(Foto: Ricardo Stuckert/PT)
“Primeiro quero viver muito. Não sei por que, mas acho que vou viver 120 anos, então quem vai viver muito precisa ter muita força porque senão a vida fica chata. E eu sei por que estou aqui.” Lula, 25 de julho de 2022 para o jornal argentino Página 12.
Carreira Política
Lula começa sua trajetória no movimento sindical em 1966. Por influência do irmão, José Ferreira da Silva, mais conhecido como Frei Chico, militante do PCB (Partido Comunista Brasileiro), se candidatou em 68 a diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema e foi eleito. Em 72, virou o primeiro secretário, cessando suas atividades de operário, e, em 75, foi eleito o presidente do sindicato
Em fevereiro de 1980, participou da fundação do PT (Partido dos Trabalhadores), no qual foi o primeiro presidente. Em 19 de abril do mesmo ano, foi preso por 31 dias devido à atuação na liderança de movimentos grevistas no ABC Paulista que marcaram o ressurgimento dos movimentos trabalhistas no contexto de abertura política da ditadura militar.
Em 1982, acrescentou Lula em seu nome por não poder usar o apelido enquanto candidato, no mesmo ano, candidatou-se ao governo de São Paulo pelo PT, ficando em quarto lugar. Com seu espírito militante já desenvolvido, participou da campanha Diretas Já em 1984, que clamava pela volta das eleições presidenciais diretas no Brasil.
Foi eleito, em 1986, deputado constituinte por São Paulo, sendo o mais votado do Brasil. Três anos depois, em 1989, disputou a presidência com Fernando Collor de Mello (PRN) perdendo no segundo turno.
Apesar da derrota, Lula se manteve sólido quanto a liderança do PT. Teve reconhecimento internacional com a organização do Foro de São Paulo, que promovido pelo partido, reunia periodicamente lideranças partidárias a fim de reorganizar as esquerdas latino-americanas que estavam dispersas com o domínio neoliberal após a queda do muro de Berlim. Mais tarde, se tornou um dos fundadores do Grupo de Puebla, sucessor do Foro, criado no México em 12 de julho de 2019.
Candidatou-se a presidência novamente, em 1994 e 1998, mas perdeu ainda no primeiro turno, nos dois anos, para Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Em 2002 ganhou sua primeira eleição a Presidente da República após disputar o segundo turno contra José Serra (PSDB) e manteve seu governo em 2006 vencendo Geraldo Alckmin (PSDB na época) também no segundo turno.
Foi condenando a nove anos e seis meses de prisão, em julho de 2017, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá. Em abril de 2018, a prisão foi decretada pelo então juiz Sérgio Moro fazendo o petista se entregar a Polícia Federal. Teve sua candidatura no mesmo ano indeferida pela Justiça Eleitoral por estar preso, sendo esta disputada por Fernando Haddad, que seria vice. Haddad perde no segundo turno para Jair Bolsonaro (PL).
Luiz é liberto da prisão em Curitiba apenas em novembro de 2019, após um ano e sete meses preso. Foi solto por benefício da decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), reconhecendo o direito de os réus condenados responderem em liberdade até o julgamento de último recurso.
Edson Fachin, ministro do Supremo, decide, em 2021, que a 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pelos casos da Lava Jato relacionados à Petrobras, não era adequada para julgar Lula, visto que a vara havia sido parcial em suas sentenças. Em abril, a confirmação do Supremo foi enviada para Justiça Eleitoral do Distrito Federal.
Lula se candidata novamente à Presidência, em 2022, por meio de uma federação partidária, a Brasil da Esperança, que reúne PT (Partido dos Trabalhadores), PCdoB (Partido Comunista do Brasil) e PV (Partido Verde) em uma aliança governamental.
“[...] acho que eles têm medo de me deixar ir, porque sabem que quando me deixarem ir, vou para a rua.” Lula, 25 de julho de 2022 para o jornal argentino Página 12.
Feitos governamentais
2003 – Criou o Programa Fome Zero, que objetivava enfrentar a fome e miséria no país, além de garantir a segurança alimentar dos brasileiros e brasileiras que, na época, batiam 48 milhões de pessoas segundo a FGV (Fundação Getúlio Vargas) do Rio de Janeiro.
2003 – Instituiu o Programa Bolsa Família, que promovia transferência de renda do Governo Federal às famílias que viviam em extrema pobreza, com o objetivo de manter as crianças na escola e as grávidas com acompanhamento de saúde digno.
2004 – Transforma o Enem (Exame Nacional de Ensino Médio) em processo seletivo, que, a partir do desempenho dos estudantes na prova, estes poderiam concorrer a vagas e bolsas de estudo em instituições de ensino superior públicas e privadas, usando a nota obtida no exame. Anteriormente, a prova era apenas uma avaliação da qualidade do ensino médio no Brasil.
2005 – Fundou o Prouni (Programa Universidade para Todos) que concede bolsas de estudos, integrais ou parciais, em instituições privadas de ensino superior para pessoas de baixa renda. A entrada no Prouni é pela nota obtida no Enem (Exame Nacional de Ensino Médio).
2007 – Desenvolveu o PAC (Programa de Aceleração de Crescimento), que englobava um conjunto de políticas para acelerar o desenvolvimento econômico do Brasil, planejadas para os quatro anos seguintes. O programa priorizava o investimento em saneamento, transporte, habitação recursos hídricos, energia e outros, sendo o objetivo reduzir as desigualdades sociais para promover tal crescimento.
2009 – Ergueu o programa de habitação, Minha Casa, Minha Vida, que subsidia a aquisição de casas ou apartamentos próprios para famílias de baixa renda e facilita as condições de acesso a imóveis para as famílias com renda até 9mil reais.
2010 – Criou o Sisu (Sistema de Seleção Unificada), uma plataforma digital do Ministério da Educação que admite, pela nota do Enem, estudantes em universidades públicas brasileiras.
Economia nacional
Os valores da economia nacional eram satisfatórios, no primeiro e segundo mandato de Lula, a taxa média de crescimento do PIB subiu 3,51% e 4,64% respectivamente, além de ter transformado a dívida externa em reserva internacional. Em 2002 era de 15,7% do PIB, em 2010 caiu para -10%.
Ainda na era Lula, segundo o IBGE, de 2003 até setembro de 2010 foram criados 14.725.039 empregos, enquanto a soma dos empregos gerados nos últimos 15 anos é de 10,4 milhões. A taxa de desemprego chegou a 5,7% em novembro de 2010.
Além disso, o número de famílias assentadas pela reforma agrária, segundo dados do INCRA de 2019, cresceu de 252,7 mil do governo FHC (Fernando Henrique Cardoso) para 381,4 mil no governo Lula.