Tarcísio e Haddad isolam Rodrigo Garcia durante debate

O republicano apresentou poucas propostas concretas e se apoiou nos feitos de quando era ministro da Infraestrutura para se firma como potencial governador de São Paulo
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29/09/2022 - 12h

Por João Victor, Malu Araújo

O debate entre os candidatos ao governo de São Paulo ocorreu nesta terça-feira (27), na Rede Globo. A projeção dos cabos eleitorais da campanha de Fernando Haddad (PT) e Tarcísio de Freitas (Republicanos) os acompanhou durante todo o tira-teima. Tarcísio e Haddad fizeram dobradinha em seus ataques, enquanto Rodrigo Garcia ficou mais isolado no debate.

O primeiro bloco de perguntas ficou definido por temas livres, no qual os candidatos poderiam explorar os planos de governos e as campanhas de seus adversários. 

O republicano Tarcísio de Freitas foi o primeiro a dar uma investida em Haddad, perguntando quais as propostas "imediatas" do petista para a geração de empregos para os eleitores paulistanos. Durante réplica, Haddad aproveitou para questionar Freitas sobre a "obstinação" do candidato em defender o Governo Federal, perguntando se ele levaria o mesmo protagonismo ao seu governo. 

Em resposta, Tarcísio afirmou que o governo do mandatário Jair Bolsonaro (PL) "entregou resultados", mesmo com os fatores internos e externos do país. 

Já no segundo bloco no qual os temas eram definidos, o tucano Rodrigo Garcia questionou o republicano sobre as obras inacabadas durante seu cargo como Ministro da Infraestrutura, alegando, inclusive,  sobre suas obras serem todas de papel.

Garcia também chega a enumerar a quantidade de concessões e melhorias feitas por Tarcísio para o Rio de Janeiro, um dos exemplos dados foi “quando ele fez a concessão da Dutra preferiu dar desconto maior lá no Rio de Janeiro, no pedágio, deixando que os estudantes de Guarulhos paguem essa conta”, enfatiza o tucano.

Em réplica, o republicano comentou sobre feitos do seu período como ministro de Bolsonaro, onde segundo ele, acabou com diversas obras do PAC que estavam inacabadas, incluindo a transposição do Rio São Francisco. Além disso, o candidato citou investimentos na malha ferroviária do estado de São Paulo e prometeu maiores investimentos no setor - como o trem Intercidades.

No bloco seguinte, o candidato Elvis Cezar do PDT perguntou sobre impostos no estado de São Paulo para Tarcísio, após inicialmente ter ironizado Tarcísio não saber onde votaria. O pedetista também reclamou da postura de Tarcísio enquanto ministro, o qual acusou de deixar São Paulo por último.

Na resposta, Tarcísio deu uma resposta vaga sobre a questão de impostos e declarou que não pode fazer muito por São Paulo no que tange às estradas pelo fato da maior parte das rodovias já serem concedidas a empresas privadas. E após isso, novamente citou o modal ferroviário.

Na tréplica, o petista enfatizou novamente que as obras de Tarcísio não saíram do papel e que o povo não as vê. Além disso, relembrou que o candidato esteve junto de deputados que ofenderam o papa, envolvidos em agressão a mulher e corruptos. Em seguida, Tarcísio voltou a dizer que seu mandato terá gestão técnica e eles não farão parte.

Após isso, Tarcísio voltou ao assunto sobre impostos, mas desta vez perguntando a Rodrigo Garcia. O tucano foi criticado pelo republicano pela modesta política de transferência de renda.

Todavia, não apresentou também uma grande solução para o problema e voltou a apenas repetir os feitos como ministro de Bolsonaro.

Em suas considerações finais, Tarcísio agradeceu a sua família e aliados políticos e focou o seu discurso no desenvolvimento econômico de São Paulo, o qual prometeu alcançar com as suas obras.

A última pesquisa da TV Globo/IPEC sobre a disputa entre os candidatos, divulgada nesta terça-feira (27), mostra a liderança de Fernando Haddad (PT) com 34% de intenção de votos, sendo seguido por Tarcísio de Freitas (Republicanos) com 24% e por Rodrigo Garcia, com 19%.