Transatlântico Oceania: Nova Zelândia

Conheça mais sobre a seleção e o país que, em parceria com a Austrália, vai receber a Copa do Mundo FIFA de futebol feminino de 2023
por
Ana Julia Bertolaccini
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06/06/2023 - 12h

Com início previsto para 20 de julho, o maior campeonato de futebol feminino do mundo conta com 32 seleções, 64 partidas e terá dois países sede, a Austrália e a Nova Zelândia.

A cerimônia de abertura e a primeira partida da nona edição do campeonato acontecerão em Auckland, no Eden Park, onde a Nova Zelândia enfrenta a Noruega às 04:00. Além deste, os outros dois jogos do país na fase de grupos acontecem em 25 de julho, contra Filipinas às 02:30 no Estádio Wellington Regional e em 30 de julho, contra a Suíça às 04:00 no Estádio Dunedin. Todos os horários estão no fuso oficial de Brasília.

A Nova Zelândia é um dos países mais desenvolvidos e industrializados do mundo e pertence à Oceania. Possui extensivos recursos marinhos e grande diversidade de fauna e flora. Tem como divisão principal as ilhas do Norte e do Sul, mas conta com outras ilhas menores, situadas no sudoeste do Oceano Pacífico. Sua população é pequena, o que facilita a garantia da boa qualidade de vida à população, incluindo alta taxa de alfabetização, educação pública e liberdade de imprensa.

O uso de seu nome maori “Aotearoa”, comumente traduzido como “Terra da Nuvem Branca”, indica a diversidade cultural do país. Os maoris são um povo originário dessas terras, parte da identidade neozelandesa. Asiáticos e polinésios também são etnias significativas na composição populacional.

O baixo índice de corrupção é outro atrativo do país, que vive uma democracia parlamentar. Foi o último do planeta a receber povos europeus e tiveram uma independência tardia. Em 1947 se tornaram um reino da Commonwealth (Comunidade das Nações), no qual o chefe de Estado é compartilhado entre os reinos (Atualmente Rei Charles III).

O Rugby é o esporte mais popular no país, que é referência mundial na modalidade. As Black Ferns compõem a seleção feminina de rugby na Nova Zelândia, com 6 títulos na Copa do Mundo. A dança Haka é uma das heranças maori celebrada pelas equipes antes de suas partidas não apenas no rugby, mas também no futebol. 

 

Estádios

Eden Park

Fica localizado em Auckland e vai sediar, entre outros, o jogo de abertura da Copa. Com capacidade para cerca de 40.000 pessoas, o estádio foi inaugurado em 1900 e foi palco de importantes campeonatos, incluindo as finais da Copa do mundo de Rúgbi de 1987 e 2011, vencidas pelos All Blacks – a seleção masculina de rugby do país.

 

Eden Park, em Auckland, Nova Zelândia. Imagem: Divulgação/FIFA.
Eden Park, em Auckland, Nova Zelândia. Imagem: Divulgação/FIFA.

 

Dunedin Stadium

The Glasshouse, como é chamado, fica localizado nas margens do porto de Otago e é o único estádio coberto da Nova Zelândia. Inaugurado em 2011, tem capacidade para cerca de 25 mil pessoas e será palco de seis jogos da fase de grupos.

 

Estádio Dunedin, o único estádio coberto da Nova Zelândia para a Copa do Munndo 2023. Imagem: Divulgação/FIFA.
Estádio Dunedin, o único estádio coberto da Nova Zelândia para a Copa do Munndo 2023. Imagem: Divulgação/FIFA.

 

Waikato Stadium

Localizado em Hamilton, sediou a Copa do Mundo Feminina sub-17 (2008) e a sub-20 (2015). Inaugurado em 2002 e com capacidade para cerca de 16 mil pessoas, foi palco de quatro partidas de repescagem que definiu as últimas seleções classificadas para o campeonato: Panamá, Haiti e Portugal.

 

Estádio Waikato, na cidade de Hamilton, Nova Zelândia. Imagem: Divulgação/FIFA.
Estádio Waikato, na cidade de Hamilton, Nova Zelândia. Imagem: Divulgação/FIFA.

 

Wellington Regional Stadium

Com capacidade para cerca de 30.000 pessoas, inaugurado em 2000 e apelidado de The Cake Tin, o estádio fica localizado em Wellington e será palco de 9 jogos da Copa do Mundo. É considerado o principal estádio de futebol do país, além, é claro, de ter sido palco para jogos de rugby e críquete.

