Por Gabriel Cordeiro e Lucas Lopes
No último mês de abril a Universal Pictures, em parceria com a empresa japonesa Nintendo, realizou o lançamento da adaptação para os cinemas do clássico jogo Super Mario Bros, com o filme de mesmo nome, com alta produção de animação e um elenco de dubladores bem famosos para o público, com Jack Black (Escola do Rock), Anya Taylor-Joy (O Gambito da Rainha) e Chris Pratt (Guardiões da Galaxia). E a recepção foi muito boa, alcançando números muito altos em pouco tempo, sendo o primeiro filme a adaptar um videogame batendo a casa de 1 bilhão de dólares e se tornando a maior bilheteria do ano superando outros grandes lançamentos como Homem Formiga e a Vespa Quantumania e Shazam: Furia dos Deuses.
O filme em si conta com diversas referências e desperta a nostalgia do público, com um enredo simples, mas que consegue ser cativante pelo apreço aos já conhecidos personagens. “Foi incrível, saí da sala de cinema e fui direto tentar ligar o videogame para jogar de novo”, diz Gustavo Payao, 18 anos, que assistiu ao longa, em entrevista para a AGEMT. “Eu não sabia que o filme ia ser lançado até ver as propagandas no metrô, me animei, resolvi assistir e não me arrependi em nada", acrescenta.
"Todo o universo e os pequenos detalhes foram muito bem adaptados, as músicas, os personagens estavam todos muito bem representados e caracterizados, um banho de nostalgia muito legal” continuou Gustavo que também falou algo interessante sobre o público presente: “E tinham muitos jovens e adultos na sessão, diferente das animações padrões em que se predomina crianças, muita gente foi relembrar o clássico jogo que marcou as gerações anteriores”.
Cena do filme Super Mario Bros. Divulgação: Universal Studios
O sucesso do filme da Universal Studios foi a coroação das recentes adaptações de games para outras mídias, com as recentes boas bilheterias de Uncharted (filme baseado no jogo de mesmo nome) e dos dois filmes baseados no personagem clássico Sonic, também nos streamings a série da HBO Max The Last of Us (baseada no jogo de mesmo nome) também foi um grande sucesso de audiência, batendo recordes da plataforma e recebendo elogios pela boa adaptação, trazendo até mais profundidade para alguns temas e explorando histórias que o próprio jogo não conseguiu explorar.
Enquanto o formato, baseado em jogo, está crescendo, os filmes baseados em histórias de super-heróis passam por uma crise nunca antes vista, com os lançamentos deste ano tendo recordes negativos, Shazam: Furia dos Deuses gerou um prejuízo de mais de 150 milhões de dólares para a Warner Bros e Homem Formiga e a Vespa Quantumania tendo a maior queda de audiência já vista nos filmes do MCU (Marvel Cinematic Universe) e sendo também a sequência menos lucrativa desde Homem de Ferro 2 (2010).
Imagem de Homem Formiga e a Vespa: Quantumania. Foto: Divulgação Marvel Studios
Mas não é de hoje que esses problemas vêm se mostrando: a “formula Marvel” já mostrava sinais de que estava saturada para o público desde a sequencia “Doutor Estranho no Multiverso da Loucura”, “Thor: Amor e Trovão” e “Pantera Negra: Wakanda Para Sempre” não atingindo a casa do bilhão na arrecadação internacional, algo que antes era comum para as produções da Marvel.
Para Guilherme Sansone, 18 anos, fã assíduo e que assistiu a todas as produções do MCU, "grande parte do porquê da queda recente vem devido as falhas de designs e pós-produção, somados ao mau uso dos efeitos especiais. Além disso, os enredos estão previsíveis e entediantes, com um claro desgaste da tradicional “formula Marvel”, além da ausência de importância para o filme como algo individual, com todos sempre parecendo apenas mais uma engrenagem para a grande maquina, que seria um outro grande evento como Vingadores: Guerra Infinita ou Homem Aranha: Sem Volta para Casa”.
E a perspectiva não é de melhora, com o próximo lançamento Guardiões da Galaxia 3 tendo a previsão de arrecadação no Box Office Pro não passando dos 300 milhões , o gênero de super-heróis precisa urgentemente de uma novidade, caso contrário a tendência é de que cada vez mais se perca o interesse do público.