Quando a gente é pequeno, ouve dos adultos que pra se acalmar basta respirar e contar até 10. Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez. Assim.
Quando cresci, e passei a acompanhar mais de perto o futebol, comecei a duvidar da eficácia desse método. Às vezes, não dava tempo de contar até 10, o gol saia antes e o grito de emoção se misturava à contagem. Às vezes, contar até 10 soava como contar até mil e o fôlego acabava pela metade.
Mas no dia 2 de novembro, com a derrota do Internacional e o baile do Palmeiras em casa - literalmente, dá pra ver o oposto de tudo isso.
Para qualquer palmeirense, a partir dessa noite, contar até 11 é a melhor sensação de todas! E contar até 10, não é mais o que era antes. Já para o resto… Que eles continuem contando até 8, no máximo. E que aos de verde caiba contar até 11. Não para relaxar, mas para comemorar!
Contar até 10, agora, não é mais suficiente. É preciso contar até onze.
É preciso encher duas mãos e acrescentar mais um dedo. Colocar mais uma taça naquela sala de troféus. É preciso entender que, se em 2018, contar até 10 bastava, agora, em 2022, não basta mais.
O que acalma mesmo um torcedor alviverde hoje é contar, mais e mais - e não só títulos!
Entender que a tarefa do palestrino também é a de contar sobre ídolos, academias, sobre crianças de 16 anos que jogam como adultos e de adultos com tamanho de criança que jogam e encantam.
Aquela mesma menina que eu era e que até aqui contava até 10, hoje é uma mulher que comemora poder contar até onze. O que soava como um castigo de infância, uma espécie de bronca em momentos de birra - respira! Conta até 10-, agora é um prazer inestimável.
Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez, ONZE.
Sinto muito mãe, mas não vou ensinar meus filhos a contar até dez quando estiverem nervosos. Vou ensinar-lhes o prazer de torcer pra um time que pode contar até onze!
Palmeiras: 11 vezes campeão brasileiro!