Símbolo da modernidade, o carro é meio de transporte para muitos, objeto de desejo e envolto de paixão para outros além de representação política e econômica. Em um primeiro momento todos importados e depois nacionalizados a força, déficits e reviravoltas marcam a trajetória desse importante setor, hoje em plena efervescência e quase irreconhecível quando comparado ao passado.
Inicialmente mercado de nicho, a partir dos anos 50 com a implementação do rodoviarismo o cenário começa a mudar e os primeiros modelos nacionais são lançados. Na ditadura militar, no entanto, o protecionismo econômico fez o o mercado, ainda muito dependente da importação, encarar um déficit de décadas entre os modelos comercializados no Brasil e no mundo, com adaptações de gerações descontinuadas sendo vendidas como novas.
A partir de 1990 com a abertura comercial, novas marcas e modelos bem mais equipados chegam. Nos anos 2000 a indústria nacional começa a reagir e projetos exclusivos são desenvolvidos, apesar de ainda baseados em plataformas antigas ou de baixo custo. No início dos anos 2010 o Brasil era o quarto maior mercado do mundo e a defasagem diminuiu consideravelmente, com a modernização das instalações e casos de lançamentos simultâneos com o mundo.
A crise econômica e o cenário político impactam mais uma vez, e o início da atual década foi marcado pela retração. Porém, nos últimos dois anos, a chegada de marcas chinesas e a retomada econômica agitaram o setor, moldando seus rumos em consonância aos desafios ambientais. Hoje ao se observar ruas e lojas, releituras de clássicos, símbolos novos em meio a faróis de LED, câmeras e sensores pela carroceria, e às vezes sem ruídos, mostram o atual capítulo dos carros e da sociedade.