A Skate Total Urbe (STU), maior plataforma da modalidade, realizou na Praça Duó, localizada na Barra da Tijuca, na cidade do Rio de Janeiro, as semifinais da competição entre os dias 16 e 20 de outubro. Com 110 inscritos, entre eles nomes conhecidos no cenário nacional e internacional, como Augusto Akio, Rayssa Leal, Pedro Barros, Isa Pacheco, Sky Brown e outros atletas populares na cena.
O evento, realizado desde 2017, é reconhecido por ser responsável pelo Circuito Brasileiro de Skate, e traz como sua característica principal, além do torneio, compartilhar a cultura urbana através dos shows, exibições, mídia e comércios.
A edição deste ano trouxe um olhar de inclusão social para diferentes causas, como acessibilidade, garantindo a integração do paraskate, ou seja, participação de pessoas com deficiência (PCD) – modalidade que espera competir nas Olimpíadas de Brisbane, em 2032. A projeção do evento também se preocupou com a sustentabilidade, em parceria com a uma empresa de energia, se comprometeram em compensar as emissões de carbono resultantes da locomoção do público, skatistas, trabalhadores e artistas ao local.
Além disso, ocorreram iniciativas para conectar comunidades marginalizadas ao esporte, como o projeto ‘Criativos da Favela’, que auxilia jovens das favelas na formação de Audiovisual com Inteligência Artificial. Foram feitos tours pela área, observação dos treinos dos competidores e as crianças também puderam andar na mini rampa de skate.
A assinatura da identidade visual das pistas, foi feita pelo artista João Lelo, cuja arte com suas cores vivas e alegres deram um ar descolado e original para o evento, combinado a arte às manobras radicais que foram apresentadas durante a semana.
Etapas da competição
Ao todo, foram 20 baterias, organizadas em quatro femininas e seis masculinas, tanto para o Street, quanto para o Park. Os skatistas foram divididos em grupos e tiveram direito a um número específico de voltas, conforme a fase em que se encontravam — início, semifinal ou final. É importante destacar que essa 'final' se refere apenas à etapa realizada no Rio de Janeiro; a grande final do campeonato acontecerá posteriormente, em São Paulo, com os skatistas que avançaram nesta fase.
Park
A etapa acontece em um trajeto que tem formato de tigela, repleto de diferentes obstáculos que permite aos atletas ganhar velocidade e impulso para realizar manobras aéreas.
Nas semifinais, os 12 skatistas classificados foram divididos em três baterias, onde cada atleta teve três voltas de 45 segundos. A melhor volta de cada skatista foi contabilizada, e os primeiros e segundos colocados de cada bateria avançaram para a grande final.
A final apresentou um formato diferente, com seis skatistas competindo em duas sessões de 25 minutos cada. Durante essas sessões, eles puderam realizar suas melhores voltas, com até 45 segundos por tentativa, quantas vezes desejassem dentro do tempo disponível.
Street
São realizadas manobras em escadas, corrimãos, rampas e desníveis, em um percurso que remete ao ambiente urbano.
Na fase semifinal, 12 skatistas competiram em três baterias. Cada atleta teve três voltas de 45 segundos, além de 15 segundos para executar uma ‘best trick’ – uma manobra escolhida prelo atleta. A melhor volta e a nota da manobra são somadas para determinar a pontuação. Os primeiros e segundos colocados de cada bateria avançaram para a final.
A final teve uma única alteração em relação às semifinais: se um skatista errasse a execução da ‘best trick’, ele teria a oportunidade de uma segunda tentativa para tentar acertar.
A competição
O cronograma do campeonato foi alterado diversas vezes, por conta da ameaça de chuva, que tornaria a continuação das provas impossível, por causa do local aberto. Nos primeiros dois dias, quarta-feira (16) e quinta-feira (17), o clima foi tranquilo, que permitiu que o público conseguisse acompanhar os treinos e as classificatórias para as próximas fases.
Na sexta-feira (18), com um aumento dos espectadores e o clima parecia estável. No entanto, ao final da tarde, a chuva começou e paralisou as atividades. A tensão foi se dissipando aos poucos e mesmo debaixo da chuva, as pessoas se divertiram ao som do Viaduto de Madureira. Com uma melhora da temperatura e a secagem das pistas, aconteceu o retorno à programação previamente planejada.
No sábado (19), o campeonato ocorreu pela manhã, com uma alteração no horário por conta da chuva. A organização teve de ser improvisada e as etapas do Park do e Street aconteceram simultaneamente, o que não foi suficiente pois não foi possível terminar a fase semifinal do Park masculino. O sistema de pontuação foi prejudicado, já que faltaram duas voltas e a pontuação final não foi determinada nessa fase.
No domingo (20), não foi diferente, a chuva era mais intensa e deu uma trégua no período da tarde, às 18h (horário de Brasília). A organização do evento, além dos funcionários, precisou da ajuda dos esportistas, para agilizar a secagem das pistas na tentativa de realizar a final. As etapas do Street e do Park também tiveram de ocorrer ao mesmo tempo para que o evento pudesse ser finalizado corretamente com a premiação.
As finais na praça Duó, apesar da incerteza e demora para acontecer, foram recompensadas para o Brasil, que comemorou três títulos: Rayssa Leal foi a melhor no Street feminino, Luigi Cini triunfou no Park masculino, e Kauê Augusto venceu a etapa no paraskate Street.
A nossa “fadinha do skate”, Rayssa, medalhista de bronze em Paris 2024, conquistou pela quarta vez consecutiva o Street feminino, pontuando 82.80 e mesmo com as quedas, nenhuma outra finalista alcançou 80 pontos. O pódio foi completo pela australiana Chloe Covell (79.13), em segundo, e a espanhola Daniela Terol (75.39) na terceira posição.
Já no Park feminino, a britânica Sky Brown, de 16 anos, também se destacou com 90.50, enquanto a australiana Arisa Trew, que ficou em segundo, teve a nota 86.67. A brasileira Raicca Ventura terminou a competição em terceiro com 80.00 pontos.
O Park masculino provocou fortes emoções, com a final foi marcada pela chuva, que impediu a conclusão da última sessão. O pódio se formou com os brasileiros Luigi Cini, que fez 88.11 pontos, Gui Khury (87.00) e Pedro Barros (85.50) .
O Street masculino teve como vencedor, Matías Dell Olio que ganhou o título pela segunda vez, com 84.76, e superou os brasileiros Gabryel Aguilar (83.16) e Ivan Monteiro (82.82). No paraskate Street, Kaue Augusto foi campeão com 79.72, seguido por Felipe Nunes (76.00) e David Soares (75.00).