O basquete 3x3, considerado o esporte urbano número um no mundo, tem suas raízes no basquete de rua, uma variação criativa e menos formal do basquete tradicional. Originado nos Estados Unidos, durante os anos 1980, o streetball rapidamente se popularizou de forma global, impulsionado por sua ligação com a cultura hip hop e seu apelo jovem.
Com a crescente da modalidade, a Federação Internacional de Basquetebol (FIBA) decidiu, em 2007, fazer o primeiro teste no Asian Indoor Games, em Macau, na China e, em 2010, levou a novidade para as Olimpíadas da Juventude, em Singapura. Este foi apenas o começo, já que o FIBA 3×3 World Tour foi criado em 2011 e continua existindo até hoje.
Em 2012, o primeiro Campeonato Mundial foi disputado, em Atenas. O esporte participou das duas edições seguintes das Olimpíadas da Juventude, em 2014 e 2018. Tudo isso fez com que a modalidade crescesse ainda mais, até ser aceita nas Olimpíadas de Tóquio. O Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou, em 2017, a decisão de incluir o esporte como parte do programa dos Jogos de 2020, onde foram conquistadas as primeiras medalhas olímpicas masculinas e femininas do 3x3.
A inclusão do basquete 3x3 nas Olimpíadas e outros eventos internacionais tem solidificado sua posição no cenário esportivo, oferecendo um espetáculo de dinamismo e velocidade, habilidade e tática que cativa tanto jogadores quanto espectadores. Tudo é um sucesso, não à toa o crescimento exponencial da modalidade reflete seu apelo mundial, com mais de 250 milhões de praticantes em todo o mundo, segundo a FIBA.
Formato da disputa
Por ter sido introduzido ao cenário olímpico apenas na última Olimpíada, o retrospecto do esporte na competição é curto. Na primeira fase, oito seleções jogaram entre si no formato de pontos corridos e os dois últimos colocados do grupo único, são eliminados. Depois, a disputa passa a ser em partidas únicas e eliminatórias, que se iniciam nas quartas-de-final, em que os times do 3º ao 6º lugar se enfrentam. As equipes vencedoras dessas partidas, enfrentam o 1º e o 2º lugar da classificação por pontos, que vai direto para as semifinais.
A modalidade, nada mais é, que uma variação do basquete tradicional. Em vez de 5×5, são três contra três, com mais um reserva para cada equipe, A quadra é um pouco menor que a metade da quadra tradicional, tendo os mesmos 15 metros de largura, mas com apenas 11 metros de comprimento, além de somente uma cesta. A grande diferença é na pontuação: arremessos dentro do arco um ponto, enquanto os de fora do arco valem dois. Os lances-livres valem um ponto. A partida tem somente 10 minutos, mas pode acabar antes, já que a primeira equipe a marcar 21 pontos vence. E, tudo isso, é embalado por um DJ, que toca músicas durante a partida, o que reflete a atmosfera urbana e jovem do esporte.
Em caso de empate no tempo limite, ganha quem fizer primeiro dois pontos na prorrogação. Além disso, a bola também é um pouco menor que a tradicional e a duração da posse também é diferente, com apenas 12 segundos, ao invés dos 24 do basquete tradicional. Não existem limites de faltas individuais, no entanto, são permitidas até seis faltas coletivas, a 7ª, 8ª e a 9ª falta coletiva dão dois lances livres pro adversário e, a partir da 10ª, o time ganha também a posse da bola. Cada time tem direito a um tempo técnico e as substituições são feitas sempre na linha de fundo, com os jogadores tocando as mãos.
Especificamente no caso do 3x3, quando a defesa pega a bola em um rebote, roubo ou toco, o atleta precisa sair do arco para arremessar. O mesmo acontece caso o time sofra a cesta, depois que recebe a posse de bola, é necessário sair do arco.
Time Brasil fora
O Brasil não será representado no basquete 3x3 das Olimpíadas de Paris. O time masculino – constituído por Branquinho, André Feros, Matheus Parcial e Daniel Von Haydin – perdeu todos os jogos da fase de grupos do classificatório, contra Lituânia, Porto Rico e Holanda, e foi eliminado. A equipe também ficou fora em Tóquio 2020, quando a modalidade estreou.
Já a equipe feminina, – formada por Clarissa dos Santos, Luana Souza, Thayná Silva e Vitória Marcelino – chegou até a semifinal do do Pré-Olímpico disputado no Japão, mas também ficou sem a vaga para os Jogos de Paris.
Na campanha, o Brasil venceu dois jogos da primeira fase, contra Áustria e Japão, mas foi derrotado pela Austrália, em um jogo equilibrado, por 18 a 16. No Pré-Olímpico, oito equipes foram divididas em dois grupos e as duas primeiras de cada chave avançaram para as semifinais. E só a campeã, no caso a própria Austrália, se classificou.
Em Paris 2024
Os jogos serão disputados na Place de la Concorde (ou Praça da Concórdia, em português), a maior praça da cidade e a segunda maior de todo o território francês. Ela será a casa dos esportes radicais nos Jogos: além do Basquete 3x3, também receberá o Breaking, o Ciclismo BMX Freestyle e o Skate. Conhecida por seu Obelisco, é um local de grande importância na história da política francesa e atualmente é conhecido por ser um espaço em que a juventude parisiense se encontra. O local promete uma grande conexão do público, com os esportes urbanos que serão praticados.
Os jogos começarão no dia 30 de julho e as finais, tanto do masculino quanto do feminino, acontecerão no dia 5 de julho.
Quem vai participar? E quem são os favoritos?
No feminino, Alemanha, Austrália, Azerbaijão, Canadá, China, Espanha, Estados Unidos e França são as federações que disputarão, entre si, uma vaga no pódio olímpico. As favoritas para vencerem o torneio são as três mais bem colocadas no ranking mundial da FIBA: China, – medalhista de bronze na última olimpíada – França, – segundo lugar da lista e país-sede – e os EUA – que busca o bicampeonato, depois da medalha de ouro em Tóquio, em cima do Comitê Olímpico Russo (ROC) na estreia da modalidade.
Já no masculino, os comitês que garantiram a vaga olímpica foram China, Estados Unidos, França, Letônia, Lituânia, Holanda, Polônia e Sérvia. O grande destaque da competição fica com os norte-americanos e chineses. Além disso, é preciso citar também a Letônia e a Sérvia, a final de Tóquio, e os atuais medalhistas de ouro e de prata, respectivamente.