Neste final de semana, duas semanas depois do Grande Prêmio da China, os pilotos estão de volta ao Autódromo Internacional de Miami – a primeira etapa, de três, que acontecerá nos Estados Unidos neste ano.
A pista foi construída ao redor do Hard Rock Stadium, casa dos Miami Dolphins durante a temporada da National Football League (NFL) e teve sua primeira corrida realizada em 2022. Os quatro dias de evento sempre contam com a presença de diversos famosos, como Serena Williams, David Beckham, Michelle Obama e Michael Jordan. Sendo alvo de muitas críticas dos pilotos no primeiro ano, melhorias foram feitas no percurso, em 2023. Porém, um dos maiores desafios continua sendo o calor intenso da cidade nessa época.
Ano passado, o show de Will.l.Am antes da corrida e a apresentação de cada piloto, pelo rapper LL Cool J, também gerou reclamações. Essas, giram em torno do tempo gasto na apresentação no estilo americano. “É uma distração para nós porque ficamos meia-hora debaixo do sol, no grid, com nossos macacões. E não acho que haja nenhum outro esporte no mundo em que, 30 minutos antes de você fazer o seu trabalho, você fique exposto ao sol, cercado por câmeras e fazendo um show. Aprecio isso no mundo do entretenimento, mas só queremos o melhor para o esporte.” comentou George Russell, piloto da Mercedes.
DURANTE A PAUSA
As duas semanas, desde a etapa da China, tiveram movimentações inesperadas no mundo do automobilismo. A troca de vaga, ao final de 2024, de Nico Hülkenberg, e a saída de Adrian Newey da Red Bull, foram os destaques.
Na última quinta-feira (26), veio o anúncio da mudança de Hülkenberg. O piloto deixará a Haas, após duas temporadas, e retornará à Kick Sauber, equipe que será casa da Audi em 2026. Com o seu companheiro de equipe ainda indefinido.
A confirmação de Newey fora da RBR, por sua vez, veio somente na quarta-feira (01). As especulações de sua saída, após uma parceria de 19 anos, e a ida para Ferrari já circulavam o paddock. Em comunicado oficial, Christian Horner – chefe da Red Bull – disse que Newey só estará presente em certas corridas de 2024, mas que continuará trabalhando no projeto do RB17. A contratação dele pela Ferrari, ou qualquer outra equipe, ainda não é oficial.
Em Ímola, foram feitas homenagens em recordação dos 30 anos da morte do austríaco Roland Ratzenberger e do ídolo brasileiro, Ayrton Senna. No autódromo italiano, autoridades esportivas e fãs se reuniram, levaram flores e prestaram um minuto de silêncio em respeito aos dois atletas.
EM 2024
Em relação ao campeonato deste ano, o GP traz uma nova chance para os sete pilotos do grid que ainda não pontuaram. A dúvida é se o vencedor invicto da pista, Max Verstappen (Red Bull), conquistará mais uma vitória ou se o pódio contará com novos nomes, como Carlos Sainz (Ferrari), o único, sem ser o holandês, a vencer corridas no último ano.
Confira os horários do Grande Prêmio de Miami:
Sexta-feira:
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Treino Livre 1 às 13h30 (horário de Brasília)
- Qualificação Sprint às 17h30 (horário de Brasília)
Sábado:
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Corrida Sprint à 13h00 (horário de Brasília)
-
Qualificação às 17h00 (horário de Brasília)
Domingo:
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Corrida às 17h00 (horário de Brasília)
Na sexta-feira (26), o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) suspendeu o empresário John Textor, CEO do Botafogo, por 45 dias longe de qualquer atividade relacionada ao futebol. Por já ter ficado suspenso por 28 dias, faltam apenas 17 de afastamento para cumprir. Ainda pelas punições, Textor terá de pagar multa de R$100 mil, sendo R$50 mil para à CBF e R$50 mil para instituições de caridade.
As punições foram consequência das acusações, sem provas, feitas pelo empresário após o jogo entre Botafogo e Palmeiras, no Campeonato Brasileiro de 2023. Na ocasião, a equipe paulista venceu de virada por 4 a 3, no Estádio Nilton Santos.