 

Estádio Regional de Wellington, conhecido como "Cake Tin" (Bolo de Lata), na Nova Zelândia. Imagem: Divulgação/FIFA.
Estádio Regional de Wellington, conhecido como "Cake Tin" (Bolo de Lata), na Nova Zelândia. Imagem: Divulgação/FIFA.

 

As Football Ferns

Assim são chamadas as jogadoras da seleção feminina devido à planta símbolo do país, a samambaia-de-prata. Estrearam em 1975 e estiveram presentes em cinco Copas do Mundo Femininas da FIFA, sendo a primeira delas em 1991, mas nunca avançaram para além da fase de grupos.

Com exceção de 2023, as classificações do país ocorreram a partir dos campeonatos da OFC (Oceania Football Confederation), nos quais a Nova Zelândia é protagonista.

A nação participou de quatro Olimpíadas, chegando às quartas de final em 2012 (Londres) e sediou três campeonatos FIFA das categorias de base: a Copa do Mundo Masculina sub-17 em 1999, a Copa do Mundo Feminina sub-17 em 2008 e a Copa do Mundo Masculina sub-20 em 2015.

No amistoso contra a Islândia, em 7 de abril no Mardan Sports Complex, as Ferns buscaram coragem e união e obtiveram um positivo empate de 1 a 1.

Já no jogo com a Nigéria, em 11 de abril, o resultado foi de 3 a 0 para o time adversário. Klimková lamentou o resultado e afirmou que as Ferns precisam trabalhar na defesa nesse momento.

 

Klimková e a esperança de um jogo mais ofensivo

No comando da seleção, Jitka Klimková afirma que o foco principal do time é atacar e criar chances. “Quero manter a posse da bola e controlar o ritmo do jogo tanto quanto for possível. Independentemente de quem tivermos pela frente, a Nova Zelândia vai ser uma seleção que joga para ganhar”, afirmou a técnica em entrevista para a FIFA nas preparações para a Copa.

A técnica das Football Ferns tem 48 anos e é nascida em Kyjov, na antiga Tchecoslováquia. Coordenou a seleção tcheca sub-19, conquistou um título da A-League no Canberra United da Austrália e treinou categorias de base nos Estados Unidos.

 

Jitka Klimkova, técnica da seleção neozelandesa. Imagem: Divulgação/Friends of Football.
Jitka Klimkova, técnica da seleção neozelandesa. Imagem: Divulgação/Friends of Football.

 

Destaques das Ferns

Milly Clegg é uma atacante de apenas 17 anos que acaba de debutar na equipe principal e promete trazer o espírito competitivo para o time. Milly participou de duas Copas do Mundo nas categorias de base e comemorou sua primeira convocação no Ferns com dois gols pelo seu atual time Wellington Phoenix em uma vitória por 3 a 1 contra o Adelaide United. Seu maior gol foi no mundial sub-20 na Costa Rica, em um empate de 2 a 2 contra a Colômbia.

Claudia Bunge tem 23 anos e esteve construindo uma boa reputação, que compõe o coração da defesa. Claudia considera que sua maior atuação foi em um empate contra a França na Copa do Mundo Sub-20 da FIFA, além de ter estreado no sênior em uma partida contra a China na Copa de 2019.

Ali Riley, de 35 anos, é veterana e capitã do seu atual time Angel City e da seleção Neozelandesa; jogou nas copas de 2007, 2011, 2015 e 2019. Ali joga na defesa e tem 152 atuações pela seleção.

Hannah Wilkinson é destaque das Football Ferns desde quando jogava nas categorias de base. Foi peça importante em três Copas do Mundo e fez o gol do amistoso contra a Islândia. Hannah joga no ataque, já fez 28 gols pela seleção e teve 113 atuações.

 

Hannah Wilkinson, atacante das Footbal Ferns. Imagem: Divulgação/Instagram.
Hannah Wilkinson, atacante das Footbal Ferns. Imagem: Divulgação/Instagram.

 

Deu Zebra?

A defensora Meikayla Moore marcou um hat-trick de gols-contra pela Nova Zelândia contra os Estados Unidos na “SheBelieves Cup” (Campeonato apresentado pela Visa) em fevereiro de 2022, com todos os gols marcados no primeiro tempo e foi muito criticada. “Eu posso rir disso agora, trabalhei bastante (com meu terapeuta). Ele tem sido incrível” brincou a jogadora em entrevista para o “The Athletic”.