​Vozes do Futebol​

​Ícone da Narração Esportiva tem sua trajetória celebrada no Museu do Futebol, em São Paulo.
por
Maria Claudia B. Sampaio
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29/04/2025 - 12h

 

 

Futebol de mesa– Museu do Futebol  

​Imagem: Arquivo pessoal 

A arte de colocar emoção na voz é dominada por poucos e vai além do simples ato da fala. Assim como uma música traz lembranças de algo bom, sentimentos inesperados, ou até mesmo uma conexão com algo ou alguém, uma narração de futebol de determinado narrador pode causar o mesmo impacto ou até maior.  

No Museu do Futebol, em São Paulo, há uma exposição que celebra a história do futebol e sua chegada ao Brasil através de Charles Miller (esportista nascido na cidade que trouxe o futebol da Inglaterra). Celebra também, a trajetória de narradores de futebol ícones do nosso país. Através de uma linha do tempo interativa no formato de dial (painel que indica as frequências das emissoras e permite ajustar a sintonia), o visitante explora trechos das locuções que marcaram a história do futebol, além disso, evoca uma nostalgia das tardes de domingo, quando assistir ao futebol na TV era um ritual familiar. 

Entre os nomes mais emblemáticos desse dial, especificamente da década de 1970, encontram-se Fiori Gigliotti, Waldir Amaral, José Silvério e Osmar Santos, um dos narradores mais importantes da história da narração futebolística do nosso país. Osmar, era conhecido como “O Pai da Matéria” e se tornou um dos comentaristas esportivos de rádio e TV mais lendários. Conhecido por sua criatividade, irreverência e seu jeito inovador de transmitir as partidas de futebol, cativava e emocionava o torcedor de qualquer torcida. 

 

 

 

Imagem de vídeo game

O conteúdo gerado por IA pode estar incorreto. ​​Dial interativo – Museu do Futebol  

​Imagem: Arquivo pessoal 

​ ​“O que me chamou atenção, ou o que eu gostei bastante, foi a parte onde podemos escolher e escutar as narrações. Quando criança eu não tinha noção da importância da locução de futebol, mas através do meu pai e de vídeos na internet pude experienciar um dos locutores, que na minha opinião, transmitia a emoção como nenhum outro: Osmar Santos.”, diz Gabriel Moraes, estudante de inteligência artificial, na PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo). 

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​Osmar, foi influenciado por grandes nomes da literatura como: Carlos Drummond de Andrade, Camões e Eça de Queirós. Apaixonado por poesia, viu nela uma maneira de moldar sua abordagem narrativa e criativa na locução esportiva.   

​Com grande senso de humor, Osmar criava bordões com a mesma facilidade que narrava uma partida de futebol. Seus bordões, foram imortalizados e continuam ecoando nas memórias dos brasileiros que o admirava. Quem nunca ouviu o famoso bordão “Parou por quê? Por que parou?” e o “E que gooool”. Entre todos os seus bordões, os que eram mais conhecidos e viraram sucesso na boca do povo foram: “Ripa na chulipa” e “Pimba na gorduchinha”, comumente utilizados no momento crucial da partida: o tão esperado gol. 

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