Veja os resultados do 1º turno nas eleições do Sul

Quais são os prefeitos eleitos e quem ainda está na disputa para a prefeitura nas capitais dos Estados do Sul
por
Rafael Francisco Luz de Assis
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24/10/2024 - 12h

Porto Alegre (RS)

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Candidatos ao segundo turno em Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB) e Maria do Rosário (PT) travam dura batalha Foto: Reprodução Facebook - Sebastião Melo / Mario do Rosário

 

 A população de Porto Alegre, mesmo após enchente histórica, deve reeleger prefeito com certa vantagem. Antes do 1° turno das eleições, acreditava-se que o atual prefeito de POA, Sebastião Melo do MDB enfrentaria rejeição devido a ser o administrador municipal na data, mas não foi o que ocorreu. Ele foi o campeão de votos e, de acordo com a última pesquisa da Real Time Big Data, lidera a preferência dos porto-alegrenses para continuar no cargo. 

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Melo comemora na sede de campanha a vitória no 1° turno Foto: Reprodução/Facebook - Sebastião Melo

 

Com o discurso de que a culpa das enchentes é das administrações anteriores e principalmente do Governo Federal, liderado pelo copartidário de sua adversária no segundo turno da disputa, Maria do Rosário (PT), Melo conseguiu convencer 49,72% dos eleitores de que era inocente. 

 

O atual prefeito aproveitou-se também de um sentimento antipetista muito forte ainda na capital gaúcha. Em comparação a 2020, o atual prefeito aumentou sua votação em todos os bairros, embora alguns próximos ao Guaíba tenham apresentado um crescimento de votos menor que a média, o que pode estar relacionado à enchente.

 

Maria do Rosário depende de uma virada histórica. A candidata do Partido dos Trabalhadores teve mais dificuldades do que esperava na primeira parte do pleito, recebendo apenas 26,28% dos votos válidos. 

 

A campanha, que focava em “colocar à disposição da cidade o conhecimento, a experiência e a formação para o diálogo político e gestão que ela me oportunizou construir desde que fui sua vereadora, deputada estadual, federal e ministra de Estado”, segundo site oficial, foi surpreendida com o resultado. Agora a candidata foca nos problemas da gestão atual e acusa o atual de machista, Melo teve inclusive um Jingle proibido em que se referia a petista como “Mariazinha” em que a justiça eleitoral de Porto Alegre considerou uma depreciação por ela ser mulher.

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Maria fazendo campanha um dia após a confirmação de sua participação no 2°turno. Foto: Representação/Facebook Maria do Rosário

 

Em 2020, a candidata da chapa era  Manuela D’Ávila do PCdoB e, ao comparar os primeiros turnos de ambas,  houve maior concentração dos votos na área central. Em bairros periféricos como  a Restinga, onde o PT e seus aliados historicamente fazem boas votações, Rosário perdeu força.  

Nessa fase da disputa a candidata tem apostado nas acusações de machismo e misoginia que Melo teria dirigido nos debates, e insistindo nas supostas graves falhas do atual prefeito no enfrentamento das enchentes. Nesse momento está em crescimento e a mesma pesquisa aponta que hoje Maria do Rosário tem 42%  dos votos válidos e está viva na disputa.

Brancos, nulos e abstenções podem decidir a disputa. Pessoas aptas a votar que não foram votar ou optaram por não escolher nenhum candidato vem subindo em POA nos últimos 20 anos. Em comparação com o ano de 2000, os votos brancos e nulos cresceram de 5,5 para 7,2% e as abstenções de 12,7% para 32,7%, sendo quatro em cada 10 eleitores que não escolheram candidatos. Tanto a campanha do prefeito como a candidata de oposição estão de olho nesses eleitores e têm feito campanhas convocando porto-alegrenses a fazer uma escolha. 

 

Florianópolis (SC)

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Com folga, Florianópolis reelegeu o atual prefeito Foto: Reprodução/Prefeitura Florianópolis

 

Em 2020, Antônio Topázio Neto (PSD) era vice candidato a prefeito na chapa de reeleição do ex-prefeito Gean Loureiro, do União Brasil. Com a renúncia de Loureiro em 31 de março de 2021 para disputar o cargo de governador do Estado, Neto assumiu a prefeitura. Em 2024, ele disputa a eleição como principal nome da chapa pela primeira vez e com quase 60% dos votos válidos, se mantém na prefeitura. 