No final do jogo, o dirigente do time carioca disparou contra a arbitragem e Ednaldo Rodrigues, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). As reclamações do empresário eram por conta da expulsão do zagueiro Adryelson, no segundo tempo, em lance com o atacante Breno Lopes.
“O mundo todo viu, isso não é cartão vermelho. Ele (Adryelson) pegou a bola primeiro. Não tenho certeza nem se foi falta. Mas não é cartão vermelho, ele mudou o jogo. Isso é corrupção, isso é roubo. Por favor, me multa, Ednaldo, mas você precisa renunciar amanhã de manhã. É isso que precisa acontecer. Esse campeonato se tornou uma piada”, disse Textor à TV Globo.
Após a sua fala, Textor foi punido de forma preventiva por 30 dias. A suspensão chegou a ser aumentada para 35 dias, mas o time carioca conseguiu efeito suspensivo para que o empresário conseguisse acompanhar a reta final do Brasileirão.
Ao final da temporada, o alviverde paulista terminou como campeão do Brasileirão série A, com 70 pontos, enquanto o Glorioso ficou apenas na quinta colocação, com 64 pontos.
Polêmica para gringo ver
Já em 2024, John Textor voltou a fazer acusações sobre manipulação de resultados e favorecimento de times. Em março, o dirigente do Botafogo publicou em site próprio um vídeo onde acusava árbitros de “divisão menor”. A explicação aconteceu após o CEO apontar que árbitros teriam reclamado por não receber propina após um jogo.
“Eu nunca disse que tenho gravação de árbitro envolvido em manipulação de resultados em jogos da Série A do Campeonato Brasileiro, ou em jogos do Botafogo, na Série A ou Série B”, argumentou. “Foi numa divisão menor. É um jogo conhecido por nós. Tem um treinador, tem um time, tem pessoas que identificamos. E tem uma gravação de um juiz falando que ele estava triste de ter perdido dinheiro porque o jogo que ele estava tentando manipular não tinha ido do jeito que ele tentava influenciar. Ele foi específico. Ele deu um minuto de acréscimo, deu um pênalti que não devia, e o atacante bateu o pênalti na trave. E ele reclamou, disse ter feito tudo que podia. É um sotaque carioca. Isso nos permite identificar o árbitro. Ele tentou de tudo, mas não conseguiu achar outro pênalti”, completou Textor ao contextualizar em que ocasião teria ocorrido a suposta gravação.
A suposta gravação teria sido autenticada e entregue para autoridades competentes. No entanto, Textor foi denunciado com base nos artigos 220-A e 223 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) por “deixar de colaborar com os órgãos da Justiça Desportiva e com as demais autoridades desportivas na apuração de irregularidades ou infrações disciplinares e deixar de cumprir ou retardar o cumprimento de decisão, resolução, transação disciplinar desportiva ou determinação da Justiça Desportiva”.
Outra acusação feita pelo empresário diz respeito a manipulação em partidas do Campeonato Brasileiro nas temporadas de 2022 e 2023 - ambos vencidos pelo Palmeiras. Segundo o próprio empresário, a base das acusações são relatórios feitos por uma inteligência artificial especializada.
Diante das denúncias, o STJD iniciou uma investigação e exigiu que todas as provas fossem apresentadas em três dias. Porém, Textor não cumpriu com os prazos, o que levou a decisão do Tribunal pelas punições.
Essa não foi a única vez que Textor foi punido por não apresentar provas. Em novembro de 2023, o mandatário acusou a CBF de corrupção, devido a erros de arbitragem e foi denunciado por não apresentar provas referente às afirmações.
Durante entrevista ao “Canal do Medeiros” no dia 01 de abril deste ano, Textor continuou comentando sobre a situação vivida no último campeonato, onde o Botafogo chegou a abrir 13 pontos de vantagem para o segundo colocado Palmeiras e terminou na quinta colocação, enquanto a equipe paulista ergueu a taça.
