Com as equipes femininas e masculinas classificadas, o vôlei vem como uma das principais modalidades da delegação brasileira. Ambas com potencial de medalha, Bernardinho e Zé Roberto Guimarães comandam os atletas que representarão um dos esportes mais populares para os brasileiros.
Quando a modalidade surgiu
O voleibol foi criado sob a direção de William Morgan, em 1895, nos Estados Unidos. Morgan, que trabalhava na ACM de Holyoke, Massachusetts, tinha como objetivo desenvolver um esporte de equipe sem contato físico entre os adversários, visando minimizar os riscos de lesões. A modalidade rapidamente ganhou popularidade e se espalhou de forma global, levada por soldados norte-americanos durante a Segunda Guerra Mundial, e atualmente é praticada em vários países, abrangendo todos os continentes.
Quando se tornou esporte olímpico
No final da década de 1940, algumas federações nacionais relacionadas ao esporte iniciaram discussões sobre a criação de um órgão internacional que teria a função de coordenar o desenvolvimento do voleibol. Essas ideias acabaram tomando forma e a partir de um congresso foi criada a Federação Internacional de Voleibol (FIVB), em 1947, em Paris. Dois anos mais tarde, foi realizada a primeira edição do Campeonato Mundial de Vôlei, apenas entre homens e, a versão feminina, teve sua estreia em 1952.
Com isso, a FIVB começou a pressionar o Comitê Olímpico Internacional (COI) para que o esporte fosse adicionado aos programas dos Jogos Olímpicos. Assim, em 1957, foi organizado um torneio-exibição durante a 53º sessão do COI, e após o sucesso do evento, o voleibol foi oficialmente introduzido pelo comitê em 1964, nos Jogos de Tóquio, tanto na modalidade masculina quanto na feminina.
Explicação das regras
O esporte é praticado por duas equipes de 6 atletas separados por uma rede, em quadra, que tem medidas de 18m de comprimento e 9m de largura. As partidas nos Jogos Olímpicos são disputadas em um melhor de cinco sets, ou seja, o primeiro time a fechar três sets vence a disputa. Para vencer um set, é necessário que a equipe marque 25 pontos antes do adversário, com uma diferença mínima de dois pontos necessária. Um ponto é marcado quando a bola cai dentro da quadra rival ou quando o próprio oponente comete erros de jogo. Caso seja preciso, as equipes disputarão um quinto set, o “tie-break”, jogado até 15 pontos, com a mesma margem de dois pontos de diferença.
A única diferença nas competições oficiais entre as categorias feminina e masculina é a altura da rede: 2,24 metros para mulheres e 2,43 metros para homens.
Uma partida de vôlei exige que os atletas tenham grande força física e principalmente reflexos rápidos para que seja possível bloquear ataques rivais ou recuperar a bola antes que ela atinja o chão da quadra do seu time.
Onde serão as disputas
Entre os dias 27 de julho e 10 de agosto, a Arena Paris Sul será o palco das competições de vôlei masculino e feminino. No feminino, as fases de grupo se estenderão até 4 de agosto, enquanto no masculino, até 3 de agosto.
Países com mais medalhas
Nas Olimpíadas, intensas disputas têm marcado o desempenho das seleções, especialmente contra potências como os EUA, que, no masculino, acumulam três medalhas de ouro e mais três de bronze, representando uma ameaça ao Brasil. A delegação brasileira lidera o ranking de medalhas na modalidade, com seis medalhas no total, sendo três de ouro e outras três, de prata.
No vôlei feminino, tanto o Brasil quanto os Estados Unidos também dominam o cenário olímpico. As americanas, reconhecidas como uma das potências globais, conquistaram a primeira medalha de ouro apenas nos Jogos de Tóquio, em 2021, – além de outras cinco medalhas, sendo três de prata e duas de bronze até o momento. O Brasil, por sua vez, possui cinco medalhas no total, com duas medalhas de ouro. China e Cuba também se destacaram na história das Olimpíadas, com três medalhas de ouro cada. A União Soviética tem quatro de ouro e duas de prata, liderando o ranking.
