O famoso jargão “crianças são o futuro”, pode não ter tanto sentido daqui a algumas décadas. Uma pesquisa realizada pelo IBGE mostra como a população brasileira está envelhecendo rapidamente.
Com esse envelhecimento, muitas mudanças poderão ocorrer, principalmente na empregabilidade. Segundo a psicóloga Aparecida Azevedo, devemos ver a terceira idade como mais uma etapa de desenvolvimento e não como a última etapa de vida.
“É necessário que possamos descontruir o estigma de marginalização da população idosa e mostrar que, ‘ir para os aposentos’ como a aposentadoria sugere, pode não ser a opção mais viável para muitos e que oportunidades de emprego nesta fase podem ser uma conquista social e não uma ameaça às futuras gerações.”
José se formou em Ciências Físicas e Biológicas em 1969, no período do “milagre econômico”, onde a economia brasileira cresceu admiráveis 14%. “Quando eu me formei, tinha dois empregos e estava à procura de outro”
Cinquenta anos separam o Seu José do jovem João, que escolheu a profissão de contador. Ainda não se formou, mas já está em busca do emprego. “Hoje em dia, experiência é tudo e é isso que eles procuram. E, como é o primeiro emprego, essa experiência não existe. Dessa forma, não consigo emprego” ressalta o estudante João Venegas.
Para o jovem, está cada vez mais difícil ingressar no mercado de trabalho. Durante boa parte da nossa história, a maioria da população foi formada por jovens. O Brasil não tem experiência em ser um país de pessoas experientes. O desafio agora é enfrentar os novos problemas sem esquecer as antigas barreiras.
Essa barreira que se enfrenta ao tentar ingressar no mercado de trabalho, afeta não só os jovens, como também a economia. O jovem que demora, para entrar nesse mundo, quando entra, está com a produtividade baixa, o que acarreta em pequena produção e o não crescimento da economia.
Hoje, para cada 100 pessoas em idade para trabalhar, há 44 indivíduos menores de 15 anos ou maiores de 64 – patamar maior que o de outros emergentes, como China (37,7) e Rússia (43,5), mas ainda bem abaixo ao de países desenvolvidos e com elevado percentual de idosos como Japão (64) e França (59,2).
Segundo a professora de fisioterapia especializada em gerontologia Tereza Cristina Alvisi, o envelhecimento se dá pela queda na baixa taxa de fecundidade. “
Dessa forma, daqui a 40 anos, o cenário da população impacta no números de pessoas na idade reprodutiva, sendo necessário que esses indivíduos recebam incentivos para que tenham filhos – população que sustentará os idosos- ou na criação de projetos para mão de obra imigrante.