Localizada na Europa Ocidental, a Holanda faz fronteira com a Bélgica e com a Alemanha. Com uma população de 17 milhões de pessoas, o país das tulipas é exemplo de qualidade de vida e tem um alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) - 0,941 de acordo com a definição estabelecida pela ONU.
A Holanda possui riquezas históricas e culturais que atraem milhões de turistas todos os anos. Além de sua beleza natural e paisagens pitorescas, o país é famoso por seu espírito inovador, arquitetura moderna, ciclovias intermináveis e um forte compromisso com a sustentabilidade. O ciclismo e o investimento em infraestruturas para bicicletas já proporcionaram mais de 35.000 quilômetros em ciclovias. As bicicletas são uma forma popular de transporte nas cidades holandesas.
A cultura é diversificada e aberta, refletindo a mentalidade tolerante e progressista do país. Amsterdã, a capital, é um centro rico em cultura, como por exemplo o renomado Museu do Van Gogh. O uso de Cannabis também é legalizado.
O famoso jardim das tulipas, Keukenhof, visto na primaveira.
A Holanda também é famosa por sua tradição floral, e uma visita ao famoso Keukenhof é um ambiente satisfatório e imperdível para os amantes de flores. Localizado nos arredores de Lisse, o jardim é famoso por seus vastos campos de tulipas coloridas. Não se pode falar da Holanda sem mencionar seus icônicos moinhos de vento, que são um símbolo do país. Por ser um país abaixo do nível do mar, a Holanda fica vulnerável a enchentes. Os moinhos têm a função de drenar água de volta para o rio, para que a terra possa ser cultivada.
Holanda ou Países Baixos?
Países Baixos é o nome oficial da Holanda. A identidade foi sendo construída ao longo dos anos de desenvolvimentos sociais e políticos. Para entender a origem do nome, é preciso entender a história do país.
No século V, com a queda do Império Romano, uma região foi invadida por várias tribos germânicas, incluindo os francos. Durante a Idade Média, o território holandês foi dividido em vários condados e senhorios feudais. No século XVI, a Holanda tornou-se parte dos Países Baixos, uma união política liderada pelos Duques de Borgonha. Foi nessa época que o país começou a se destacar como uma potência comercial e marítima.
A Guerra dos Oitenta Anos (1568-1648) foi um dos períodos mais importantes da história holandesa. Essa guerra de independência foi travada contra o domínio espanhol e evoluiu na formação da República dos Sete Países Baixos Unidos, que mais tarde se tornou conhecida como República das Províncias Unidas.
No século XIX, a Holanda passou por um período de turbulência política e industrialização. O país sofreu invasões francesas e posteriormente foi incorporado ao Império Napoleônico. Após a queda de Napoleão, a Holanda se tornou um reino independente, com Guilherme I se tornando o primeiro rei dos Países Baixos.
Oranjeleeuwinnen
Embora a seleção holandesa feminina tenha começado a participar de competições internacionais na década de 1970, foi no século XXI que o time ganhou destaque. A equipe conquistou seu primeiro título importante em 2017, quando venceu a Eurocopa, realizada na própria Holanda.
A vitória no Campeonato Europeu de 2017 trouxe entusiasmo ao futebol feminino no país. As Oranjeleeuwinnen se tornaram verdadeiras heroínas nacionais, inspirando jovens jogadoras a seguir no esporte. A conquista também destacou a qualidade técnica e tática da seleção, bem como sua capacidade de competir em alto nível.
Em 2019, a seleção feminina holandesa confirmou seu crescimento ao chegar à final da Copa do Mundo Feminina, realizada na França. Embora tenha sido derrotada pela seleção dos Estados Unidos, o segundo lugar foi uma conquista notável. O desempenho das Oranjeleeuwinnen ao longo do torneio mostrou força e resiliência, solidificando seu lugar entre uma das seleções protagonistas do mundo.
Após a saída da histórica treinadora Sarina Wiegman, o inglês Mark Parsons foi o primeiro que assumiu como técnico. Mas a passagem não empolgou, e as holandesas caíram para a França nas quartas de final da Eurocopa 2022. O desempenho abaixo do esperado fez com que Parsons fosse substituído por Andries Jonker.
Professor Jonker
Sob nova direção, Andries Jonker terá a missão de comandar a Holanda nesta Copa do Mundo. O primeiro objetivo cumprido por Jonker foi evitar os playoffs da Copa do Mundo. Assim, garantiu uma passagem direta para a Austrália e a Nova Zelândia.
O treinador é conhecido por seu estilo de jogo ofensivo. Além disso, gosta de jogadas trabalhadas que mantêm a posse de bola, incentivando sempre passes curtos e rápidos para criar oportunidades de ataque, além de estimular o improviso, dando liberdade para a criatividade das atletas. Jonker prefere manter o adversário sempre no seu campo de defesa.
