Venda de ebooks traz independencia financeira para autoras

Com os meus livros físicos, preciso escolher entre pagar a conta de água ou de telefone, mas com e-books sustento minha família”, conta Kel Costa
por
Vicklin de Moraes e Maria Eduarda Frazato
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02/07/2021 - 12h

O mercado de e-books está em ascensão. Autoras que começaram no Wattpad como Anna Todd (After) e Beth Reekless (A barraca do beijo) atualmente são best-sellers e suas adaptações já chegaram às telonas. Mas nem só as escritoras internacionais conquistaram o topo, no Brasil o top 100 de mais lidos da Amazon é dominado por mulheres que conquistam sua independência financeira através dos e-books.

Uma pesquisa da Nielsen feita em parceria com a Câmara Brasileira do Livro e o Sindicato Nacional dos Editores de Livros, revela que o mercado editorial aumentou em 115% seu faturamento com conteúdo digital de 2016 a 2019, rendendo R$ 103 milhões no ano passado, com venda de 4,7 milhões de unidades

Ane Pimentel, pseudônimo de duas amigas tímidas que escrevem e publicam no Kindle (plataforma da Amazon). São best-sellers com 15 e-books lançados desde que começaram a trabalhar em parceria, em 2014, “fomos desenvolvendo juntas as cenas e diálogos”.

Ambas afirmam que escrever por conta própria é mais rentável e gera menos problemas. “Em 2015 começamos a mostrar ao mundo nosso texto por meio do Wattpad e fomos abordadas por uma editora. Pensando que era uma chance única de termos nossos livros na estante, assinamos contrato e fizemos nossa trilogia em versão impressa. A imaturidade fez essa experiência ser bem ruim, nos prendemos a uma empresa sem compromisso, por meio de um contrato longo, que nos traz dor de cabeça até hoje.”

Carol Consentino
A autora Carol Consentino 

A autora Carol Consentino, com sete livros publicados, explica os formatos de editoras: “Existem dois tipos no mercado: as tradicionais, que publicam os livros sem nenhum custo para o autor, assumindo o investimento inicial e todo o trabalho técnico referente à publicação da obra, distribuição, divulgação e venda, e cuja remuneração consiste no valor dos exemplares vendidos _obviamente extraído aqui o percentual do autor_ e as prestadoras de serviço, que, diferente das primeiras, cobram para transformar um manuscrito num livro, sendo remuneradas pelas diferentes etapas do processo de revisão da obra até a impressão final, a partir da qual apenas o autor pagante é responsável.”

A escritora best-seller da Amazon, Kel Costa – que possui 17 obras publicadas – explicou que a liberdade em que o Kindle lhe proporciona tornou-a independente financeiramente, uma vez que o contrato com editoras paga apenas 10% do lucro, enquanto a plataforma devolve cerca de 70% do valor. “Com os meus livros físicos, eu preciso escolher entre pagar a conta de água ou de telefone, mas com os e-books eu sustento minha família tranquilamente.”

mulher unicórnio
A autora Kel Costa 

Costa afirmou que a Amazon paga os autores de duas formas: páginas lidas – quando o leitor utiliza o Kindle Unlimited (serviço de assinatura de e-books da Amazon) – ou a venda do e-book, que rende até 70% do valor em que ela precificou. “O livro físico não me rende tanto. É mais para agradar meus leitores que querem o exemplar. Mas em termos de lucro, os livros digitais são mais rentáveis.” 

E quando falamos de sonhos, Costa afirma: “Eu sou muito grata. É uma coisa pela qual agradeço todo dia porque eu sei que eu batalhei muito também para ter o retorno que eu tenho hoje, mas eu também acredito muito naquela coisa de hora certa, no momento certo. Claro ainda tenho sonhos, sempre que me perguntam qual meu sonho falo que atualmente é ter um livro meu sendo adaptado para TV ou cinema.”

 

 

 

 

 

 

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