Podcast tem troca e personificaçao, defende Magê Flores

Umas das jornalistas à frente do Café da Manha, ela conta das dificuldades de uma profissão que, ao menos nas chefias, é dominada por homens
por
João Enrique Rafaeli Bautis Pico e João Pedro dos Santos Lindolfo
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02/07/2021 - 12h

            Maria Eugênia Flores, ou Magê, apresenta o programa Café da Manhã. um dos podcasts mais ouvidos durante a pandemia. Tendo trabalhado na Band News FM e depois na CBN, para ela,  o formato do podcast é diferente e sintetiza sua jornada profissional até o momento.  “Tem troca, e o podcast permite uma personificação”, diz. Isso ocorre pela aproximaçao de quem consome o conteúdo de quem o produz. Flores escrevia para a primeira página, antes de voltar para o jornalismo falado.

                  Quando Magê entrevista um repórter que está cobrindo a lava-jato, ela tem a oportunidade de revelar para o ouvinte o quanto este profissional se dedica à essa pauta, que coisas ele já viu. Ou então pode mostrar como aquela repórter deu um furo de notícia, como chegou até a informação. Misturando os bastidores e a notícia. “As pessoas têm contato com o jornalismo muitas vezes sem saber sobre seus procedimentos, e talvez se elas soubessem o quão rigoroso é, elas desconfiassem menos.”

                  Segundo ela, o Café da Manhã também atinge um público mais diversificado daquele que normalmente procura o conteúdo escrito da Folha, em geral masculino e mais velho. Já a audiência do podcast é dividida entre homens e mulheres mais jovens. No contato com seus ouvintes, ela conta que descobriu também que seu programa aproxima muita gente que antes não consumia jornal.

     Para Magê,  as redes sociais ajudam nas pautas do programa, porque podem servir como amostra do que a sociedade pensa. Logo, tudo isso deve ser levado em conta, mas não pode pesar mais do que os critérios profissionais da produção jornalística. E ela diz: “O jornalismo profissional deve considerar também nas sua matemática as preocupações que se apresentam através das redes sociais, mas ele não pode se guiar apenas por elas. Ele tem que furar essas bolhas, se for de interesse público.”

 

 

 

 

 

 

 

 

Ainda sobre repercussão e públicos perguntamos sobre os “haters”:

“O podcast é meio “hater free”- o hater é geralmente, um leitor de manchete e pouco de reportagem. O cara precisa ouvir 30 minutos a matéria para poder criticar.” Para ela é mais comum, ouvintes que gostam do programa, fazerem comentários porque acreditam que algo pontual pode melhorar, e que essas criticas são sempre ouvidas e pensadas.

                 

 

Também coordenadora de podcasts da Folha, é especialista em jornalismo gastronómico e escreveu por um tempo no caderno Comida, além de ter passado por outras empresas como Band News FM e CBN. Magê acredita que mulheres devem estar à frente ou pelo menos envolvidas em todos os processos de produção de conteúdo, não apenas naqueles direcionados para o público feminino. Ela cita como exemplo uma experiência do Financial Times, em que colocaram mulheres na curadoria de newsletters, e o resultado foi o aumento do engajamento, não só feminino. Provando que a presença de mulheres em todas instâncias traz benefícios.

O podcast ja se transforma na opção mais viavel e simples de reprodução de notícias. Segundo diversos jornalistas, o podcast é a plataforma do futuro. Noticias correrão de forma mais coompreensiveis aos ouvintes.

Segundo a jornalista Luana Onelli, o podcast já se tornou sua plataforma favorita para acompanhar o dia a dia de notícias. “Eu como jornalista, consigo ver o podcast sendo a principal ferramenta do meu dia para ficar ligada no que acontece no mundo.”

Para a estudante de jornalismo na PUC-SP, Carol Raciunas, o podcast ja faz parte de sua rotina, principalmente quando se trata de apresentadoras mulheres. Carol diz: “A indentificação que eu tenho com as apresentadoras acaba deixando o que está sendo dito no programa mais dinâmico.”

 

 

 

 

 

 

 

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