona a produção de moda brasileira, é num evento desse porte que é possível conhecer cada detalhe, tanto criativo quanto social da nossa moda”, conclui Sayuri.