Por Henrique Baptista Martin
A educação é um dos pilares mais importantes na construção de uma sociedade.Além de ser um direito imprescindível, é uma chave para criar cidadãos mais críticos, conscientes e participativos em relação aos seus direitos e deveres. No Brasil, a taxa de abandono escolar vinha apresentando queda desde 2010. Em 2020, cerca de 2,6% dos alunos matriculados no ensino médio das redes estaduais de ensino abandonaram a escola. Em 2021, esse número mais que dobra: chegando a 5,8%, um pouco acima da taxa de abandono de 2019 (5,5%).
Sim, após a pandemia e “obrigatoriedade” instantânea de adaptação tecnológica, esses números vem subindo, mas não deveria ser ao contrário? Bem, isso simplesmente não aconteceu e os alunos ficaram sem aulas como no caso de muitas escolas da rede pública, e mesmo quando feito foi realizado de uma forma muito negativa, simplesmente transmitir uma aula sem qualquer tipo de interação como foi feito não tem nada de adaptação tecnológica.
Para esclarecer alguns pontos e contar também um pouco o lado do educador convidamos o professor Edson Ciotti, que já exerce sua profissão há mais de 15 anos e é um apoiador do uso tecnológico nas salas de aula. Quando perguntado sobre o período pândemico e a relação professor-aluno na classe, Edson ressalta que: “O professor precisou se reinventar para fazer aulas 100% virtuais. Muitas escolas acabaram investindo em estruturas tecnológicas digitais, mesmo as que possuem menos recursos (...) As aulas eram transmitidas, pois não havia interação dos alunos com o professor, câmeras fechadas, microfones fechados, alunos desconectados.”
Ciotti também projeta o que vê como ideal para o futuro da educação digital, “Espaços cada vez mais interativos, onde os alunos sejam protagonistas, participem mais de tudo para melhor conexão com o conhecimento.” e complementa dizendo que gostaria que esses espaços fossem sem fronteiras tanto para instituições públicas quanto privadas.
Em suma, a educação no Brasil parece não estar nem perto desse ideal de integração tecnológica, e ainda encontra problemas básicos de infraestrutura, o que dificulta muito um pensamento nesse sentido no momento, porém é muito importante que esses temas sejam discutidos e tenham um investimento desde já nessa área para que no futuro o terreno já esteja preparado para uma inevitável revolução tecnológica no sistema educacional.