O festival The Town apresentou seu terceiro dia de shows nesta quinta-feira (7), no autódromo de Interlagos, zona sul de São Paulo. Com Ludmilla, The Chainsmokers e Maroon 5 no palco principal Skyline, o evento contou também com Maria Rita, Ne-Yo e Joss Stone no line-up.
Os portões abriram 1h30min mais cedo, a fim de minimizar a fila — o que não aconteceu. No primeiro fim de semana do festival, a organização foi a principal reclamação dos fãs, que esperavam por melhorias nas operações, mas se decepcionaram.
Você, como consumidor e apaixonado por música e show, deveria cobrar todo e qualquer festival por melhorias. Todos tem qualidades e defeitos. The Town vai melhorar, não tenho dúvida, mas isso aqui é um ABSURDO.
— Matheus Izzo (@izzomrm) September 5, 2023
"Izzo, mas fila é normal de festival". Não dá pra achar normal… https://t.co/6pcbTs4JuO
A cantora Maria Rita abriu o dia no The Town e levou uma roda de samba ao palco The One, onde apresentou clássicos da música brasileira. Sua setlist contou com covers de Beth Carvalho, Elis Regina e Jorge Aragão, além de sua própria discografia.
Como protesto, a cantora bradou a palavra “Democracia” em punho vermelho no telão ao fundo enquanto cantava Cara Valente, um de seus maiores sucessos.
Tentando não se afastar do estilo que a consagrou em 2003 com seu primeiro álbum, Maria Rita entrou também com jazz - com Let’s Do It e Over The Rainbow - e MPB, além da versão jazz do samba Meiga Presença, que saúda Elizeth Cardoso. Neste ano, a cantora completa 20 anos de carreira e prova que existe equilíbrio entre samba e jazz.
Ludmilla estreou sua nova turnê Vilã Live com uma apresentação cinematográfica. A estrela brasileira chegou ao palco em um enorme cofre dourado sustentado por cordas, cantando seu grande sucesso Hoje. Para tanto, o Skyline precisou ter sua estrutura reforçada. O investimento total apenas na apresentação de Lud somou três milhões de reais, segundo apuração da Folha de São Paulo.
Foram apresentadas faixas de seu último álbum VILÃ, como Sou má, Socadona e Briga Demais, além dos hits Onda Diferente, Maldivas e Deixa de Onda. O show ainda contou com trocas de figurino, um corpo de baile excepcional e comoção do público durante Sinto Raiva, com direito a um piano no palco.
Com vocais impecáveis da artista, coreografia ensaiada e uma estrutura de dois andares para pole dance, Ludmilla cantou Sintomas de Prazer e protagonizou um momento sensual e carinhoso com sua esposa, Bruna Gonçalves, ao final da canção.
Com referências à turnê Renaissance de Beyoncé, Ludmilla utilizou uma câmera de mão para exibir ângulos mais pessoais no telão do palco, luzes amarelas, figurino dourado, entradas coreografadas com rigor na sincronia e muita presença de palco. Internautas comentaram sobre a influência da cantora brasileira, que se tornou o assunto mais comentado do mundo na plataforma X - antigo Twitter -, mesmo com um horário de show controverso.
a ludmilla consegue mesmo animar o público né, esse é o pior horário pra perfomance desse porte e ela cativou o público
— ton (@ifzweeknd) September 7, 2023
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Lulu Santos foi o convidado especial de Ludmilla no show, que cantou junto a famosa Toda Forma de Amor junto com ela. Mostrando sua versatilidade, transitou por todos os estilos de seu longo portfólio - pop, pagode, MPB - até chegar no funk, sua origem na música.
A Rainha da Favela cantou um medley de seus maiores sucessos do gênero, com 24 Horas Por Dia, Din Din Din e Cheguei. A finalização ficou com Favela Chegou, deixando no ar um clima um clima de "dever cumprido", em referência à gafe da família Medina, organizadores do evento e do festival irmão Rock In Rio, que na edição de 2022 alocou artistas de funk, inclusive Ludmilla, em palcos menores.
Como segunda atração no Skyline, Joss Stone trouxe ao festival um toque de reggae, R&B e soul music, com os sucessos Super Duper Love, Free Me e Right To Be Wrong, além do cover de Say My Name, de Beyoncé.
A cantora britânica se apresentou no lugar do ex-integrante da banda One Direction, Liam Payne, que cancelou sua participação na semana anterior ao início do festival por problemas de saúde. Apesar das baixas expectativas em relação a seu show, a cantora surpreendeu o público com seus vocais e carisma, cativando a plateia.
Mais tarde, a dupla americana The Chainsmokers assumiu o palco principal e suas músicas eletrônicas agitaram o público. Vestindo camisetas da seleção brasileira, eles tocaram hits como Don't Let Me Down, Sick Boy e Something Just Like This, além de trazerem alguns remixes de outros artistas. O vocalista Andrew, que namora a modelo brasileira Marianne Fonseca, ainda apresentou a música inédita 14 Minutes em homenagem a ela. A apresentação terminou com o sucesso Closer, cantada com potência pela plateia.
O cantor Ne-Yo se apresentou neste feriado no palco The One, trazendo hits de sua carreira como Miss Independent, So Sick, e Because of You. Além das músicas de sua discografia, o artista americano incluiu Irreplaceable, de Beyoncé, e Take A Bow, de Rihanna, ambas compostas por ele.
O show proporcionou fortes emoções ao público. Com canções que marcaram os anos 2000 e som puxado para o R&B, Ne-Yo entregou nostalgia para o festival. No hit So Sick, os fãs ligaram a lanterna do celular, marcando uma das cenas mais emocionantes da performance. Em Push Back, o cantor levou fãs para o palco para uma batalha de dança, revelando a estudante Sheila de Oliveira, de 23 anos, que entregou uma performance profissional.
E essa fã dançando com o Ne-yo? Arrasou! pic.twitter.com/Gl7pjojbvX
— Lista Preta (@listapreta) September 8, 2023
A última atração do dia no palco principal do evento foi da banda Maroon 5, que esteve pela última vez no Brasil em 2022. A performance deles, entretanto, não foi a mais emocionante do dia, pois o vocalista, Adam Levine, estava com a voz prejudicada. Além disso, o show não trouxe nada de diferente em comparação às apresentações do ano anterior.
Para quem nunca os viu ao vivo, o apelo de tocar suas músicas mais conhecidas conquista. Mas a mesmice da atração principal da noite acabou deixando o show da banda apagado em comparação às outras atrações do festival.
Mesmo assim, hits como Payphone, One More Night, Animals e She Will Be Loved animaram a plateia, que cantou letra a letra com o grupo. O show se encerrou com Sugar, um de seus maiores sucessos. Na internet, fãs exaltaram os artistas e comentaram positivamente sobre o show, mencionando que são uma “banda coringa”.
tenho a impressão que Maroon 5 é uma banda coringa tipo Coldplay. literalmente todo mundo gosta das músicas então é sempre um acerto pic.twitter.com/WcZWoRvK33
— RUÃ (@JuamGomiezzy) September 8, 2023
No próximo sábado (9), o The Town terá apresentação da banda Foo Fighters — que está há 4 anos sem pisar em solo brasileiro. Donos dos sucessos My Hero, The Best Of You e Everlong, eles prometem agitar o público do Rock no palco Skyline. Os fãs aguardam ansiosamente pelo grupo, devido ao cancelamento do show no Lollapalooza, após o trágico falecimento de Taylor Hawkins, baterista da banda.