“Ano passado foi turbulento. Não vou deixar o que aconteceu ano passado passar batido. Estamos em uma nova temporada. Temos provas pesadas, 100% confirmadas de que o Palmeiras vem sendo beneficiado por manipulação de resultados por pelo menos duas temporadas. Desculpe se isso vai criar barulho, mas tenho provas, vou mandar aos procuradores. Estou aqui para defender a honra do meu clube. Posso prometer a vocês que ninguém vai mexer nas nossas partidas desse ano”, afirmou.
Com tantas alegações, Textor foi convidado a depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga possíveis manipulações de jogos no futebol brasileiro. O empresário apresentou relatórios e documentos que, de acordo com ele, evidenciam a manipulação de resultados no futebol.
“Sou dono de um clube, quero ganhar campeonatos e se eu puder provar, além de uma margem de dúvida, que 2022 foi manipulado, que 2023 foi manipulado, juntos de outras evidências de anormalidades, poderia fazer com que o Tribunal Desportivo, a polícia e esse corpo legislativo possam tomar ações”, disse durante a sessão na CPI.
Em novas denúncias, sem apresentar nenhuma evidência, o CEO da SAF do Botafogo menciona uma suposta manipulação dos jogadores no confronto entre Palmeiras e São Paulo, quando o Verdão venceu por 5 a 0.
O alviverde paulista já classificou a acusação como “bizarra tentativa” de justificar a perda do título Brasileiro de 2023, e acionou o empresário juridicamente. A equipe tricolor também interpelou criminalmente o dirigente norte-americano, chamando de “ato impensado” e “irresponsável” as acusações.
A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, e o do São Paulo, Julio Casares, também foram convidados a depor no na CPI das Apostas no Senado. Ambos já se pronunciaram publicamente e negaram todas as acusações e criticaram Textor.
Os relatórios produzidos por inteligência artificial também colocaram sob suspeita um confronto entre Palmeiras e Fortaleza, pelo Brasileirão de 2022. Na ocasião, pela 32ª rodada do campeonato, o Palmeiras venceu a equipe cearense por 4 a 0. O Leão do Pici também repudiou “de forma veemente” as declarações do presidente do Botafogo.
Nota do Palmeiras: “O Palmeiras vem adotando todas as medidas jurídicas cabíveis contra o dono da SAF do Botafogo, John Textor, e não pretende se manifestar novamente sobre a bizarra tentativa do caricato cartola de justificar a perda do título brasileiro de 2023. Confiamos que as autoridades competentes tomarão as providências necessárias com a urgência que o tema exige.”
Nota do São Paulo: “O São Paulo Futebol Clube tomou conhecimento e repudia veementemente as graves e infundadas acusações de participação de atletas do elenco tricolor em manipulação de resultado feitas pelo dono da SAF Botafogo. Tal afirmação sem nenhum vestígio de prova ataca a idoneidade de jogadores do elenco profissional masculino e a lisura da instituição São Paulo FC em seus 94 anos de história. O clube já acionou seu departamento jurídico, que estudará e tomará as medidas cabíveis na esfera legal.”
Nota do Fortaleza: "O Fortaleza repudia de forma veemente as declarações do Sr. John Textor, dono da SAF do Botafogo, que acusa atletas do tricolor de estarem envolvidos em esquema de manipulação de resultados. Lamentamos que essas afirmações proferidas, sem a apresentação de quaisquer provas, possam macular a reputação de nossa instituição centenária, gerando assim danos na imagem do clube. Não acreditamos nessa forma de fazer futebol, preferimos o caminho da verdade, e caso o Sr. John Textor tenha provas, que as apresente para que os culpados sejam punidos. O Fortaleza Esporte Clube espera que tudo, seja esclarecido de forma legal, e caso necessário, tomará todas as medidas judiciais cabíveis."
