Paulo Roberto da Silva Lima, conhecido como "Galo", se apresentou voluntariamente em 28 de julho à delegacia, admitindo ter participado do ato que incendiou a estátua do Borba Gato em São Paulo. Numa entrevista concedida à imprensa em frente à delegacia, Galo disse que "aquele ato foi feito para abrir um debate e o debate foi aberto”. A importância desse debate vem ganhando repercussão especialmente nas redes sociais, após uma série de movimentos ao redor do mundo contra monumentos dessa natureza, .
Como exemplo disso, artistas e políticos utilizaram suas plataformas para se posicionarem a favor da soltura de Galo. O rapper Mano Brown postou uma foto em seu Instagram na última quarta-feira (4) onde ele aparece segurando um cartaz com a #LiberdadeParaGalo, e diz na legenda “uma prisão para tentar calar a luta”. A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL), publicou uma nota em seu site pedindo a liberdade de Paulo Galo e comentando sobre a importância de questionar a existência de monumentos como o de Borba Gato.
O cantor e rapper Emicida, também se manifestou em sua conta no twitter com uma imagem: "09 dias presos injustamente. Mais de 500 anos sem poder falar nada". A deputada federal Talíria Petrone se posicionou na mesma plataforma: ''o que acontece com Galo é totalmente arbitrário e político. Continuaremos lutando muito para que ele saia o quanto antes", fazendo uso também da hashtag.
Erica Malunguinho, deputada estadual de SP, aproveitou o espaço para exigir a soltura de Galo chamando todos a irem às ruas no dia 11 de agosto no teatro municipal de São Paulo. Seguindo a mesma linha de Erica, a Unidade Popular 80, compartilhou uma postagem da conta o povo na rua, fazendo o mesmo convite: “A prisão de Galo mostra que nunca existiu democracia para os trabalhadores desse país. Ele passou o dia dos pais longe de seu pai e de sua filha, por uma prisão firmada na organização contra a exploração dos entregadores”. Galo faz parte do grupo "entregadores antifacistas”
A antropóloga Lilia Schwarcz informou a importância do ato por meio de seu Instagram. A professora da USP alegou que, com esse debate, será possível “mostrar à população quem foram esses 'heróis''' e “ressignificarmos espaços públicos”. A apresentadora Marimoon também conta que sempre se perguntava “que horas iam arrancar esse monumento”, caracterizando a ação como um “grande dia”.
Em contrapartida do movimento #LiberdadeparaGalo, algumas figuras públicas utilizaram suas redes para expor suas críticas ao ato político contra a estátua. A atriz e ex-secretária da Secretaria Especial da Cultura Regina Duarte referiu-se ao incêndio como um “absurdo”. Segundo o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), em entrevista para o G1, "não é fazendo ato de vandalismo que você vai poder discutir questões, mesmo que seja alguma dívida do passado.”
Já para a deputada Renata Souza (PSOL), “Galo é preso político. Mantê-lo preso escancara a ilegalidade e a perseguição da decisão! Lutar não é crime!”. A ex-presidente Dilma Rousseff, em entrevista para o Canal Resistentes, no Youtube, comentou que a prisão de Galo “é escandalosa, ou seja, botar fogo em Borba Gato, dá prisão, quebrar a placa da Marielle, não”. Vale lembrar que em 2018, deputados do PSL destruíram a placa de rua feita em homenagem à vereadora Marielle Franco, contudo, apesar de denúncias, nunca foram tomadas providências a respeito do caso.