Experiência de juventude no Time Brasil
A equipe olímpica de 2024 inclui uma mistura de veteranos e novatos que se destacaram e estão prontos para entrarem em quadra em Paris. Entre os estreantes, Darlan, Flávio, Adriano e Lukas Bergmann farão suas primeiras aparições nos Jogos Olímpicos. O capitão, Bruninho, por outro lado, se prepara para sua quinta participação em uma Olimpíada, trazendo na bagagem três medalhas, incluindo uma de ouro conquistada aqui no Rio de Janeiro, em 2016. Outro destaque importante para a seleção masculina é também a participação dos irmãos Alan e Darlan, com Alan sendo oito anos mais velho e campeão dos Jogos Pan-Americanos de Santiago em 2023. Darlan expressou seu orgulho e admiração mútua durante uma entrevista e se diz muito orgulhoso de participar dos Jogos Olímpicos lado a lado com o irmão.
A família Bergmann também celebra uma conquista dupla, com Júlia convocada para a seleção feminina e Lukas destacando-se na equipe masculina. Lukas, de apenas 20 anos, brilhou na Liga das Nações (VNL) de 2024 e foi um dos destaques na vitória contra a Alemanha. Entre os veteranos, Lucão se prepara para sua quarta participação olímpica, enquanto Lucarelli está pronto para seu terceiro Jogos.
Na seleção feminina, seis jogadoras que conquistaram a prata nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 retornam: Ana Cristina, Carol, Gabi, Macris, Roberta e Rosamaria. A capitã Gabi participará pela terceira vez de uma Olimpíada, defendendo a seleção brasileira. Outra atleta de destaque em Paris, é Thaisa, uma das mais experientes e a mais alta da equipe, com 1,96m. A atleta, que possui dois ouros de Beijing 2008 e Londres 2012, retorna às quadras da seleção após se aposentar em 2018, motivada por novas metas, incluindo o ouro em Paris.
Em entrevista ao “Olympics”, Thaisa falou sobre sua volta, destacando sua determinação em alcançar mais uma conquista. Ela é uma das poucas atletas brasileiras com dois ouros olímpicos e é a única do vôlei com a chance de se tornar tri medalhista, caso conquiste o ouro em Paris.
Quais são as seleções favoritas ao ouro olímpico em 2024?
A recente conclusão da Liga das Nações de Vôlei (VNL) trouxe mudanças significativas no ranking mundial e delineou os possíveis favoritos para os Jogos Olímpicos de Paris 2024. A França, sede das Olímpiadas de 2024, venceu o Japão na final e se consolidou como uma potência no vôlei.
O Brasil, apesar de uma campanha regular na VNL, com seis vitórias e sete derrotas, permanece como um dos favoritos ao pódio em Paris 2024. A seleção brasileira segue sob o comando de Bernardinho, e mescla experiência e juventude com jogadores como Bruninho e Darlan se destacando. Enfrentando adversários históricos, como Polônia e Itália no grupo B, o Brasil tem pela frente um caminho desafiador, mas a tradição e a preparação intensa durante o próximo mês fortalecem suas chances de mais uma medalha de ouro.
Além da França e do Brasil, outras seleções se destacam como candidatas ao ouro em Paris 2024. A Itália, com seu recente bom desempenho e a Polônia, sempre competitiva e que eliminou os brasileiros nas quartas de final e conseguiu o terceiro lugar na VNL, são fortes nomes para o pódio em Paris.
No feminino, em Tóquio 2020, os Estados Unidos derrotaram o Brasil na final e conquistaram seu primeiro ouro, com a Sérvia completando o pódio após derrotar a República da Coreia. Desde então, os EUA mantêm sua relevância no cenário do vôlei feminino, embora não tenham alcançado o pódio nas competições mais recentes.
Outras seleções, no entanto, emergiram com força, prometendo uma competição acirrada em Paris 2024.
A Itália, por exemplo, destacou-se ao conquistar o bicampeonato da Liga das Nações em 2024. Com uma equipe liderada pela estrela Paola Egonu, as italianas chegam como uma das principais candidatas ao ouro. Já a Turquia, que figurou no top 4 da VNL em todas as edições até 2023, quando venceu o título. O Brasil, por sua vez, ainda sob o comando de José Roberto Guimarães, continua sendo uma das equipes favoritas na modalidade, com veteranas como Gabi, Carol e Thaísa, além das promissoras Ana Cristina e Júlia Bergmann, que mostram o potencial de levar a equipe novamente a mais um pódio olímpico.