No último sábado (27), Gui Santos, jogador do Golden State Warriors, realizou uma tarde de autógrafos na NBA Store do Shopping Morumbi Town, em São Paulo. A AGEMT entrevistou o jornalista e comentarista, Ricardo Bulgarelli, que foi questionado sobre a influência da National Basketball Association (NBA) no Brasil e do atleta brasileiro nos torcedores e nos adolescentes brasileiros praticantes do esporte. Além disso, fãs na fila do evento foram questionados pela AGEMT sobre o que sentem, ao ver um brasileiro em quadra pela principal liga de basquete no mundo.
A INFLUÊNCIA DA NBA NO BRASIL
Quando questionado sobre a popularização da NBA no Brasil, Ricardo Bulgarelli disse que o Brasil sempre foi apaixonado pela modalidade. “O basquete sempre foi o segundo esporte dos brasileiros. A seleção durante os anos 50 e 60 sempre foi bem competitiva, sendo uma das quatro potencias do basquete até a metade dos anos 80. Depois sim, com a separação da União Soviética e com mais equipes participando, surgiram mais adversários. A globalização da NBA também ajuda demais nessa popularização”, afirmou o comentarista da Prime Video.
A liga americana começou a ganhar relevância no Brasil, com a chegada de grandes jogadores, como Magic Johnson e Larry Bird. Nos anos 80, chegou o principal deles, Michael Jordan, que revolucionou a competição, tanto dentro de quadra, quanto fora. “O brasileiro sempre foi apaixonado por basquete, a NBA é consequência”, completou Bulgarelli.
Gui Santos, draftado para a temporada de 2024 pelo Golden State Warriors, tem a oportunidade de jogar em uma das franquias mais queridas pelo público no Brasil, com uma grande base de fãs. Porém, o jogador não foi o primeiro brasileiro a atuar na liga, e sim, o décimo nono. Antes dele, Anderson Varejão, Tiago Splitter e, Leandrinho Barbosa foram alguns dos principais jogadores do Brasil na NBA.
“A gente torce para os brasileiros que vão para lá, permanecerem. O fato dele ter sido draftado em uma grande franquia não, mas sua permanência é o que influencia, porque as características dele ajudam demais o Warriors. Ele é um cara que pensa no jogo coletivo, não tem vergonha de fazer um bloqueio e não está preocupado em ser o cestinha, ele joga pelo amor ao esporte”. Bulgarelli não acredita que a posição de Gui Santos influencia a criação de novos brasileiros querendo jogar na liga, apenas por estar em uma equipe relevante: “Os garotos que jogam basquete hoje, jogam para jogar na NBA, independente se tem brasileiro lá. Já chegamos a ter nove brasileiros em uma só temporada e não transformamos esse país, no país do basquete”, completou.
Porém, é inegável que ter o Brasil na NBA, faz com que os brasileiros tenham a sensação de estar mais próximos da liga. Mas, o jornalista revelou que fazer uma narração in loco foi o que fez ele se sentir mais conectado ao basquete americano. “Eu tenho quase 30 anos de profissão e já tinha ido para os Estados Unidos assistir, coordenar e produzir matérias para os All Stars de 98, 2001 e 2002. Mas, como comentarista, foi no ano passado, nas finais do Leste, aí sim, estando lá comentando na cabine do lado de uma televisão importante, descer na coletiva pré e pós jogo, sentir o calor da partida, isso sim me faz me sentir mais próximo da NBA.”
TARDE DE AUTÓGRAFOS
O evento de sábado (27), contou com a presença de milhares de pessoas, a maioria da torcida do Golden State Warriors, mas também alguns fanáticos por outras franquias. Durante os encontros com o atleta, era possível ver crianças e adolescentes emocionados, ao lado da estrela brasileira.
Alguns desses fãs abriram o coração, e falaram um pouco sobre a relevância de ter um brasileiro NBA. Isabela Santos, torcedora dos Warriors, disse que é incrível ver Gui Santos fazendo cestas em jogos tão importantes, como contra o Lakers, e ainda ter o trio principal da equipe [Stephan Curry, Klay Thompson e Draymond Green] comemorando por ele.
