Protagonizando sua nona participação em Copas do Mundo, as garotas da Noruega vêm com potência total para tentar quebrar o jejum de 23 anos sem títulos. Mas será que a raça das norueguesas é suficiente para tirar o campeonato das mãos dos Estados Unidos, o bicho papão do campeonato?
Localizada no norte da Europa, na região da Escandinávia, o país que é conhecido por seu frio excessivo e sua forte cultura nórdica também é o berço do heavy metal internacional. Revelando grandes bandas do gênero como Mayhem e Darkthrone, suas jogadoras vem embaladas pelo som pesado da terra natal para mostrar que não vão à Copa a passeio.
Veteranas
A seleção das gresshopper, “as gafanhotas”, como são conhecidas, garantiu sua vaga na competição de maneira muito tranquila. Com um total de nove vitórias e um empate, a equipe ficou em primeiro lugar do grupo F na fase eliminatória da União das Associações Europeias de Futebol, a UEFA, conquistando assim seu acesso direto ao mundial. Uma campanha excelente, levando em consideração que estava disputando a liderança com times como Bélgica e Polônia.
O título mais recente da seleção é a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Sydney, em 2000. Seria novamente em Sydney, mas dessa vez em uma Copa do Mundo, que as nórdicas voltarão a vencer? Seria o solo australiano um local mágico para a equipe gafanhota?
O melhor desempenho dessa equipe em uma Copa do Mundo foi em 1995, quando a Noruega se sagrou campeã nessa que foi a segunda edição do campeonato, após vencer a Alemanha pelo placar de 2 a 0. Além da sua campanha destaque, a equipe fez outros bons anos, conquistando por duas vezes o quarto lugar, em 1999 e 2007, além do vice-campeonato na primeira edição da Copa (1991), após perder de 2 a 1 para a seleção dos Estados Unidos, atual campeã da competição.
A boa performance e a tradição em Copas do Mundo não é por acaso. A Noruega tem uma das ligas de futebol feminina mais antigas da história, com seu início em 1977 e fundação oficial da liga nacional em 1984, enquanto em paralelo mulheres ainda eram proibidas de jogar futebol em alguns países ao redor do mundo, como no Brasil. A afinidade com a bola é resultado de anos de prática e isso as nórdicas podem falar que têm de sobra quando comparadas a outras nações.
Prancheta da Riise
Essa formação acaba funcionando como uma variação do clássico 4-3-3, entretanto permite que as jogadoras tenham mais liberdade em campo, criando assim um time com posições flutuantes. Quando bem treinada, uma equipe que segue essa tática costuma dar muito trabalho para os adversários.
Estrelas do Norte
A seleção norueguesa vem com grandes nomes para lutar pelo bicampeonato nessa Copa de 2023. O principal deles é a jogadora Ada Hegerberg. Ela é considerada uma das principais futebolistas da história do futebol feminino e voltou a jogar pela seleção após ficar cinco anos afastada dos gramados. Em entrevista cedida à Revista Placar, a jogadora comentou sobre seu retorno. “É incrivelmente bom estar de volta”, disse a jogadora. “Farei minha parte para nos ajudar a alcançar grandes coisas, dentro e fora do campo”, concluiu a eleita Bola de Ouro de 2018.
Ada não estará sozinha nessa luta. Terá ao seu lado atletas como Maren Mjelde, a atual defensora do Chelsea que atua como zagueira na Noruega está tendo uma temporada fantástica, dos 22 jogos disputados o Chelsea perdeu apenas 2, mostrando ter uma defesa mais que sólida. Além disso, a meio-campista Vilde Boe Risa, que vem de grandes atuações na equipe do Manchester United promete construir boas jogadas.
Com um projeto ambicioso acompanhado de uma nação que está louca para soltar o grito de campeã mais uma vez, as gresshopper tem tudo para conquistar sua segunda estrela da constelação nórdica.