A estranheza das coisas cotidianas

Em um estacionamento velho ou nos elementos mais esquisitos: encontrar um espaço para o belo
por
Isadora Taveira
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19/06/2023 - 12h

Soam vãos, dolorido epicurista, 
os versos teus, que a minha dor despreza; 
já tive a alma sem descrença presa 
desse teu sonho, que perturba a vista. 

Da Perfeição segui em vã conquista, 
mas vi depressa, já sem a alma acesa, 
que a própria ideia em nós dessa beleza 
um infinito de nós mesmos dista. 

Nem à nossa alma definir podemos 
a Perfeição em cuja estrada a vida, 
achando-a intérmina, a chorar perdemos. 

O mar tem fim, o céu talvez o tenha, 
mas não a ânsia da Coisa indefinida 
que o ser indefinida faz tamanha.

Em busca da beleza - Fernando Pessoa

 

Estacionamento abandonado
Estacionamento desgastado - Foto: Isadora Taveira
Paredes desgastadas
Teto antigo e desgatado - Foto: Isadora Taveira
Desgaste no chão
Desgaste causado pela chuva - Foto: Isadora Taveira

 

Pia suja de tinta
Ralo de pia sujo de tinta - - Foto: Isadora Taveira
Interruptor quebrado
Interruptor de luz e fios soltos - Foto: Isadora Taveira
Entulhos
Entulhos e antiguidades acumulados - Foto: Isadora Taveira
Toalha pendurada em corrente
Toalha suja pendurada em corrente - Foto: Isadora Taveira
Escada antiga encostada na parede
Escada antiga encostada na parede - Foto: Isadora Taveira
Cigarros velhos
Cigarros velhos - Foto: Isadora Taveira
Caixa de veneno e tijolo
Caixa de veneno e tijolo sujo - Foto: Isadora Taveira
Pia antiga e suja
Pia antiga e suja - Foto: Isadora Taveira