Camilla, de 25 anos, e torcedora do Minnesota Timberwolves comentou: “Eu acompanho o Gui, o Mãozinha [brasileiro no Memphis Grizzlies] e a Kamilla Cardoso [jogadora brasileira draftada na WNBA] e vejo como uma representatividade muito legal, especialmente porque temos um público brasileiro muito grande assistindo “.
Sobre a valorização do esporte no país, foi a vez da torcedora de 19 anos do Boston Celtics, Graice Silva, dizer: “Eu pratico esportes e sei como é difícil aqui no Brasil. Ver um jogador tendo uma carreira fora do nosso país é maravilhoso, é saber que a pessoa deu duro e no final conseguiu chegar em um lugar onde o esporte é valorizado.” Gustavo Almeida, torcedor do Miami Heat, afirmou que é muito bacana ter alguém representando o país, o que abre chances para os brasileiros um dia sonharem em ter um lugar na NBA.
Nesta quarta-feira (01), completam exatamente 30 anos da morte de Ayrton Senna. Enquanto fazia a sétima volta e entrou na curva Tamburello, no circuito de Ímola, na Itália, Senna – na época correndo pela Williams – colidiu fortemente contra o muro. Exatamente às 13h17, o mundo se calou diante do trágico falecimento do ídolo, não somente brasileiro, mas de todo o mundo.
Trajetória
Ayrton Senna da Silva nasceu na cidade de São Paulo, no bairro de Santana, no dia 21 de março de 1960. Filho mais novo de Milton Teodoro Guirado da Silva e de Neide Senna, iniciou no kart quando tinha apenas 4 anos, e corria com o pequeno carro que foi construído pelo pai. O motor do veículo, que foi retirado de um cortador de grama, atingia até 60km/h.
Aos 13, enquanto corria no Kartódromo de Interlagos, – que agora leva o seu nome -- Senna conquistou o que seriam as primeiras de muitas poles positions e vitórias em sua carreira. Em 1974 e 1975, o piloto venceu o Campeonato Paulista de Kart, na categoria Júnior e, quatro anos depois, foi campeão brasileiro da modalidade.
Em 1983, Ayrton se mudou para a Europa. Foi quando estreou e venceu a Fórmula 3 britânica, atingindo uma marca impressionante: das 20 corridas na temporada, foram 12 vitórias, 14 pódios e apenas seis abandonos. Ele não subiu ao pódio somente nas corridas em que não pôde completar a prova. Após esse desempenho impressionante, as oportunidades de competir na tão sonhada Fórmula 1 começaram a surgir.
Enquanto corria no campeonato inglês, Frank Williams – ex-piloto e fundador da equipe Williams Racing – convidou o jovem Senna para realizar um teste com um carro da principal categoria do automobilismo.
Fórmula 1
No ano seguinte, em 1984, Senna iniciou sua carreira na Fórmula 1 com a equipe Toleman – que, anos depois, seria chamada de Benetton. Sua estreia foi realizada em solo brasileiro, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. Devido a uma falha mecânica, ele foi obrigado a abandonar a prova.
Porém, seus primeiros pontos não demoraram para vir. No Grande Prêmio seguinte, na África do Sul, ele passou pela bandeira quadriculada em sexto lugar, conquistando seu primeiro ponto. Neste ano, o piloto brasileiro terminou em nono, na frente do piloto Nigel Mansell, da Lotus, que já era considerado experiente na F1.
Neste mesmo ano, Senna ganhou o título de Rei da Chuva e Mestre de Mônaco, na primeira vez em que correu nas pistas molhadas do GP de Monte Carlo, considerado por muitos o circuito mais difícil do calendário. Largando em 13°, em 10 voltas já havia ultrapassado seis outros pilotos. Ele alcançou a terceira posição na volta 19, atrás apenas de Niki Lauda e Alain Prost.
Na 31ª volta, depois de uma colisão de Lauda, o brasileiro estava a apenas sete segundos do primeiro colocado, e foi quando o então atual diretor de provas da Fórmula 1, Jacky Ickx, interrompeu a corrida alegando que a chuva estava muito intensa e que não haviam condições dos pilotos continuarem a disputa.
