No ano de 2006, Luis Fernando Mendonça, meu pai, na época empregado de um grande banco no setor financeiro em São Paulo, recebeu a proposta que seria a oportunidade de fazer o investimento mais inusitado de sua vida. Ao mesmo tempo, possivelmente, o de maior rendimento: ter propriedade de parte do passe de Neymar.
Seu chefe de trabalho na época, torcedor do Santos e com experiência no mercado de compra e venda de jogadores de futebol como parte de um hobbie que ele tinha, ofereceu ao meu pai, torcedor palmeirense em uma conversa informal após uma reunião de trabalho, a compra de parte do passe de um jovem jogador de futebol. Na época, o esportista tinha 14 anos de idade e jogava nas categorias de base do time do Santos futebol clube, era prometido 10% do passe e a promessa de que esse jogador teria um grande futuro no meio futebolístico.
“De onde você tirou essa ideia? Eu nunca fiz esse tipo de investimento de risco, com jogador de futebol”, respondeu. “Imagina, um cara de 14 pode acontecer muita coisa, mas no futuro ele pode parar…” ele completou.
Segundo o chefe, Mendonça deveria investir cerca de trinta mil dólares no jogador em ascensão , o que representaria 30% do valor passe. Ele acabou não aceitando a oferta, mas seu chefe deixou escrito em um papel todas as informações sobre o jogador e a venda para caso mudasse de ideia. O nome era de ninguém menos que Neymar Jr., que na época ainda não era o um dos melhores jogadores do mundo como é hoje mas, já mostrava que teria um futuro muito promissor dentro das quatro linhas.
Anos depois meu pai e seu agora ex-chefe quando já não trabalhavam mais juntos e Neymar já era um jogador consolidado no meio do futebol, se reencontraram
“Você poderia ter tido um ganho de muito dinheiro com aquele investimento, vendi os últimos 5% do Neymar que eu tinha pelo total de um milhão de euros”, comentou o ex-chefe de trabalho
Mendonça ainda hoje diz que não se arrepende em nada por ter declinado a proposta de comprar o passe do Neymar, pois segundo ele, era um investimento de risco e não tinha como ele saber o que aconteceria no futuro profissional do jogador.
“A chance de eu investir em um jogador ainda é zero mas...Provavelmente não compraria” comenta Mendonça, agora aos 60 anos de idade.
