A chapa “CACS é pra brilhar” venceu as eleições do Centro Acadêmico de Ciências Sociais (CACS) após tumulto na apuração dos votos e pressão de estudantes sobre a Comissão Eleitoral. A chapa recebeu 63 votos, do total de 156, e se reelegeu para um novo mandato, com duração de um ano.
Nesta terça (26), a chapa comemorou a reeleição nas redes sociais com uma foto de integrantes da gestão, acompanhada de breve discurso sob o púlpito virtual. "Esta vitória não é apenas da chapa, mas de todos nós que acreditamos na importância das Ciências Sociais, da História e das Ciências Socioambientais", celebram. "Juntos, temos a oportunidade de fazer a diferença em nossa comunidade acadêmica, promovendo o diálogo, a inclusão e a busca pelo conhecimento".
"Acredito que termos ganhado demonstrou que a gente conseguiu fazer um bom trabalho", afirma o presidente da nova gestão do CACS, Felix Rodrigues. "E, sendo a segunda vez, a cobrança é muito maior".
A gestão composta por militantes do PT (Partido dos Trabalhadores) e estudantes autônomos foi declarada vencedora após um desentendimento na apuração dos votos. Em comunicado, a Comissão Eleitoral anunciou que nenhuma das chapas havia atingido o marco de 50% + 1 de votos válidos - porcentagem mínima necessária para a vitória em eleições com mais de uma chapa, com exceção de alguns pleitos, como o presidencial na Argentina - e decidiu por não anunciar o vencedor até que uma assembleia de curso fosse marcada para decidir se haveria ou não um segundo turno. Segundo a entidade, entretanto, o regulamento das eleições estava ambíguo quanto à necessidade ou não de uma eleição de dois turnos.
"Eu não acho que a Comissão Eleitoral errou em não ter dois sumos, ela errou quando propôs isso [segundo turno], sendo que já tinha acontecido uma assembleia para definir que não aconteceria o segundo turno", aponta Rodrigues. "Quando a gente tem três chapas, 50% mais um é quase impossível". O presidente eleito agradeceu aos votos, mais de uma vez, e espera que as próximas eleições não sofram os mesmos transtornos.
Em conversa com a Agemt, o coordenador do curso de Ciências Sociais e professor do departamento de antropologia da PUC-SP, José Paulo Florenzano, definiu como positiva a mobilização em torno do processo eleitoral, desde a maneira como as chapas se organizaram até o engajamento do movimento estudantil. “O processo é muito rico, e isso era algo que estava se perdendo dentro da eleição do centro acadêmico”, destaca. “A retomada da discussão, da contraposição de ideias, de chapas que forçam debate e o esclarecimento a respeito das questões que interessam ao estudante é de fundamental importância. Eu vejo como muito promissor o resultado do processo eleitoral, mais do que propriamente a definição da chapa que foi vencedora”.
As eleições do CACS envolvem os cursos de História e Ciências Socioambientais, que passam por precarização nos últimos semestres com fechamento de turmas de licenciatura em História e falta de estrutura.