Em 1985, seu segundo ano na categoria, Ayrton trocou a Toleman pela Lotus, onde conseguiu sua primeira vitória. No domingo chuvoso de 21 de abril, no GP de Portugal, ele garantiu seu triunfo com mais de um minuto de diferença para o segundo carro, de Michele Alboreto, da Ferrari.
Em 1987, na sua última passagem pela Lotus, Senna foi o primeiro piloto brasileiro a vencer no sofisticado Grande Prêmio de Mônaco. Essa seria a primeira de seis vitórias nesse mesmo circuito – sendo, até hoje, o maior vencedor do traçado.
Um ano depois, Ayrton Senna e Alain Prost dirigiam para a McLaren. Apesar de companheiros de equipe, a disputa entre os dois foi eternizada como uma das maiores rivalidades na história do automobilismo. Após a estreia na nova equipe, no Rio de Janeiro, Senna teve seu melhor desempenho até então, foi quando o brasileiro quebrou o recorde de mais poles em uma temporada, em 12 oportunidades. Além disso, depois de vencer oito, das 16 corridas da temporada, conquistou seu primeiro Campeonato de Pilotos.
Senna também venceu os campeonatos de 1990 e 1991 com a McLaren. E, em 24 de março de 91, teve sua vitória mais emocionante. Com chuva e o carro preso na sexta marcha, Ayrton venceu pela primeira vez no Grande Prêmio de Interlagos. A corrida foi extremamente complicada e exaustiva para o piloto brasileiro, que precisou de ajuda para sair do carro e quase não teve forças para levantar o troféu e mostrá-lo ao público brasileiro, que foi ao delírio com a vitória do ídolo nacional.
Em 1993, Ayrton fez a chamada “Volta Mágica - a melhor primeira volta de todos os tempos”, no GP da Europa, na Inglaterra – quando ultrapassou Michael Schumacher (Benetton), Karl Wendlinger (Sauber), Damon Hill (Williams) e Alain Prost (Williams) na pista molhada e em um intervalo de apenas um minuto e meio. O brasileiro venceu a prova com maestria, dando uma volta completa em 18 dos outros 19 pilotos, deixando somente Damon Hill, o segundo colocado da prova, de fora.
Porém, três anos depois, o GP de San Marino – atual GP de Ímola – estava fadado à tragédia. Na sexta-feira, Rubens Barrichello sofreu um grave acidente, que o deixou com uma luxação na costela e uma fratura no nariz. No sábado, durante o treino classificatório, o iniciante austríaco Roland Ratzenberger sofreu um acidente fatal, na curva Villeneuve. Mesmo assim, a direção de prova determinou que a corrida deveria ocorrer normalmente.
No início da corrida do dia 1 de maio de 1994, um primeiro acidente envolvendo JJ Lehto (Benetton) e Pedro Lamy (Lotus) deixou nove pessoas na arquibancada feridas por conta dos destroços que voaram da pista. A competição continuou e, na sétima volta, Senna colidiu com o muro da curva Tamburello.
O impacto quebrou a barra de suspensão de sua Williams e atingiu o piloto na testa, atravessando o capacete. Ayrton Senna sofreu uma morte cerebral instantânea devido ao traumatismo craniano. Por ter falecido na pista, a prova deveria ter sido interrompida imediatamente, porém, após o socorro retirar o brasileiro da pista, a corrida continuou e Schumacher conquistou o primeiro lugar e subiu no pódio sem comemoração, mesmo ainda sem saber sobre o estado de Senna.
Reações
Após a notícia do falecimento do piloto, considerado herói nacional, foi declarado luto oficial de três dias e nos dias do velório, dia 4 e 5 de maio, as repartições públicas na capital paulista tiveram ponto facultativo decretado.
O corpo de Senna foi velado na Assembleia Legislativa de São Paulo e o cortejo levou o piloto e mais de um milhão de pessoas até o cemitério do Morumbi. Para carregar o caixão, vários pilotos vieram a São Paulo. Até mesmo Alain Prost, o maior rival de Senna, deixou de lado a competição e prestou suas condolências.
