Diante de tantas demandas, o cidadão das grandes cidades se vê obrigado a acompanhar o “fluxo”. No transporte público, por exemplo, todos estão seguindo determinada direção, ao tentar mudar de sentido, certamente não conseguirá ir muito adiante, pois a força e a pressa das demais pessoas não permite avançar. É necessário permanecer no fluxo e, assim, seguir o com o mesmo destino da multidão.
Apesar da dificuldade, ir contra o fluxo da vida urbana pode significar um momento, enfim, de respiro. Quando você deixa de sobreviver aos prazos e ao relógio e consegue ver o que sempre esteve ali, mas não reparou porque estava imerso em determinada demanda e agora nem sequer lembra qual era. São tantas.
Pegar o mesmo ônibus de sempre, só que dessa vez fora do horário de pico é como pegar outro ônibus completamente diferente, numa cidade completamente diferente. Dessa forma, é possível sentar-se, contemplar o caminho e as pessoas que por ele passam. São pessoas mais velhas? Mais novas? Para onde estão indo? Ou de onde estão voltando?