“Intercâmbio é muito mais do que aprender inglês”

Foi o que descobriu Isadora Pressoto, estudante de jornalismo da PUC-SP, após uma temporada na Dinamarca, em 2019 e 2020
por
Isabelle Maieru
|
23/06/2022 - 12h
Imagem: Arquivo Pessoal/Isadora Pressoto


Imagem: Arquivo Pessoal/Isadora Pressoto

A estudante de jornalismo da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), realizou um intercâmbio de um ano para a Dinamarca, com início em 2019. A princípio, a decisão de residir em outro país durante um período de tempo teria sido motivada pela vontade de aprender outra língua. Porém, após começar a sua jornada, ela percebeu que fazer um intercâmbio vai muito além disso, pois possibilita aprender sobre novas culturas, viver outras experiências e conhecer novas pessoas, o que é muito enriquecedor para sua formação pessoal. 

Isadora realizou seu intercâmbio através do Rotary Clube, uma instituição social que presta serviços voluntários para a população. Ela já fazia parte da associação e decidiu participar de um processo seletivo para ganhar uma bolsa de estudos. Um dos critérios para poder participar, é aceitar receber outros intercambistas em  sua casa enquanto você reside na casa de outras três famílias no país escolhido. 

  Ao ser aprovada no processo seletivo, devido sua pontuação, ela poderia escolher entre diversos países para ir, inclusive os Estados Unidos, que normalmente é o país mais escolhido pelos intercambistas, e ao ser questionada do porque escolheu a Dinamarca, ela diz: "Foi um decisão totalmente de coração, antes da prova, eu estava pesquisando a respeito e me apaixonei pela Dinamarca, que eu nunca tinha pensado. Acho que foi Deus mesmo, foi de coração ".

Porém, como nem tudo são flores, ela enfrentou muitos desafios durante a sua estadia lá. O primeiro obstáculo que ela encontrou, foi a questão da língua. Quando Pressoto chegou à Dinamarca, ela falava apenas  o básico do inglês e não entendia nada do Dinamarquês. "Eu lembro de um dia na minha sala,  um menino contou uma piada e todo o grupo riu, eu pedi pra traduzirem em inglês. Ele novamente repetiu em dinamarquês. Na hora eu consegui entender que ele falou 'essa menina nunca vai falar a nossa língua não?!'. Nesse momento eu segurei o choro e decidi que eu só ia voltar de lá falando o melhor dinamarquês. Eu estudava todos os dias e quando eles falavam em inglês comigo, eu pedia para repetirem em dinamarquês. Assim eu ganhei o troféu de melhor falante de dinamarquês dos intercambistas da escola em que eu frequentava lá". 

Outro desafio que ela passou durante o período foi o surgimento do vírus da Covid-19. Na época em que ela residia lá, os primeiros casos da doença começaram aparecer e ninguém tinha conhecimento a respeito. "Eu fui um dos primeiros 70 casos de Covid da Dinamarca. Foi muito assustador, ninguém sabia nada da doença, você não podia ir para o hospital porque eles não sabiam como te receber. Minha mãe aqui do Brasil ficou desesperada, passou noites sem dormir preocupada comigo". 

Mas, apesar das experiências negativas, a brasileira também viveu coisas muito boas na Europa, foi lá que ela conheceu seu namorado Jacob, com quem mantém até hoje um relacionamento à distância e também foi lá que ela iniciou sua jornada nas redes sociais. “Minha amiga tailandesa tinha Tik Tok, sempre me falava pra eu criar um perfil e eu relutava. Um dia, ela pegou meu celular e criou. Eu postei alguns vídeos lá, mas nada muito certo. Quando cheguei ao Brasil, comecei a postar mais vídeos cantando, que é o meu conteúdo até hoje. Comecei a ver que os vídeos estavam crescendo e tendo bastante visualizações e isso foi o que me motivou a continuar postando. Hoje tenho mais de 700 mil seguidores no tik Tok e sigo me dedicando ao conteúdo " 

"Hoje me sinto muito orgulhosa de mim mesma por ter aprendido a lidar melhor com pessoas diferentes e com os comentários negativos da internet, que foi algo que o intercâmbio me deu. Aprendi também a lutar e não desistir dos meus sonhos. Não me arrependo de nada do que eu vivi lá e se eu tivesse que voltar no tempo, eu faria exatamente as mesmas escolhas novamente", afirma Isadora, que se prepara atualmente para em breve passar novamente pela experiência que é viver e estudar em outro país, desta vez o destino escolhido foi Portugal.

 

 


 

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