As surpresas e decepções do universo do rap no Grammy.

A premiação musical tenta se estabilizar com o gênero após premiações polêmicas dos anos anos anteriores.
por
Davi Garcia Valentim
Ana Kézia de Andrade
|
05/04/2022 - 12h

 

Primeiro semestre do ano, época reservada para as maiores premiações no âmbito cultural, entre eles o Grammy, evento responsável por premiar os melhores no universo da música, o evento ocorreu no último domingo (03). A premiação envolve esquemas de votações consideradas contestáveis, pois é feita por um grupo selecionado pela Academia Nacional de Artes e Ciências de Gravação dos Estados Unidos (ou NARAS), sem a possibilidade de participação de críticos e fãs.

 

Após edições com diversas polêmicas em grande parte das categorias, como em 2020, a estreante Billie Eilish empilhando prêmios em cima das gigantes Taylor Swift, Beyoncé e Ariana Grande. E mais recente, em 2021, a também estreante Megan Thee Stalion que, surpreendendo a muitos internautas, passou pelo mega-hit “The Box” do jovem Roddy Rich, ou “Rockstar”, do DaBaby, garantindo assim o prêmio de melhor música de rap, categoria essa que também já é polêmica desde 2013, com Macklemore e venceu em cima de uma obra-prima de Kendrick Lamar, “Good Kid, M.A.A.D City”.

 

A organização do evento possui o dever de garantir estabilidade para a categoria do rap, pois a cada ano vem sendo mais e mais criticada, e por consequência, boicotada por diversos rappers e artistas do meio. The Weeknd, Drake e Kanye West foram alguns que escolheram não comparecer à premiação deste ano, por conta da reincidência de erros.

 

Começando pelo prêmio de revelação, que contou com o jovem e estrondoso Baby Keem, primo da estrela Kendrick Lamar, além do australiano Kid Laroi, responsável por um dos maiores sucessos do ano, “Stay” com Justin Bieber. Porém, não havia alguém capaz de tirar o troféu da estrela Olivia Rodrigo, uma máquina de hits em 2021, fez um sucesso enorme no mundo inteiro, e colocou “good 4 u” em incríveis 14 semanas no nº1 da Billboard Chart. Porém, Keem foi recompensado na categoria de melhor performance no rap, com a música “Family ties”. 

 

Na categoria ‘rap melódico' o prêmio ficou com o consagrado Kanye West com “Hurricane”, e ainda contou com The Weekend e Lil Baby, numa atuação magistral do trio em um hit considerado por fãs como angelical. Também vale destacar “WUSYANAME”, do aclamado Tyler the Creator, em uma união com o polêmico NBA Youngboy, mas que gerou uma das melhores músicas de 2021.

 

Nas principais categorias do gênero, Kanye garantiu mais uma, numa dupla gigantesca com Jay-Z, com a música “Jail”. Esse prêmio gerou uma certa discussão nas redes, com argumentos sobre não ser a melhor música de “Donda”, álbum vencedor da categoria. Estavam na disputa pelo prêmio “Family ties”, e “m y . l i f e”, do também ótimo J.Cole. 

 

Na categoria “melhor álbum de Rap” a decisão era unânime, pois quem ganhasse o prêmio, este estaria em boas mãos, nesse caso foi para Tyler the Creator, que ganhou seu segundo Grammy na categoria, agora com o completo e prazeroso “Call Me If You Get Lost”. A categoria contava com “Donda”, “The Off-Season”, do J.Cole, e “King’s Disease II”, do Nas. Todavia, internautas nas redes sociais comentam que, ainda sim, faltaram possíveis candidatos, como o “The Melodic Blue”, do Baby Keem, ou o incrível e pouco badalado “Sometimes I Might Be Introvert”, da Little Simz. Vale destacar também Doja Cat e SZA em “Kiss Me More”, que venceram como melhor performance em dupla/grupo no Pop.

 

Independente do ano, a premiação irá gerar polêmica nas redes, enquanto o NARAS não garantir segurança em suas escolhas e na entrega do prêmio. É improvável agradar a todos. Espera-se que o senso crítico prevaleça, independente de números. 

 

 

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