A Zâmbia fica localizada na África Austral (parte da África Subsaariana), fazendo parte do bloco de países da SADC (Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral), sendo um dos países mais pobres do mundo.
Independente do Reino Unido desde 1964, o idioma oficial é o inglês, mas o mais falado no país é o dialeto “níger-congo”. Zâmbia também abriga grandes belezas naturais, principalmente cataratas, tendo uma das mais bonitas e famosas do mundo: Victoria Falls.
A economia do país é baseada principalmente em mineração, especialmente a de cobre, tendo em vista que o país é o segundo maior produtor deste minério no continente, perdendo apenas para a República Democrática do Congo, e o sétimo maior do mundo. Já na política, o presidente, desde 2021, é Hakainde Hichilema, do Partido Unido para o Desenvolvimento Nacional, partido este que conta com mais da metade da assembleia nacional.
Nas últimas nove edições da Copa do Mundo Feminina, apenas duas seleções do continente africano conseguiram avançar à fase do mata-mata (Nigéria, em 1999 e 2019, e Camarões, em 2015 e 2019). O que esperar de uma seleção que irá realizar sua primeira edição na história do torneio?
ANÁLISE TÁTICA
O treinador da seleção zambiana desde maio de 2018 é Bruce Mwape. O técnico utiliza o esquema 4-2-3-1, dando liberdade à segunda volante do time - Grace Chanda - permitindo que ela apareça com frequência no ataque.
Há uma variação de formação tática notável quando o time parte para o contra-ataque, do já citado 4-2-3-1 para um 4-1-4-1, abrindo mais as pontas, recuando a meia-atacante e subindo a meia de ligação.
Bruce Mwape e suas jogadoras garantiram o primeiro título da história de Zâmbia, a Copa COSAFA de 2022, uma competição entre seleções da África Austral. Ele também fez a melhor campanha da história do país na Copa Africana de Nações (terceiro lugar em 2022), além de ter levado as Shepolopolo (apelido da seleção) para sua primeira Olimpíada (Tóquio 2020) e Copa do Mundo (2023).
AS PRINCIPAIS JOGADORAS
Zâmbia não tem um elenco formidável no quesito de estrelas do futebol mundial, mas conta com algumas atletas que podem ajudar a seleção a dar trabalho para as adversárias do seu grupo na Copa: Espanha, Japão e Costa Rica.
O principal destaque, com certa disparidade, é a atacante Barbra Banda, de 23 anos. A atacante já marcou 36 gols em 37 jogos pela seleção, entre eles muitos decisivos e históricos. Nas Olimpíadas de 2020, ela marcou 2 hat-tricks (três gols em uma mesma partida) em sequência, o primeiro contra a Holanda -quando Zâmbia perdeu por 10 a 3 - e o outro contra a China - a partida acabou em 4 a 4.
Banda também foi a artilheira do país na conquista da Copa COSAFA do ano passado, com incríveis 10 gols em 5 jogos. Atualmente a atleta joga no Shanghai RCB, da China, sendo a principal jogadora do clube.
Outro destaque zambiano é a atacante de 23 anos Rachel Kundananji, do Madrid CFF, da Espanha. Pela seleção a atacante atua mais nas pontas, principalmente pelo lado esquerdo, servindo a Barbra Banda, mas também tendo liberdade para subir a ponto de em momentos específicos funcionar como uma falso 9. Pelo seu clube a jogadora já marcou 25 gols e deu 4 assistências em 29 partidas pela liga espanhola.
O QUE ESPERAR DE ZÂMBIA?
A seleção estreante é muito jovem. Na convocação para a Copa Africana de Nações do ano passado apenas uma atleta com mais de 30 anos foi chamada, a atacante Noria Sosala, que não é uma das principais peças da equipe. A inexperiência em torneios de alto nível, aliado a faixa etária das jogadoras, pode atrapalhar os planos de uma eventual zebra na Copa do Mundo.
Vale ressaltar que mesmo com jogadoras muito jovens, o time tem qualidade e não se acovarda contra países gigantes, quase sempre mantendo a postura de futebol ofensivo. A filosofia de jogo já resultou em derrotas acachapantes, como o já citado 10 a 3 contra a Holanda, mas também a vitórias surpreendentes, como um 2 a 1 contra o Chile, em 2020.
No grupo C, a Zâmbia entra como azarona contra a Espanha e Japão, mas contra esta última, devido ao abismo do nível dos elencos ser menor, e pela forma do Japão jogar, é um pouco mais provável que Zâmbia tenha um pouquinho a mais de chance de roubar pontos de uma gigante. Contra a Costa Rica é o jogo para fazer 3 pontos e conquistar uma vitória histórica, tudo pode acontecer neste terceiro confronto, e dependendo dos resultados das outras seleções, poderá ser a partida da vida das Shepolopolo.