Foto: Rogério Pallatta/SBT.
Nascido no ano de 1982, em Divinópolis-MG, Rômulo Mendonça cultivou, desde cedo, seu amor pelo esporte. A história do narrador com o basquete começa em 1991. Quando o basquete feminino brasileiro conquistou os jogos Pan Americanos de Havana. Um marco para o jornalista. Desde então, Rômulo só intensificou seu carinho pelo esporte. “Me lembro d’eu criança, nas finais de 1991, entre Bulls e Lakers, que não me interessava pelo que estava acontecendo ali. Ironicamente, no ano seguinte, na final entre Chicago e Portland, eu já estava viciado em basquete”.
O narrador, que trabalhou na Rede Transamérica de Belo Horizonte, fez parte do time da ESPN por 12 anos e é recém contratado para o time esportivo do Amazon Prime Video, é sempre lembrado pelos bordões e narrações cômicas. No programa “The Noite” não foi diferente. Logo no começo, Danilo Gentili, apresentador do Talk Show, mostrou um compilado de narrações do jornalista e assim conquistou todos da plateia que ainda não o conheciam. “É o mensageiro do caaaoss!”; “Splashh!” “Aqui não, queridinha!”; “Tocaço do porteiraço do ENEM!”; “Com fúriaaa!”; “Brinquedinho assassino!" e “Boom, boom, boom Shakalaka!" são um pequeno conjunto do seu vasto arsenal de bordões apresentados por Danilo.
Rômulo, explica como ele inventa os apelidos dos jogadores e o porque chama o jogador Stephen Curry, de Jararaca: “Levo em conta a característica física, a habilidade e a personalidade. O Curry, por exemplo, é um grande arremessador. Ele é venenoso! Você pode achar que ele está quieto, de repente, ele vem e muda o jogo!”
O locutor esportivo é perguntado a respeito do ritmo de narração de uma partida de basquete, já que muitos estão acostumados com a de futebol. “O basquete tem muita estatística, é uma dinâmica que faz com que, ao longo do jogo, informações do contexto, da liga e do jogador sejam propagadas. É um esporte americano, então tem muito a questão dos números. Já no futebol, o relato realmente é mais seco em boa parte da transmissão, diferente do basquete, que é ataque e defesa o tempo todo.” Mas reforça que um narrador de futebol não é inferior a um de basquete. “São esforços diferentes.”
Foto: Instagram/Rômulo Mendonça
Danilo Gentili recorda os momentos marcantes do narrador no “All Star Game 2023", no qual pediu para alguns jogadores reproduzirem os apelidos que Rômulo criou para eles. “Jaylen Brown, o homem mau", “Eu sou Donovan Mitchell, a aranha brutal” e “Sou Luka Doncic, o tesouro” foram as falas que os próprios jogadores reproduziram a pedido de Rômulo.
O apresentador do programa relembra quando o bordão "Lebron!" Ladrão! Roubou meu coração!” viralizou. A proporção foi tão grande, que o vídeo foi reproduzido nas emissoras americanas e até mesmo vista pelo próprio Lebron James, que elogiou Rômulo. O narrador destaca: “Os americanos não estão acostumados com narrações assim, cheias de criatividade, gritos, bordões e até canções. Lá, as narrações ,geralmente, são mais tranquilas e eles sempre ficam surpresos quando veem narrações latinas.”
Por falar em Lebron James, o narrador falou a respeito de quando narrou o astro de 38 anos quebrar o recorde e se tornar o maior “cestinha” da história da NBA. “Um recorde intocado por décadas, se rende ao Papai.” Rômulo enfatiza a grandiosidade desse recorde, reforçando que ele foi mantido por quase 40 anos, pelo lendário Kareem Abdul-Jabbar, até ser quebrado, em 2023, pelo ala do Lakers.
Danilo, espertamente, aproveitou o gancho para fazer uma pergunta polêmica: “Quem é melhor: Michael Jordan ou Lebron James?” E Rômulo responde sem hesitar: “Como jogador, é o Michael Jordan. Como carreira, é o Lebron James. É impressionante! Lebron entrou na NBA em 2003 e, até hoje, joga em alto nível. Ou seja, são 20 anos sempre no auge.” Ainda assim, Rômulo deixa claro que são jogadores com estilo de jogo diferente.
Foto: Charles Krupa/ Bleacher Report
Muitos não sabem, mas Rômulo narrou o time masculino e feminino de vôlei nas Olimpíadas Rio 2016. Na ocasião, o vôlei masculino levou a medalha de ouro para casa. Esse momento foi tão marcante na carreira do narrador que, ao ser questionado se preferia narrar as finais da NBA “in loco” - no qual já narrou 3 vezes - ou as Olimpíadas disse: “Difícil escolher. São os meus favoritos. Mas gostaria de narrar as Olimpíadas. Olimpíadas é espetacular! É extraordinário! É um evento impressionante! Tive sorte, afinal cobrir uma Olimpíada no próprio país é algo que não veremos de novo. Foi único!”
Rômulo Mendonça é uma das pessoas mais importantes para a propagação do basquete no Brasil. Rômulo, a mais de uma década, é um dos principais narradores da NBA no país. Como consequência, carrega o troféu por criar fãs de basquete por seu trabalho como narrador.
Imagem: Divulgação/Grupo Disney