Religiosos criticam violência contra gays

Entre 2022 e 2023, morte de homossexuais sobe 21%
por
Júlio Antônio Poças Pinto
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13/06/2024 - 12h

"A igreja sempre vai condenar qualquer pratica de violência", afirma o seminarista Rafael Manente, quando confrontado com os dados sobre aumento de mortes na comunidade LGBTQIP+. Entre os anos de 2022 e 2023 houve aumentou em media 21%  no numero de mortes contra homens homossexuais, passando de 96 mortes em 2022 para 118 em 2023. Já o número de mortes de pessoas bissexuais foram de 3 mortes em 2023. Essa variação se baseia no Dossiê de Mortes e Violências contra LGBTI+ em 2022 e o relatório divulgado pelo Grupo Gay Bahia

O conego José Adriano afirma que o primeiro ponto a ser considerado é que "todas as pessoas independentes de serem homossexuais ou não somos todos criados por Deus e feitos a sua imagem e semelhança e por isso possuímos a dignidade de pessoas humanas e somos proibidos de fazer o mal contra o próximo". Ele ainda lembro dos Dez Mandamentos, em especial o quinto, que "nos proíbe de matar o próximo fisicamente, moralmente e psicologicamente". Enquanto isso, o seminarista Rafael acrescenta que "todos devemos nos amar" .

Para ambos, a Igreja deve acolher os homossexuais que já sofreram violência. O Conego afirma que a igreja "recebe a todos   com caridade e  amor fraterno".  Ele ainda lembra que "Jesus nos ensina a resgatar aquela ovelha que está ferida e machucada".  

Conego afirma que as praticas de violência são crimes contra as leis civis e pecado contra as leis de Deus portanto todos agressores cometeram um delito seja um crime seja um pecado e a igreja se compadece e defende os homossexuais que sofrem violência. Sobre essa questão o seminarista Rafael explica que a igreja sempre vai condenar qualquer pratica de violência  e desnecessária e continua dizendo que a igreja nunca vai recorrer da violência contra qualquer estilo de vida.

Sobre a norma da igreja para combater a violência contra homossexuais o Conego José Adriano menciona o documento da igreja fidúcia supplicans e diz que este documento foi feito para abençoar a todos inclusive os homossexuais são acolhidos com todo carinho e com todo amor, porem a igreja não dispõe de nenhuma lei que proíba a violência contra homossexuais, ele explica dizendo que essa é uma função da lei civil proibir a violência contra qual quer pessoa e continua falando que a igreja atribui pecado para as pessoas que praticam violência contra o próximo e afirma que os ensinamentos de Jesus são contra a violência física e psicológica após isso conclui respondendo que aquilo que a igreja tem é uma moral proibitiva contra a violência e uma moral do amor de Deus para com todos. Já o Rafael acrescenta que a igreja nunca vai utilizar de violência contra ninguém e reafirma que a igreja e contra todo tipo de violência.

O estudante de jornalismo na PUC-SP, Oliver Santiago, vive em meio a essa situação e conta ter sofrido humilhação e violência verbal. Ele relembra que tudo começou após ter falado sobre sua bissexualidade com seus amigos, que começaram a tirar sarro dele praticando até web bullying durante o jogo Gartic Phone. "Todas as vezes que a gente conversava sobre relacionamentos, eu era humilhado". Ele lidou com essa violência conversando bastante com as pessoas que foram assediosas e também explicando sobre ele mesmo.  Por ser um grupo da periferia, Oliver acredita que essa violência vem do fato deles terem uma mente mais fechada por conta da cultura do bairro.