Senna na visão jornalística
Em entrevista à AGEMT, o comentarista de automobilismo do Grupo Globo, Rafael Lopes, contou como o piloto brasileiro teve relevância na sua vida. “Quem me apresentou ao mundo da Fórmula 1 foi a minha mãe, e quando eu tinha uns oito anos eu comecei a ver o Senna correndo. Se eu estou aqui hoje, falando sobre automobilismo, é por influência dele”, comentou.
“Ele tinha muito talento. Para a população do Brasil, ver um outro brasileiro ser o melhor naquilo que fazia, era maravilhoso. A rivalidade com o francês Alain Prost aumentava ainda mais essa torcida, tendo um lado do ‘bem’ e do 'mal’. No nível mundial, acho que principalmente os ingleses e alemães reconheciam e idolatravam Senna por seu talento. Além disso, ele era muito adorado pelos japoneses, juntando multidões pelo país.”, disse o jornalista, com mais de 18 anos de experiência, sobre a grandiosidade do piloto, não apenas no Brasil, mas mundialmente.
Rafael se emocionou ao falar sobre como era ver seu ídolo nas pistas, ele afirma que o piloto corria em outro patamar e superava os limites do próprio carro que dirigia. “Se eu pudesse escolher uma corrida do Senna para ir fazer uma reportagem, não teria como eu falar outra que não seja a de 1991, no Brasil. Aquela vitória foi histórica, foi como final de Copa.”, continuou.
Quando Senna sofreu o acidente no GP italiano, Lopes tinha apenas 10 anos, e falou como foi, tão novo, lidar com a morte de um ídolo no esporte: “Todos estavam esperando ele sair do carro, porque era o que acontecia. Depois começaram a chegar médicos, ambulância e o helicóptero, então pensamos ‘ele vai ficar fora de algumas corridas, mas depois ele volta’. Mais tarde veio a notícia do falecimento e eu lembro que eu e minha mãe choramos. No dia seguinte, só se falava sobre isso na escola, ninguém nem lembrava que o Schumacher tinha vencido a corrida, eu até fui repreendido pela professora por ter terminado de ver a corrida depois do acidente.”
O jornalista também falou sobre o legado que Ayrton Senna deixou na segurança no automobilismo: “Infelizmente, ou felizmente para os pilotos atuais, o legado dele foi a melhoria na parte de segurança do carro. Antigamente, era possível ver até os ombros dos pilotos e os equipamentos de segurança não eram tão efetivos como são hoje. Depois da morte do Senna, só houve mais uma morte na Fórmula 1, e foi erro da direção de prova”.
Julianne Cerasoli, jornalista e dona da coluna ‘Pole Position’ no UOL, já atendeu mais de 160 Grandes Prêmios e também falou à AGEMT, sobre a figura de Senna: “Ele era um personagem muito interessante como um todo, capaz ao mesmo tempo de atos de muita generosidade fora da pista e extremo egoísmo dentro dela. De fala doce e de manobras arrojadas, ele também era marcado pelo perfeccionismo que elevou o nível do esporte”.
A jornalista comentou sobre quando assistia as corridas na sua infância: “Minhas lembranças são mais de criança mesmo, mais afetuosas, então não conseguiria apontar um momento em especial”. Além disso, ela destacou Senna como orgulho nacional, por conta do período desestabilizado economicamente. “Ele sempre fazia questão de passar uma mensagem de orgulho de ser brasileiro e de mostrar que nós também éramos capazes de fazer coisas boas.”.
Julianne contou como Senna a fez perceber a disparidade entre os pilotos e equipes europeias, quando comparadas aos brasileiros que estavam envolvidos no automobilismo, mas que ele também mostrou ao mundo que podemos ser respeitados.
“Ele elevou o nível do esporte como um todo. Não era apenas um piloto muito talentoso, mas era alguém também que trabalhava bem sua relação com os jornalistas e internamente nas equipes por que passou, que cuidava do preparo físico, da alimentação. Era um homem de negócios, se preocupava em usar sua posição para ajudar os menos privilegiados. Depois dele, esse passou a ser o novo padrão esperado de um grande campeão da F1”, a jornalista completou, sobre o legado de Ayrton Senna no mundo do automobilismo.
