O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 1,4% em comparação aos três últimos meses imediatamente anteriores. O resultado foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na última terça-feira (06).
A alta superou as expectativas dos analistas do mercado, que projetavam aumento de 0,7% a 1,2%. O desempenho positivo gerou comemoração por parte do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do presidente Lula.
Segundo Haddad, o resultado indica que o Brasil pode fechar 2024 com um crescimento econômico acima dos 2,8%: "Vamos provavelmente reestimar o PIB para o ano, que deve, pela força com que ele vem se desenvolvendo, superar 2,7% ou 2,8%. Há instituições que já estão projetando um PIB superior a 3%", complementa.
O presidente classificou a alta do indicador como um “bom crescimento”: “Crescemos no 2º trimestre 1,4%, que dá um crescimento de mais de 3,4% no ano, o que seria o 2º maior crescimento do mundo. Não é que seja um grande crescimento, é que diante da crise que o mundo atravessa, é um bom crescimento”, disse em entrevista à rádio Difusora, de Goiânia (GO).
O setor de indústria e o setor de serviços desempenharam papel importante para o resultado positivo. Registraram crescimento de 1,8% e 1% respectivamente, e compensaram a queda de 2,3% da Agropecuária.
Todos os itens de demanda apresentaram aumento. O Consumo das famílias e o Consumo do governo subiram 1,3%, enquanto os Investimentos tiveram uma melhora no desempenho em relação ao ano de 2023, com alta de 2,1% neste trimestre.
O aumento no consumo reflete a melhora nas condições de oferta de crédito e de indicadores sociais como a queda no desemprego - A taxa de desemprego do país no primeiro trimestre de 2024 foi de 7,9%, uma queda de 0,9 ponto percentual na comparação com o mesmo trimestre de 2023 (8,8%),
Por outro lado, a elevação nos indicadores de consumo também provoca apreensão em relação à inflação, já que, caso a demanda não acompanhe a oferta, a tendência é o aumento dos juros.
Cristina Helena Pinto de Mello, economista com ênfase na área de Crescimento e Desenvolvimento Econômico e professora de economia na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, acredita que a taxa básica de juros, a Selic, deve subir, mesmo com a expectativa de queda nos juros dos Estados Unidos, para tentar “acalmar o mercado”.
“ Há um espaço para a redução dos juros no Brasil, mas creio que a escolha possa ser conservadora, olhando para a pressão inflacionária e para legitimar (Gabriel) Galípolo” - indicado por Lula como sucessor de Campos Neto na presidência do Banco Central.
Em valores correntes, o PIB totalizou R$ 2,9 trilhões. Foram R$ 2,5 trilhões vindos de Valor Adicionado (VA) a preços básicos, e outros R$ 387,6 bilhões de Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios. Com os resultados, o PIB brasileiro teve alta de 3,3% em relação ao mesmo trimestre de 2023. Já a alta acumulada em quatro trimestres é de 2,5%.