Salão de beleza perde mais de 70% de seus clientes durante pandemia

Funcionária conta que precisou ajudar no pagamento do aluguel do espaço e o retorno agora é complicado porque massagem é "luxo"
por
Isadora Pressoto
Sophia Pietá Milhorim
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05/05/2022 - 12h

O salão Fragonezzi Studio, onde a massoterapeuta Ana Flávia dos Santos trabalha, perdeu mais de 70% de seus clientes durante a pandemia, o que gerou dívidas e prejuízos ao estabelecimento. Santos afirma que ‘’com a falta de atendimentos, não entrava dinheiro, tive que arcar com as despesas como aluguel, com o pouco das reservas que eu tinha’’.

‘’Nas massagens acontece o contato direto com o corpo das pacientes, e muitas tinham medo de se contaminar’’, conta Santos. Ela acredita que mesmo após o fim das restrições, o medo da contaminação foi uns dos motivos para a queda contínua do fluxo. Além da crise financeira, que afetou muito a sua área de trabalho, pois mesmo com a volta do salão, em suas palavras ‘’a massagem é vista como 'luxo', não cabendo mais no orçamento das clientes’’. 

A pandemia ‘’educou’’ boa parte da população, as pessoas começaram a se atentar mais em termos de higiene, e essa é uma das partes positivas que Santos encontra nesse momento tão difícil da pandemia. Fragonezzi Studio já tinha protocolos de higiene antes da Covid-19, nas sessões de massagem, por exemplo, já era obrigatório o uso de máscara e touca descartável, o que acabou permanecendo e intensificando esse protocolo, com intervalos de 30 minutos entre cada cliente, para ser feita a higienização da maca, e o uso de álcool gel para limpeza das mãos. 

A cabeleireira Ana Carolina Reis, 25, diz que no começo a volta aos atendimentos foi bem devagar, as clientes demoraram a ter confiança para sair de casa e passar horas em um salão de beleza. Com a vacinação em massa e a retomada das festas e eventos, a procura por procedimentos começou a aumentar e a renda financeira do estabelecimento melhorou.  

Reis conta que uma de suas clientes retornou ao salão com uma aparência totalmente diferente. A cliente fazia o uso de alisamentos nos cabelos, e como não podia ir ao salão por conta da pandemia, resolveu assumir os cachos. E hoje com a volta do atendimento, sua visita ao salão não é mais para alisar, e sim, para um auxílio em sua transição capilar, o que melhorou sua autoestima, ’’As pessoas passaram a valorizar mais a nossa profissão e voltaram a cuidar de si mesmas’’.

Seguindo todos os protocolos da vigilância sanitária, como distanciamento entre bancadas, esterilização dos equipamentos, uso de máscaras e álcool em gel disponível na entrada, os salões de beleza ficam mais seguros para reabrir as portas e poder atender os clientes com toda a segurança necessária, declara Reis.