Fórmula 1 depois do Senna
Em 2014, Jules Bianchi sofreu um grave acidente no GP de Suzuka, no Japão, que o deixou em coma por 9 meses. Após uma bandeira amarela, um guindaste entrou na pista para remover o carro de Adrian Sutil, enquanto os outros pilotos ainda estavam correndo. Por conta do tufão Phanfone, uma forte chuva atingia o autódromo, Bianchi derrapou e bateu embaixo do equipamento. Ele foi o último piloto a falecer enquanto competia na F1.
Esse acidente fez com que novas medidas de segurança fossem tomadas, de maneira que protegessem melhor os pilotos enquanto estivessem no cockpit. Apesar de muito criticado na época, a instalação do Halo – peça curvada que fica sob a cabeça dos pilotos – já salvou a vida de mais de oito pilotos, entre eles Lewis Hamilton em Monza, em 2021; Charles Leclerc em Spa-Francorchamps, em 2018; Romain Grosjean, na batida em que sua Haas partiu ao meio e explodiu no Bahrein, em 2020 e o mais recente, com Guanyu Zhou preso entre a barreira de pneus e o alambrado, em 2022, na etapa de Silverstone.
Desde a morte de Senna, em 1994, já foram 11 pilotos diferentes sendo campeões mundiais, oito equipes campeãs e 542 GPs disputados. A Williams venceu mais dois campeonatos de Construtores, enquanto a McLaren venceu apenas um. Senna ainda mantém alguns recordes até hoje, como mais vitórias em Mônaco, maior número de poles e primeira fila consecutivas.
Depois de cinco anos, Bahia e Vitória voltaram a se enfrentar pela série A do Campeonato Brasileiro. Em jogo válido pela 3ª rodada, no domingo (21), no Barradão, as equipes baianas empataram em 2 a 2. Esse foi o quinto confronto entre os dois times no ano, que decidiram o Campeonato Baiano no início da temporada, com título do Vitória.
O jogo começou de maneira bastante disputada e estudada. As primeiras investidas partiram do Bahia, que arriscou principalmente com chutes de fora da área. Porém, foi o Vitória que abriu o placar, aos 20 minutos. Depois de Jean Lucas perder a bola, Zeca encontrou Matheusinho na área, que cabeceou. Marcos Felipe, goleiro do Bahia, fez uma grande defesa, mas o meia aproveitou o rebote para colocar o Leão à frente no placar.
A partida continuou equilibrada, ambas as equipes criaram boas oportunidades e os goleiros realizaram defesas importantes para manter o placar sem mudanças. A partir dos 35 minutos, o Bahia passou a dominar todas as jogadas até o final da primeira etapa. No entanto, pecou nas finalizações e encontrou dificuldades para superar o goleiro Lucas Arcanjo.
Durante o segundo tempo, o Vitória foi superior. O time subiu para o ataque desde o minuto inicial da etapa, e conseguiram chegar ao segundo gol, aos 12 minutos, com Wagner Leonardo de cabeça, após escanteio cobrado por Matheusinho.
O Bahia teve três chances em um intervalo de três minutos, punindo o bom segundo tempo do Vitória. Após a bola bater no travessão, Biel só empurrou a sobra para dentro do gol, aos 23 minutos. Aos 27, com assistência do próprio Biel, Everaldo soltou um míssil do meio da rua e fez um golaço, que garantiu o empate para o Bahia.
PRÓXIMOS CONFRONTOS
Os clubes voltam a jogar pelo Campeonato Brasileiro, no próximo final de semana, pela quarta rodada. O Bahia enfrenta o Grêmio às 21h do próximo sábado (27), na Arena Fonte Nova, em Salvador. O Vitória enfrenta o Cruzeiro, fora de casa, às 16h, no próximo domingo (28), no Estádio Mineirão.