Transatlântico Oceania: Panamá

Estreante na competição, o Panamá entra em campo por uma revanche na fase de grupos
por
Vitório Fleury e Silva
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12/07/2023 - 12h

Durante muitos anos o Panamá foi uma encruzilhada que formou diversos povos e civilizações. Com a troca de mercadorias e ideais, o país possui o istmo de ligação entre a América do Sul e Central e é banhado pelo Oceano Pacífico e Atlântico através do Mar do Caribe.

Atualmente, a população panamenha é de cerca de 3,5 milhões de habitantes, povoando uma área total de 75.517 mil quilômetros quadrados. No território, é possível encontrar pessoas que falam espanhol, língua oficial, e inglês, devido ao seu passado. Além disso, sete povos indígenas diferentes podem ser encontrados, como os Guna e Emberá, facilmente vistos.

 

Cidade do Panamá, capital do Panamá - Divulgação/ Expedia
Cidade do Panamá, capital do Panamá - Divulgação/ Expedia

 

A gastronomia e as praias paradisíacas são fortes atrações turísticas no país. Com influências africanas, espanholas e dos nativos americanos, a comida panamenha tem uma forte presença do milho, além dos peixes por conta do mar que banha o país.

Um dos pontos mais conhecidos do Panamá é o Canal do Panamá, um canal artificial de 77,1 quilômetros de extensão. Ele conecta os oceanos Atlântico e Pacífico e funciona pelo sistema de eclusas, elevando o nível da água para a passagem de navios, sendo uma das principais rotas para o comércio internacional.

Estreante na Copa do Mundo Feminina, o país conquistou a sua vaga nos playoffs diante do Paraguai e já conheceu antecipadamente uma das sedes.

A seleção de Nacho Quintana

O Panamá terá sob seu comando o treinador Nacho Quintana, de 33 anos. Com passagem pela comissão técnica da Nicarágua, essa é a segunda seleção que o profissional estará à frente. Desde o final de 2020 no cargo, Nacho conhece bem o elenco que irá para o torneio e confia nas jogadoras para fazer história. Ao todo, são 26 jogos, com 14 vitórias, quatro empates e oito derrotas.

O esquema tático da equipe panamenha varia entre um 4-2-3-1 para defender e 4-3-3 ou 3-4-3 com avanços das alas para os momentos ofensivos. No ataque, Marta Cox, do Pachuca-MEX, e Natalia Mills, da Alajuelense-CRC, formam uma dupla perigosa para a defesa adversária e são as peças-chaves pelas beiradas do campo, acelerando a transição.

Até o momento, o Panamá já realizou seis amistosos preparatórios para a Copa, sendo dois contra República Dominicana, dois diante da Colômbia, um contra Gibraltar e um frente a Espanha. Nos amistosos foram três vitórias – duas contra a República Dominicana e uma contra Gilbraltar, um empate – com a Colômbia - e duas derrotas – para a Espanha e Colômbia. A delegação ainda encara o Japão no dia 14 de julho, antes de viajar para a Oceania. 

Joga y joga!

Na convocatória para a Copa do Mundo Feminina 2023, o treinador levou a goleira Bailey, do Tauro FC-PAN, que retornou de uma lesão séria recentemente e é uma das seguranças do time. Contudo, a ausência de Kenia Rangel, da Alajuelense-CRC, irritou os torcedores.

 

Nacho Quintana, treinador da equipe feminina do Panamá, durante um treinamento - Twitter/Fepafut
Nacho Quintana, treinador da equipe feminina do Panamá, durante um treinamento - Twitter/Fepafut

 

Além de Natalia Mills e Marta Cox, anteriormente citadas, outras duas jogadoras merecem destaque. A experiente meio-campista Laurie Batista, 27, capitã do Tauro FC-PAN, é apelidada de GPS e tem histórico de assistências na equipe panamenha. Outro nome para ficar atento é o da lateral-direita Rosário Vargas, 20, do Rayo Vallecano B-ESP. A jovem jogadora estreou com apenas 12 anos no Sub-20 do Panamá e é uma das maiores promessas da história do país.

Revanche

Na fase de grupos, o Panamá terá no grupo F duas equipes duríssimas, França e Brasil, além da Jamaica, da América do Norte. A estreia é diante da Canarinho, no dia 24 de julho, às 8h (horário de Brasília), no Estádio Hindmarsh em Adelaide, Austrália. Entretanto, o jogo mais esperado é contra as “Reggae Girlz”.

Em 2018, Panamá e Jamaica se enfrentaram nas semifinais do Campeonato Feminino da CONCACAF, fase mais longe que a seleção panamenha feminina já atingiu na história das competições continentais e mundiais. Com a bola rolando, a Jamaica avançou para a decisão e se garantiu na Copa do Mundo Feminina de 2019, tirando a chance do Panamá.

Agora, as Canaleras terão a chance da revanche na maior competição do mundo. A partida entre os países acontece no dia 29/7, às 9h30 (horário de Brasília), no estádio Perth Rectangular.

Jogadores do Panamá comemoram classificação para a Copa do Mundo 2023 - Reuters/David Rowland
Jogadores do Panamá comemoram classificação para a Copa do Mundo 2023 - Reuters/David Rowland

Convocação

Goleiras: Sasha Fábrega (Independiente La Chorrera-PAN), Yenith Bailey (Tauro FC-PAN) e Farissa Córdoba (Ñañas-ECU).

Defensoras: Hilary Jaén (Jones County Bobcats-EUA), Wendy Natis (América de Cali-COL), Katherine Castillo (Tauro FC-PAN), Yomira Pinzón (Saprissa-CRC), Rosario Vargas (Rayo Vallecano B-ESP), Rebeca Espinosa (Sporting San Miguelito-PAN), Nicole de Obaldía (Herediano-CRC) e Carina Baltrip-Reyes (Marítimo-POR).

Meio-campistas: Deysiré Salazar (Tauro FC-PAN), Emily Cedeño (Tauro FC-PAN), Schiandra González (Tauro FC-PAN), Marta Cox (Pachuca-MEX), Natalia Mills (Alajuelense-CRC), Carmen Montenegro (Sporting San Miguelito-PAN), Laurie Batista (Tauro FC-PAN), Erika Hernández (Plaza Amador-PAN) e Aldrith Quintero (Alhama-ESP).

Atacantes: Karla Riley (Sporting San José-CRC), Riley Tanner (Washington Spirit-EUA) e Lineth Cedeño (Sporting San Miguelito-PAN).