Tarcísio de Freitas (Republicanos) teve um longo dia no domingo, 30 de outubro. O até então candidato acompanhou boa parte da apuração dos votos no Sheraton WTC Hotel um luxuoso prédio da capital paulista, ao lado de familiares, convidados e notórios aliados políticos. Dentre eles, destacam-se o vice da chapa, Felício Ramuth (PSD), Gilberto Kassab (PSD), o atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e Vinicius Poit (NOVO).
Por volta das 18 horas e 15 minutos, Tarcísio chegou ao hotel em uma van acompanhado de outros cinco veículos. Alguns minutos após a chegada do candidato, o instituto Datafolha divulgou projeção que apontava o ex-ministro de Bolsonaro como o novo governador de São Paulo, os entusiastas do novo governador comemoravam a vitória. Com isso, duas dúvidas surgiram: qual horário o novo governador iria comparecer para a coletiva, que estava marcada para às 19 horas; e como seria sua reação diante da vitória do presidente Lula.
Confirmados os resultados, as preparações para a coletiva começaram. Os fotógrafos testaram as câmeras, com staffs de organização ajudando nos últimos ajustes para as transmissões televisivas e os jornalistas aguardavam a chegada do novo governador. Tarcísio chegou para a coletiva em torno das nove horas da noite com um semblante leve, acompanhado por mais de 30 convidados, e logo se apossou do púlpito. O principal questionamento que se instaurou com os resultados oficiais foi sobre o alinhamento do governo do estado com o governo federal.
“Vamos olhar sempre o interesse do estado de São Paulo. Para trazer as políticas públicas para cá, será fundamental o alinhamento e entendimento com o governo federal. A partir do momento que houver uma convocação para conversar, nós estaremos lá e vamos buscar sempre o melhor para São Paulo”, declarou o governador eleito.
Ainda sobre a cooperação, o novo governador complementa: “agora é olhar para o que é melhor para São Paulo e para o cidadão. Como falei, o governo é para todos, pros 46 milhões de paulistas, vamos buscar o alinhamento e os interesses do Estado junto ao Governo Federal”. “Entendo que o resultado das urnas é soberano”, respondeu o novo governador sobre as principais polêmicas que seu candidato à presidência se envolveu durante a campanha.
Tarcísio também foi perguntado a respeito das medidas durante os 100 primeiros dias de mandato. “Nós temos que cuidar da questão social. Me preocupa a quantidade de pessoas em situação de rua e temos que agir rapidamente para mudar esse quadro. Existem algumas medidas no campo econômico e no tributário para poder impulsionar investimentos, a fim de fazer com que possamos gerar muitos empregos”, declarou.
Questões polêmicas como o fim da obrigatoriedade da vacinação, a retirada das câmeras dos policiais e a privatização da Sabesp foram levantadas. Em relação às vacinas, Tarcísio demonstrou-se irredutível, afirmando que pretende, sim, acabar com a obrigatoriedade “Confio na consciência e na liberdade das pessoas”, ressaltou Tarcísio.
Nos temas mais sensíveis, como bodycams e privatização da Sabesp, Tarcísio ressaltou que, apesar de ser a favor das medidas, avaliará ambas as questões com a equipe técnica que cuida dos assuntos da segurança pública.
Tarcísio de Freitas finaliza a entrevista após cerca de 30 minutos de duração, dissertando sobre a questão indígena. “Nós vamos tratar a questão indígena como ela deve ser tratada, dentro da regulação, abrindo as oportunidades. Tratando com todo o respeito que deve ser tratado”.
Após a coletiva, o novo governador foi procurado por alguns apoiadores para fotos. De modo sucinto e discreto, voltou para o quinto andar junto aos que o acompanharam durante a apuração.