Veja como as Universidades Federais estão lidando com as aulas à distância

Veja como as Universidades Federais estão lidando com as aulas à distância e o retorno das atividades presenciais
por
Gabriel Lourenço Schiavoni
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11/09/2020 - 12h

É de conhecimento público que a pandemia de Sars-CoV-2 trouxe impactos profundos em esfera global, que forçaram alterações na maneira com que a vida era levada corriqueiramente, buscando o isolamento social para a contenção do vírus. Com isso áreas fundamentais em nossas sociedades, dentre essas o trabalho e o estudo, tiveram que passar por alterações para continuarem sendo executadas e tentar manter de alguma forma um vínculo com os compromissos da velha “vida normal”.
Essas mudanças entretanto, não parecem ser tão simples de serem colocadas em prática, e com isso, em algumas áreas, debates sobre como aplicar sua metodologia fora de seus ambientes normais  e presenciais se formaram. Em grande parte do país foi adotada a metodologia do EAD, uma modalidade de aula que já existia antes em alguns cursos, mas que foi implementada com a pandemia de forma geral para não prejudicar o andamento dos cursos. Todavia, a ideia que parecia ser genial e salvadora passou a ser questionada e colocada em dúvida.
No Brasil, um dos primeiros problemas apontados foi a forma com que escolas e universidades públicas iriam lidar com essa situação para fornecer o material necessário para todos os alunos e professores envolvidos. Para saber um pouco mais sobre isso entrevistamos a professora Ana Valéria Santos de Lourenço da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), para compreender melhor essa situação e toda essa problemática.
Entrevistada, Ana ressalta que as atitudes de suspensão das atividades presenciais foram tomadas rapidamente, logo com os primeiros casos de covid-19 no país. Perguntada sobre as atividades online, a professora conta que a organização para as atividades ocorrem via computador na casa dos docentes e alunos não foi uma tarefa das mais simples. Ela levanta algumas problemáticas que tiveram que ser superadas, a primeira, e talvez a principal, é a de que o estatuto não permitia a execução das atividades á distância, o que forçou com que as portarias flexibilizassem medidas para neste momento de necessidade abrir uma exceção e continuar o mais cedo possível com as aulas.
Com essas barreiras superadas, diversas reuniões passaram a ser executadas para tentar colocar em prática o projeto da UNIFESP de Atividades Domiciliares Especiais (ADE), a forma pela qual se denomina a metodologia aplicada no momento pela universidade. 
Para executar esse plano, conta a professora universitária, foi preciso ter certas preocupações com os alunos de baixa renda na universidade, tomando medidas para possibilitar o acesso às aulas a esses alunos, abrindo editais tanto para oferecer computadores para assistir as aulas, e também um auxílio emergencial para a instalação de redes de internet nas casas de alunos de menor renda. Ainda preocupado com os alunos, foi estabelecido que a as aulas deveriam ser assíncronas, e no caso das atividades síncronas, devem ser gravadas para o posterior acesso de quem não teve a oportunidade de assistir no horário marcado. Outra medida foi mudar o critério de avaliação, por um entendimento dos docentes de que não seria justo dar uma nota neste momento.
Com tudo planejado, o primeiro semestre retornou somente no início de agosto com previsão de fim no mês de novembro, acompanhando o que normalmente seria o segundo semestre, já o segundo semestre está marcado de novembro até março de 2020, sendo planejado que ambos sejam feitos na metodologia à distância.
Vendo o andamento dessa situação Ana fala que a situação demorou a ser resolvida, mas segundo ela “ tomou o tempo necessário para as coisas acontecerem “, perguntada se o método que a situação foi solucionado foi melhor, ela responde que “ foi resolvido da forma para não causar problema a nenhuma das partes.

 

 

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