A expectativa é de que a seleção seja escalada em um 4-3-3 ou 5-3-2, mas outra habilidade percebida no jogo traçado por Jonker é a flexibilidade tática do time nas diferentes situações de jogo. O treinador pode fazer ajustes estratégicos conforme a partida, alterando a formação ou a posição das jogadoras para explorar as fraquezas do adversário e fortalecer as áreas de força de sua própria equipe.
As craques
Jill Roord foi uma escolha automática para Jonker, já que conhece o estilo direto da jogadora. A atacante com um domínio de bola seguro já passou por grandes clubes durante sua carreira como Twente, Bayern de Munique e Arsenal.
Atualmente jogando no Wolfsburg, a meio-campista já conquistou 6 títulos em competições, sendo 4 deles nacionais e 2 internacionais. Pela seleção holandesa, a atacante já marcou 21 gols em 86 jogos. Roord, que vai para essa sua segunda Copa do Mundo, é conhecida por sua técnica, visão de jogo e habilidade para marcar gols. Sua versatilidade e capacidade de jogar em diferentes posições no meio-campo fazem dela uma jogadora valiosa tanto para sua equipe nacional quanto para seus clubes.
Jill Roord, meia-campista da OranjeLeeuwinnen, em um momento de concentração e análise do campo antes de um jogo começar. Reprodução Getty Images.
Fenna Kalma se tornou prodígio em seu time, Twente, após realizar o marco de 45 gols em 32 jogos na temporada. Vestindo a camisa laranja, Kalma já provou que é peça importante na busca por vitórias. A atacante se destaca por sua velocidade, habilidade técnica e o dom de achar oportunidade de gol. Titular, dificilmente é substituída durante os jogos, tendo seu tempo médio de 90 minutos por jogo.
A jogadora foi uma presença constante nas convocações neste ciclo de Copa. Estreou pela equipe principal em 2019, e participou de competições como a Copa do Mundo Feminina em 2019 e os Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio. No entanto, para a surpresa dos torcedores, Kalma não foi convocada por Jonker para o mundial na Oceania.
Fenna Kalma em entrevista para a Fifa após ser considerada a melhor jogadora da partida em amistoso pré-Copa. Reprodução Fifa Getty Images.
Daniëlle van de Donk se destaca pelo seu estilo de jogo criativo e influente. Sua habilidade em campo é marcada por sua visão excepcional, passes precisos e capacidade de criar oportunidades de gol para sua equipe.
Van de Donk é um jogador versátil que pode atuar tanto como meia-central quanto como meia-atacante, adaptando-se facilmente às necessidades táticas de sua equipe. Essa versatilidade chamou a atenção do técnico Jonker, que procura jogadoras que possam se adaptar conforme o jogo. Pelas laranjas já fez 139 jogos e 33 gols.
"Sentimos sempre a pressão!", confessa Daniëlle van den Donk, uma das jogadoras mais experientes da seleção, sobre as semifinais dos play-offs da Copa do Mundo Feminina. Reprodução Pro Shots.
Outra estrela holandesa é Lieke Martens, uma das jogadores mais experientes do time. Atacante habilidosa e multifacetada, é capaz de atuar em várias posições no setor ofensivo. Sua transferência para o Barcelona, em 2017, foi um ponto de virada em sua carreira. Martens teve um impacto imediato no clube espanhol, ajudando-os a conquistar o título da Liga dos Campeões Feminina da UEFA em sua primeira temporada. Inclusive foi premiada com a The Best Fifa: Melhor Jogadora Feminina no mesmo ano, sendo a primeira holandesa a ganhar esse prêmio.
Martens teve sua estreia pela seleção em 2011, e já marcou 57 gols com a camisa laranja. A atacante participou de duas Copas do Mundo, em 2015 e 2019, sendo uma das protagonistas. Sua técnica refinada, velocidade e capacidade de driblar têm feito de Lieke Martens uma referência no futebol feminino mundial.
Lieke Martens, a melhor jogadora do mundo em 2017, assinando contrato com o PSG após deixar o Barcelona. "Este time tem um potencial incrível". Reprodução Paris-Saint Germain
Com histórico de "quase" em Copas do Mundo, a Holanda aposta no encaixe de grandes atletas para superar as favoritas da Copa do Mundo e levar o tão sonhado título de campeã mundial para casa. No grupo E, com Estados Unidos, Portugal e Vietnã, as laranjas já terão um teste ao enfrentar as poderosas atletas estadunidenses. O duelo deve definir os rumos do grupo e da Holanda na competição.