Criada em 2006, a semana de moda escandinava vem estabelecendo seu espaço no universo fashion graças a seu caráter rígido para uma boa conduta sustentável. Não recebendo o mesmo prestígio das quatro principais semanas de moda do universo fashion, a Copenhagen Fashion Week sintetiza a união de tendências e inovações no âmbito da moda sustentável, traço característico da cultura sueca.
Com o título de irmã mais nova, essa semana traz o progressismo e afronte que um dia foi característico da - agora mais tradicional - Semana de Moda de Londres. Sua CEO Cecilie Thorsmark listou 18 padrões rígidos que englobam áreas como diversidade, cadeia de suprimentos e a vida útil das peças de roupa, que devem ser cumpridos por todos os designers e marcas que queiram usar a semana como vitrine para o mercado mundial.
Assim, do dia 07 ao 11 de agosto, 31 marcas, entre elas veteranas e novatas, subiram às passarelas para mostrar o porque que Copenhagen está cada dia mais perto de roubar a coroa de capital da moda da antiga Paris.
Opening Day
O primeiro dia contou com a participação de grandes nomes como: Latimmier e A. Roege Hover, além da marca esportiva-casual 7 Days Active e da crescente estrela em ascensão Saks Potts.
A marca que carrega os sobrenomes de suas criadoras (Barbara Potts e Catherine Saks) é a mais nova queridinha de estrelas como Kendall Jenner e Lily Rose-Depp, devido a seu espírito que funde alfaiataria com denim e brilhos.
2º Dia
A estrela do segundo dia foi a marca finlandesa Rolf Ekroth e sua característica pegada romântica. Com looks de acento utilitário, combinando pontos dos anos 1960 e 1990, a coleção impressionou ao romantizar o grunge, sob um olhar ultra jovem.
Além da finlandesa, outras 8 marcas brilharam no segundo dia: Nicklas Skovgaard; Lovechild 1979; Vain; Remain; P.L.N. e a inovadora Sunflower.
A marca dinamarquesa abusou do pseudo jeans na maioria de seus looks. Com um forte elemento rockers do anos 80, o desfile foi ambientado pela banda Laid Back.
3º Dia
Com 9 marcas, o terceiro dia do evento teve uma maior presença de designers femininas, principalmente a ganhadora do Zalando Visionary Award, Paolina Russo, que teve seu debut no dia. A coleção da criadora inglesa teve enfoque na cultura do surf, com traços psytrance - estilo conveniente da comunidade frequentadora de raves - e leves toques hippies.
4º Dia
Na quinta-feira (10), penúltimo dia dos desfiles, foram a vez dessas marcas dominarem as passarelas: TG Botanical (marca ucraniana, que visa ampliar o conceito de moda relacionando-a com tecnologia e natureza); Munthe; Gestuz; The Royal Danish Academy; Mark Kenly Domino Tan; Helmstedt (marca alemã, com produção sob demanda em prol da sustentabilidade); Deadwood; Rotate e a tão esperada Ganni.
A Ganni é uma marca escandinava comprada pelo casal Ditte e Nicolaj Reffstrup, que reestruturaram a grife. Os novos donos fizeram questão de frisar que não se identificam com o título de ‘’marca sustentável’’, pois alegam que no cerne da moda há um estímulo à novidade e ao consumo, o que se traduz como uma contradição significativa com o conceito de sustentabilidade, mas afirmam estarem comprometidos com uma meta absoluta de redução de carbono de 50% até 2027. E se antes o foco estava em peças de cashmere, agora está em refletir o estilo escandinavo e nórdico, porém com uma abordagem moderna, vibrante e atual, além de ser a queridinha das it-girls como, por exemplo, da modelo Kendall Jenner.
The Last Call - 5º Dia
A responsável por encerrar a Semana de Moda de Copenhague foi a escandinávia Fine Chaos – fundada por Marc C. Møllerskov, que tem como público-alvo a geração Y (nascidos entre as décadas de 80 e 90), além de desafiar as normas sociais por meio da expressão artística ao criar roupas sem gênero diretamente para as minorias da sociedade, e estar sempre em constante busca por maneiras de reduzir o impacto ambiental durante toda a produção, que conta com apenas de 40 a 60 peças por item.
Algumas personalidades brasileiras compareceram ao evento, entre elas a influenciadora Livia Nunes Marques, que em entrevista a Glamour, falou sobre suas impressões: ‘’nessa temporada há uma presença forte de roupas com texturas, que costuma ser o ponto de partida de qualquer look. O jeans também é uma aposta como full look. Além disso, a estética dos anos 2010 segue com tudo, dada a sua adesão de tendências como pops de neon, blazers em abundância (embora desta vez oversized e despojados)’’.
É inegável que a indústria da moda é a segunda mais poluente do mundo, e que ainda de acordo com o blog de Lilian Pacce, ‘’os eventos em torno de uma semana de moda emitem uma grande quantidade de CO2, relativa a passagens áreas, comidas servidas, energia, deslocamentos etc. ‘’
Por esse motivo a Semana de Moda de Copenhague deve ser celebrada, por fornecer enfoque a marcas amigáveis ao meio ambiente, contrastando com outros eventos que acontecem anualmente em Nova Iorque, Londres, Paris ou Milão, e que recebem até mais reconhecimento que o da cidade escandinava.