Ocorreu na quarta-feira, 13 de março, uma conversa na PUC-SP sobre a crise climática e o chamado antropoceno, conhecido como a era dos humanos. Os convidados eram o ativista e escritor Ailton Krenak, o climatologista Carlos Nobre e a jornalista Daniela Chiaretti. Foi debatido, principalmente, as mudanças climáticas e o impacto da humanidade na Terra. Krenak abriu a conversa falando sobre como a crise climática afeta de diferentes maneiras as populações, entre as mais desenvolvidas e as mais pobres, existe uma grande diferença de consequências e a gravidade delas. Citando o também escritor Eduardo Galeano, ele diz: “A serpente prefere picar o pé descalço, não de quem usa bota”.
Em sua primeira fala, Chiaretti comentou o fato de o dinheiro proveniente de investimentos para a descarbonização das economias globais foi destinado majoritariamente para países com situação econômica forte, ao invés dos mais fragilizados, citando como exemplo que apenas 6% foram enviados à países latino-americanos. Ela terminou dizendo que “sem dúvida”, a crise climática ameaça as democracias, visto que ela agrava problemas sociais.
Mais tarde, foram respondidas às perguntas do público. Sobre à relação entre o clima e o capitalismo, Carlos Nobre dissertou sobre como estamos chegando perto de ultrapassar os limites em problemas categorizados como “pontos de não retorno”, levando o planeta a um ponto de “ecosuicídio”. Também abordou a questão da juventude, que hoje em dia é mais ansiosa do que nunca, também causado pela incerteza do futuro diante das mudanças do clima.
Nem tudo foi pessimista, porém. Nobre urgiu a todos, dizendo que com uma juventude engajada, é possível tornar o Brasil líder em causas ambientais, ele citou primariamente o problema das emissões de carbono como uma causa viável de ser solucionada.
Fotos por Anderson Guilherme e Matheus Henrique