Que esporte é esse?: Breaking

Conheça o estreante nas Olimpíadas de Paris, que mistura a dança urbana com o esporte
por
Juliana Bertini de Paula
Chloé Dana Wong Desbrosses
|
15/07/2024 - 12h

O breaking é um estilo de dança que surgiu nos Estados Unidos na década de 1970 nas festas do bairro do Bronx, em Nova York, durante o ápice da cultura hip hop. Ela é identificada pelos movimentos acrobáticos, pelo footwork estilizado e pelo papel fundamental do DJ e do MC (mestre de cerimônia) durante as batalhas. As competições internacionais de breakdance começaram na década de 90, popularizando o estilo e o hip-hop para um público maior.

 

Nessas batalhas, os dançarinos precisam improvisar ao ritmo do DJ e recebem notas dos jurados. A modalidade teve sua estreia nos Jogos Olímpicos da Juventude de 2018, em Buenos Aires e, devido ao seu sucesso, foi escolhida para estrear como uma nova modalidade nos Jogos Olímpicos de Paris 2024.

 

A competição começa com disputas individuais, em dois eventos: um masculino e outro feminino. As disputas já se iniciam em um formato de “mata-mata”, eliminatório, nas oitavas-de-final. Serão ao todo 32 breakers, 16 masculinos, – chamados de B-Boys – e 16 femininos – chamadas de B-Girls. Um começa a performance e então seu adversário retoma. 

 

Enquanto isso, cinco juízes utilizam seis critérios para a avaliação dos atletas: criatividade, personalidade, técnica, variedade, performance e musicalidade. Cada jurado conta a pontuação dos participantes por cada elemento e vence quem fizer a melhor apresentação, em três rounds. 

 

Sem brasileiros em Paris

Mesmo com nomes relevantes para o cenário do Breakdance, a delegação brasileira não conseguiu se classificar para os Jogos Olímpicos de 2024. Leony Pinheiro, o principal b-boy brasileiro e a b-girl Mayara Collins, conhecida como Mini Japa, participaram do Olympic Qualifier Series, em Budapeste, na Hungria, no final de junho – a última seletiva para a vaga olímpica – mas não conseguiram passar da primeira fase. 

 

Favoritos a medalha

Apesar da ausência de breakers da América Latina, alguns nomes asiáticos, europeus e norte-americanos se destacam. Por causa do seu surgimento, nos Estados Unidos, o país é uma potência no esporte, além de Japão e a França. 

O canadense Philip Kim durante a final do Mundial de 2022, em Seoul – Foto: Lee Jin-man/The Associated Press
O canadense Philip Kim durante a final do Mundial de 2022, em Seoul – Foto: Lee Jin-man/The Associated Press

 

Do lado dos b-boys, o favoritismo fica com o japonês Shigeyuki Nakarai, o Shigekix – campeão dos Jogos Asiáticos de 2022 – e, com Philip Kim, ou Phil Wizard, canadense, campeão do pan-americano em 2023. 

 

Na competição feminina, o destaque fica por conta da b-girl francesa Sysa Dembélé, a Syssy e da lituana Dominika Banevic, ou Nicka, como é conhecida.

 

Place de la Concorde terá várias praças esportivas para modalidades urbanas. – Imagem: Divulgação/Olympics
Place de la Concorde terá várias praças esportivas para modalidades urbanas. – Imagem: Divulgação/Olympics

 

Nas Olimpíadas, o palco do espetáculo será a Praça da Concórdia, – que também sediará outras disputas urbanas, como o Basquete 3x3, o Ciclismo BMX Freestyle e o Skate – a mais antiga na capital francesa, entre os dias 9 e 10 de agosto de 2024. A competição feminina acontecerá no primeiro dia de disputas e a masculina, no segundo. 

 

Passos comuns

Top Rock é uma sequência de passos feitos em pé, logo antes do B-Boy ou B-Girl iniciar seus movimentos no chão. Não existem regras quanto à duração de um top rock, mas ele não costuma ultrapassar oito tempos de uma música. Nesse momento, é combinado variações de top rock e movimentos de mãos e braços, e o dançarino mostra toda sua ginga e capacidade de entrar no ritmo da música.

 

Go Down ("descer", em inglês) é um movimento intermediário que o breaker usa para sair do top rock e começar a dançar no solo. O ideal é que essa transição seja feita naturalmente, sem que haja quebra no ritmo. 

 

Footwork ("trabalho de pé", em inglês) é quando um breaker já está no solo e coloca as mãos no chão para dar suporte a seu corpo enquanto move os pés e as pernas de diversas maneiras – principalmente em movimentos rítmicos de rotação circular, utilizando também os quadris, ou ainda estabelecendo padrões de movimentos em linhas retas, diagonais ou da maneira que bem entender.

 

Flip ("giro", em inglês) é quando um breaker pula e gira uma ou mais vezes enquanto está no ar. Esses movimentos acrobáticos e cambalhotas são utilizadas por B-Boys e B-Girls para deixar suas apresentações mais dinâmicas.