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Topazio Neto e os pais foto após ser confirmada a reeleição. Foto:Reprodução/Facebook - Topazio Neto

Topazio Neto na presença dos pais em sua primeira foto após ser confirmada a reeleição. Foto: Reprodução/Facebook - Topazio Neto

Antônio Neto era favorito a vencer em primeiro turno na maioria das pesquisas realizadas. Sua aliança com o ex-presidente Jair Bolsonaro trouxe o nome de sua vice, Maryanne Mattos (PL), indicação da antiga primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

O empresário de 62 anos teve seu primeiro cargo público como vice-prefeito, defende o empreendedorismo e o fortalecimento de uma direita conservadora e radical. 

Embora Santa Catarina seja um estado conhecido pela força da direita na política, inclusive 69,27% dos votos válidos em 2022 foram para o candidato Bolsonaro, na disputa em Florianópolis o candidato conservador suavizou o discurso para acenar ao centro, discutindo problemas locais e como pretende resolver os principais problemas da cidade. Entre eles, o da mobilidade urbana.

Segundo uma pesquisa da AtlasIntel, divulgada em 28 de setembro, os eleitores de Florianópolis apontaram os engarrafamentos como a maior dor da cidade. Neto defendeu que tem projetos de melhorias das principais vias da ilha para melhorar o trânsito e prometeu que vai implantar o BRT com faixa exclusiva. 

Marcos José de Abreu, conhecido como Marquito, foi o candidato do PSOL e mesmo sem o apoio de outros partidos, nem mesmo os de esquerda, conseguiu uma votação expressiva, angariando um quinto dos votos válidos (22,23%) e terminando como o segundo colocado. Em terceiro, Pedro de Assis Silvestre, o “Pedrão” do Partido Progressistas com 7,10% dos votos. O candidato do ex-prefeito Loureiro, que rompeu com Neto no início das eleições, era Dário Berger, do PSDB, que ficou na quarta posição com 6,05% dos votos.

A aliança composta ainda por  Republicanos, MDB, Podemos e Novo, elegeu ainda 15 dos 23 vereadores e hoje tem força para apoiar os projetos da prefeitura com resistência mínima.

Curitiba (PR)

Segundo a última pesquisa da Intel com as intenções de voto para a prefeitura de Curitiba, divulgada em 21 de outubro, os candidatos Eduardo Pimentel (PSD) e Cristina Graeml (PMB)  estão muito próximos, quase empatados.

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Direita x Extrema direita. Fonte: Facebook Eduardo Pimentel/Cristina Graeml

Pimentel é o atual vice-prefeito da cidade e concorre pela cadeira principal. No primeiro turno ele foi o mais votado, com 33,51% dos votos válidos. Pimentel alega querer “dar continuidade ao grande trabalho que fiz ao lado do prefeito Rafael Greca (PSD) nestes sete anos e com o apoio do governador Ratinho Jr., estou preparado para conduzir Curitiba no caminho da inovação, da sustentabilidade e do desenvolvimento social. Minha gestão, caso eleito, terá as pessoas como prioridade. Curitiba não pode parar e nem voltar ao passado”, disse em entrevista coletiva logo após ser confirmado no segundo turno no dia 6 de outubro. 

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Candidato aposta na experiência para vencer o pleito. Fonte:Facebook - EduardoPimentel

Pimentel aposta na falta de experiência de sua adversária, que nunca teve um cargo público, tenta se aproximar ao máximo do ex-presidente Bolsonaro e acusa sua adversária de espalhar "Fake News" para atrapalhar o pleito.

O candidato tem o apoio do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, que indicou o deputado federal Paulo Martins (PL) para seu vice, em uma chapa que representaria a direita no pleito, mas a cidade tem mais de uma direita.

Pelo Partido da Mulher Brasileira (PMB), Cristina Graeml chama para si a responsabilidade de ser a real representante da direita na capital. Com um discurso conservador e extremista, ela apostou em antigos medos dos curitibanos com a esquerda, associando Greca ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e sobre cartilhas com doutrinação de gênero, catapultando sua vaga no segundo turno. 

Graeml teve ascensão meteórica não esperada pela campanha do adversário, fez dobradinha com o candidato do PRTB em São Paulo, Pablo Marçal, e se aproveitou da mesma força das redes sociais que o ex-coach. O discurso de que Bolsonaro não apoia os atuais governos de boa vontade e sim por obrigação partidária foi compartilhado pelos candidatos de Curitiba e de São Paulo - a diferença é que Cristina chegou ao segundo turno e, agora, realmente Jair Bolsonaro declarou apoio à jornalista.

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O ex-presidente Jair Bolsonaro e a candidata à prefeitura de Curitiba, Cristina Graeml (PMB) — Foto: Reprodução/Instagram Cristina Graeml

Outra tática explorada pela candidata na campanha do segundo turno é o argumento de que o adversário recebeu apoio da grande maioria dos derrotados (inclusive do PT), para vincular Pimentel à esquerda e ao comunismo.