A Espanha, ou Reino da Espanha, é um país europeu localizado na Península Ibérica, a leste de Portugal, e tem como capital a cidade de Madri. O território espanhol apresenta climas continental e mediterrâneo, sendo atravessado por uma cadeia montanhosa chamada de Sistema Central. Com uma população de mais de 45 milhões de habitantes, a Espanha representa um importante centro cultural europeu. Além disso, sua economia é a sexta maior da Europa, com destaque para as atividades turísticas, o comércio e a indústria de transformação.
E as mulheres no futebol ?
As mulheres organizaram suas primeiras equipes de futebol no país em 1914, no entanto, esse crescimento foi freado durante a ditadura franquista (1939-1975), ocasião em que algumas modalidades como o futebol, o rugby, o atletismo de competição e os esportes de combate, foram contraindicado para mulheres. O motivo exposto era que as modalidades foram consideradas, pelo discurso médico, como algo prejudicial à biologia feminina.
Tal discurso declinou apenas no final da década de 1960, durante a distensão do período ditatorial e abertura da liberdade de imprensa. Acompanhando um movimento mundial de retomada do futebol de mulheres, em 1971, se realizou o primeiro campeonato da Espanha de futebol feminino, com quatro equipes, denominado de Copa Fuengirola Costa Del Sol. A partir de 1980, o futebol feminino foi incluído na Federação Espanhola de Futebol.
Nos últimos anos, a Espanha tem assistido a recordes de público nos jogos femininos, embalados pelas equipes do Atlético de Madrid, Barcelona e Real Madrid. A Liga F recebe esse nome por ainda não ter patrocínio oficial da competição, e tirando as equipes já citadas, as outras 13 equipes recebem pouco ou nenhum investimento.
A Espanha não tem a melhor jogadora/equipe do mundo, ainda não tem resultados expressivos, mas, mesmo assim, tem muito a nos ensinar enquanto organização do futebol feminino, a valorização das categorias de base é um ponto forte das espanholas, proporcionando frutos promissores para o futuro da seleção.
Virada de chave
A primeira vez que a Espanha se classificou para a Copa do Mundo foi somente em 2015, foi a partir deste feito que a federação realmente começou a se comprometer com o futebol feminino e as jogadoras começaram a ser profissionais. Houve um crescimento exponencial das equipes em termos físicos, de recursos e principalmente de investimento financeiro.
No início de 2020, as jogadoras da primeira divisão feminina fecharam um acordo histórico em toda a liga que garantia a todas as jogadoras de futebol um salário anual.O salário mínimo da jogadora em tempo integral acordado para uma semana de 40 horas foi de € 16.000 (cerca de R$ 86.000) e para uma semana de meio período de 30 horas € 12.000 (R$ 64.000), com ambos incluindo licença maternidade, pagamento por lesão, férias remuneradas e um acordo de televisão com patrocínio principal da empresa de energia renovável, a Iberdrola.
Com o acordo finalmente garantido, as jogadoras da primeira divisão começaram a dedicar exclusivamente suas vidas profissionais ao futebol.
Na prancheta
O estilo de jogo das Rojas tem semelhanças com a seleção masculina que dominou o futebol mundial e europeu entre 2008 e 2012, com uma grande quantidade de jogadores do Barcelona conquistador de Pep Guardiola. Nove jogadoras da atual equipe feminina do Barcelona foram convocadas para o elenco de 23 jogadoras para a Euro 2022, e seis foram titulares na partida de abertura da equipe.
Assim como o Barça de Guardiola e a seleção espanhola da época, o estilo desta seleção trabalha com o famoso “tic-taca”, retendo a posse de bola e procurando com calma o momento certo para agredir seus adversários.
A equipe é comandada pelo técnico Jorge Vilda, nomeado depois de comandar as equipes sub-17 e sub-19 femininas em vários títulos do Campeonato da Europa e muitas das jogadoras que desempenharam um papel fundamental no sucesso dessas equipes são agora peças integrantes da Seleção. Com Vilda, a equipe espanhola conseguiu o extraordinário feito de sete vitórias e um empate, marcando 48 gols e sofrendo apenas um durante as eliminatórias da Euro de 2022.
Entretanto, o clima com o treinador não é dos melhores. Depois da disputa da Eurocopa Feminina, cuja seleção caiu nas semis, as capitãs espanholas e várias jogadoras pediram a Jorge Vilda que se afastasse para tentar dar um ar fresco à equipe para a Copa do Mundo de 2023. O elenco, com a grande maioria das jogadoras apoiando esta causa, considera que a equipe espanhola sofre de um impasse com os métodos e decisões do treinador nos últimos jogos.
De acordo com o jornal "Marca", o presidente da RFEF, Luis Rubiales, recebeu um e-mail de cada uma das 15 jogadoras (Ainhoa Moraza, Patri Guijarro, Leila Ouahabi, Lucía García, Mapi León, Ona Batlle, Laia Aleixandri, Claudia Pina, Aitana Bonmatí, Andrea Pereira, Mariona Caldentey, Sandra Paños, Lola Gallardo, Nerea Eizaguirre y Amaiur Sarriegi), informando que estavam lesionadas e pedindo para não serem convocadas para os jogos da seleção.
No comando da seleção espanhola há sete anos, Jorge Vilda, que tem contrato até 2024, não conquistou nenhum título com a equipe, mesmo tendo um elenco qualificado e favorito em diversas competições. A Espanha garantiu seu lugar na Copa do Mundo Feminina de 2023 depois de somar o máximo de pontos em seus oito jogos de qualificação. Diante disso, a diretoria espanhola decidiu manter seu técnico.
Estreladas
O elenco está recheado de craques, dentre elas, a artilheira de todos os tempos, Jenni Hermoso, com o inteligência para vencer sozinha qualquer jogo e a meio campista Alexia Putellas que deu um show de futebol na final da Champions League deste ano.
Putellas e Hermoso ficaram em primeiro e segundo, respectivamente, na classificação da Bola de Ouro, em 2021. Além disso, Aitana Bonmati e Patri Guijarro formam o coração do meio campo da Academia do Barça.
A projeção para a competição é uma caixa de surpresas. Apesar do clima do elenco estar conturbado, as atletas apresentaram bons resultados nas últimas competições. Entretanto, uma Copa do Mundo é um campeonato grandioso e as Rojas não tem a experiência das seleções tradicionais, o time pode surpreender, mas certamente terá que extrair seu melhor para ganhar a competição.