Localizado na América Central, o país caribenho divide o território da ilha Hispaniola com a República Dominicana, compondo o arquipélago das Grandes Antilhas. É o terceiro maior país do Caribe, atrás apenas de Cuba e República Dominicana, com 11,45 milhões de habitantes em 2021, segundo dados do Banco Mundial. A população da capital, Porto Príncipe, tem pouco mais de um milhão de pessoas e as línguas oficiais do país são francês e crioulo haitiano.
O Haiti é reconhecido por ser o primeiro país independente da América Latina, tendo expulsado os franceses do território em 1804, com a primeira – e única – revolução de negros escravizados bem-sucedida das Américas. Mais recentemente, desastres naturais e instabilidade política têm sido os assuntos mais associados ao país.
Devido às dificuldades políticas e econômicas enfrentadas pelo Haiti, o país recebe ajuda humanitária de diversas organizações internacionais e nações, como o Brasil. Após o terremoto devastador que atingiu o país em 2010, o Brasil foi um dos principais países a se envolver na resposta humanitária e na reconstrução do Haiti, enviando uma missão militar chamada Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti. Além do aspecto militar, o Brasil também enviou equipes médicas e de resgate, bem como suprimentos essenciais, como alimentos, água potável, medicamentos e abrigos temporários.
A cultura haitiana é diversa e enraizada nas tradições africanas e nativas. A música tem expoentes notáveis, com artistas como Wyclef Jean e Tabou Combo ganhando renome internacional. Outra expressão cultural importante é o vodou, religião sincrética que combina crenças africanas e católicas é uma parte central da identidade haitiana, profundamente enraizado na vida cotidiana. As cerimônias de vodou envolvem música, dança, rituais e culto aos espíritos.
Debutantes
As haitianas vão disputar sua primeira Copa do Mundo, tendo se classificado na repescagem do Mundial. Disputaram as classificatórias da CONCACAF (Confederação de Futebol da América do Norte, Central e do Caribe), ficando em terceiro lugar do Grupo A na fase de pontos.
O resultado levou a seleção para a repescagem mundial, onde passou por Senegal por 4 a 0 e garantiu a vaga ao vencer o Chile por 2 a 1, superando Tiana Endler, uma das melhores goleiras do mundo. Melchie Dumornay foi o nome da classificação marcando os dois gols.
Le presse-papiers de Delépine
Nicolas Delépine está no comando da seleção do Haiti desde fevereiro de 2022. O técnico francês de 44 anos priorizou a experimentação de esquemas táticos nos últimos seis jogos, resultando em três vitórias e 3 derrotas. Apesar de ter trabalhado com algumas jogadoras no clube que treinou anteriormente, o Grenoble Foot 38 da França, chega para a Copa do Mundo ainda buscando um encaixe eficiente das suas peças.
Durante as eliminatórias da CONCACAF, o Haiti enfrentou os EUA com uma postura defensiva, no esquema 5-3-2, mas acabou sofrendo um 3 a 0. Já contra o México, Delépine optou pelo 4-4-2, favorecendo o meio-campo povoado e com Dumornay e Borgella avançadas. Nessa organização, o Haiti cravou 3 gols na rede mexicana ainda no primeiro tempo.
Pérolas das Antilhas
A dupla da frente Roselorde Borgella, 30, e Melchie Dumornay, 19, são as principais jogadoras da equipe haitiana. Camisa 9 no Dijon da França, Borgella joga na seleção profissional do Haiti desde 2011. São 21 jogos e 18 gols pela seleção. Nas classificatórias, marcou dois gols na semifinal contra Senegal.
A jovem Dumornay se provou decisiva nas classificatórias, sendo os dois gols contra o Chile assinados por ela. Considerada uma das jogadoras mais promissoras da geração, Dumornay recebeu em 2022 o prêmio de melhor futebolista adolescente pelo portal de notícias esportivas Goal NXGN. Atua como meio-campista pelo Lyon, também da França, e iniciou sua carreira em competições internacionais aos 12 anos, pela seleção sub-15 do Haiti, em 2016. Em 2019, foi convocada para a seleção profissional e, desde então, marcou 12 jogos e 8 gols.